Capítulo 166 :

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Quando o dia amanheceu, Lucas abriu os olhos dentro do quarto onde estava e viu que nada daquele pesadelo que pensou ter, era mentira. Victor estava ao seu lado, sentado em uma poltrona com os braços cruzados. Eram duas da manhã quando chegou na casa de Victor. Tinha ido parar ali, pois era a única pessoa naquele momento que não o julgaria por seus erros. E assim como previu, o amigo o recebeu com uma garrafa de vodca na mão. Por um momento os problemas foram esquecidos, mas, era apenas momentâneo.

Victor: Está melhor? — perguntou, esticando uma xícara para o amigo.

Lucas sentou na cama e bebeu, sentindo o gosto amargo e quente do café. Olhou novamente para Victor e viu que ele estava sério.

Victor: Você me contou tudo o que fez quando estava bêbado.

Lucas: Deixo adivinhar... Vai me julgar também? — revirou os olhos e Victor respirou fundo e cruzou a perna em cima de seu joelho.

Victor: Foi golpe baixo o que você fez com a sua família e como seu amigo de tantos anos, te dou o conselho de sair daqui e ir falar com a sua mãe. Implorar o perdão dela, antes que seja tarde demais. Você sempre teve a família que eu quis está jogando isso para o alto. Nunca vai saber o que é ver sua mãe traindo seu pai e ele indo embora com outro homem, se nem se darem conta que existia um filho no meio deles. Eu perdi minha família, porque não havia nada que ninguém pudesse fazer. Mas você destruiu sua família por um capricho seu.

Lucas: Você agora é o bom moço da história? Conta outra Victor. — revirou os olhos e colocou a xícara de lado.

Victor: Não é nada disso. Eu só estou tentando fazer você ver quem era aquele garoto do bem, que amava a família, gostava da Alice secretamente e sonhava em conseguir realizar os sonhos com seu próprio esforço.

Ao ver a cara que Lucas ficou ao ver que até seu melhor amigo estava se voltando contra ele, Victor parou e respirou fundo.

Victor: E sobre a Alice, pelo amor de Deus, Lucas, se afasta dela. — Ao ouvir aquilo Lucas o olhou assustado e Victor viu o rosto dele ficando vermelho.

Victor: Quem você acha que é para falar isso pra mim? Vai fazer o que? Ir pra cima dela novamente?

Victor: Não, Lucas. Eu não gosto da Alice dessa maneira, aliás antes que retome coisas do passado, eu nunca gostei. Eu cresci com aquela garota assim como você, eu era sempre o padre do casamento de vocês, eu fui o amigo dela quando você se afastou e eu a amo como uma irmã. E eu sei que você agiria da mesma forma, se eu tivesse feito o que você fez com a Alice, com a sua irmã.

Lucas: A diferença é que eu nunca fiquei com a minha irmã, muito menos pedi para o namorado sumir da vida dela, como você está fazendo agora. — ele pulou da cama e ficou de frente para Victor, que bufou.

Victor: Não é justo ela passar por mais uma com você no momento mais difícil da vida dela. A Alice não sabe lidar com isso e você deveria saber, Lucas. Deveria poupar ela de tanto sofrimento. E poupar ela, seria se afastar.

Lucas: Eu a amo.

Victor: Prove isso de outro modo então, porque sério Lucas, você só vai fazer com que ela te odeie desse modo.

Lucas: Você não sabe de nada da minha vida.

Disse e antes que Victor respondesse, saiu do quarto, desceu a escada e saiu da casa. Quando estava na rua, sentiu o vento gelado se arrependeu de não ter pegado um casaco na casa de Victor, pois estava apenas com uma camiseta. Fez o mesmo caminho que há algumas horas atrás de volta ao hospital e ao chegar no grande prédio, se encaminhou até a recepção e em pouco tempo estava na frente do quarto de Alice, ao abrir a porta viu tudo escuro e ela repousando na cama. Quando se aproximou viu que ela ressonava tranquilamente, com um semblante calmo. Era uma pena que quando ela acordasse e encarasse os fatos, não continuaria daquela forma.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora