Capítulo 130 :

443 64 72
                                    


Na manhã seguinte, Carla acordou depois das dez da manhã. Era domingo e quando chegou na sala, viu duas malas próximas da escada. De longe viu Joana agarrada em Lucas chorando. Viu também Maria Clara e Alice, sentadas no sofá. Ao olhar para Alice, sentiu pena da menina, ela estava com os olhos enormes pelo choro, parecia nem ter dormido direito. Maria Clara olhou para a mãe e viu que ela também não estava muito diferente de Alice. Lucas se separou de Joana e viu a mãe parada na escada. 

Lucas: Mãe, você vai me levar no aeroporto?

Carla: Não, você vai com o motorista.

Lucas: Mas hoje é domingo, ele não trabalha.

Carla: Então vou chamar um uber. — ela terminou de descer as escadas, sendo observada por todos que estavam boquiabertos.

Ela pediu o carro e voltou a olhar para o filho. Ele estava com os olhos cheios de lágrimas, abraçando Alice, que chorava muito. A menina não conseguia dizer mais nada e não disse, até quando o carro chegou. Ele colocou as malas no carro e deu mais um abraço em Maria Clara e um beijo em Alice.

Lucas: Você só precisa convencer seu pai, Alice. E nós ficamos juntos... — ele lhe deu um beijo na testa e Alice assentiu.

Alice: Amo você e por favor, não faça nada de errado. Eu confio em você.

Lucas: Eu te amo. — ele deu mais um beijo nela e entrou no carro.

Carla estava na sacada do seu quarto, viu o carro se afastando. A sensação de vazio lhe ocupou novamente, como há semanas atrás. Era mais um se afastando dela. Agora só restava Maria Clara. Está, que alguns segundos depois entrou no quarto e deu a mão para Carla.

Maria Clara: Não quero ver você triste mãe. Sei que não é a mesma coisa, mas eu estou aqui com você e daqui não vou sair. — as duas se abraçaram e Carla começou a chorar.

Maria Clara ficou ali com ela, até quando ela se acalmou. Deitaram na cama e ficaram vendo televisão. Maria Clara tagarelava sobre a série preferido dela que estava passando.

Maria Clara: Mas ele não é demais mãe? Tem esse charme, essa maldade, sei lá... Eu gosto.

Carla: Está e dizendo que gosta de caras maus? Porque para mim esse garoto é malvado. — as duas comentavam sobre o personagem da série . — Achei que você gostasse de garotos românticos.

Maria Clara: Gostava até me provarem que são todos uma farsa. Se os bons são maus, quem sabe os maus são bons...

Carla: Está me descrevendo o Victor, meu amor. — ela começou a rir enquanto Maria Clara ficou pálida. — O que foi?

Maria Clara: Por que tocou no nome do Victor?

Carla: Vi os dois bem próximos esses dias. Meu radar materno apitou. — piscou e a menina arregalou os olhos. — Sei que está decepcionada com o Marcos por tudo que aconteceu, mas creio que apostar suas fichas no Victor não é uma boa. Ele é tão... Maduro para você.

Maria Clara: Mãe... Eu não tenho nada com o Victor. — ela gaguejou e Carla riu mais uma vez.

Carla: Ainda não me convenceu mocinha. Eu te conheço e sei o que está acontecendo, mesmo que você negue... — olhou para Clara e ela estava sem ação. — Sabe que pode contar tudo para mim, eu sou sua amiga, eu quero o seu bem.

Maria Clara: A gente só se beijou uma vez... Algumas vezes — deu de ombros.

Carla sorriu, balançando a cabeça. Saber da vida de sua filha, presenciar tudo de perto lhe fazia bem. Se sentia jovem e cheia de energia ao ver sua filha contando sobre a vida amorosa, sobre as amigas e os problemas dela. Nunca tinha tido tempo para ficar tão próxima de Maria Clara como agora.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora