Capítulo 65 :

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Pela manhã, Sarah acordou mais cedo do que ela gostaria. Era sábado e queria dormir o quanto pudesse. Mas a imagem de Luan sempre aparecia em seus sonhos e aquilo a irritava.

Tomou um banho demorado e vestiu um vestido leve. Ao chegar à sala, teve uma surpresa. Luan estava dormindo no sofá, onde antes ele estava sentado. Ele mal cabia no sofá, estava encolhido e aquilo mexeu com ela. Ele parecia acabado. Ficou por bons minutos olhando o ex-marido dormir, até perceber o que estava fazendo. A quem estava querendo enganar? Ainda era louca por ele. Não suportava ter que vê-lo com Anne.

Olhou pela última vez para ele, antes de fazer o que sabia que traria seu marido de volta. Já tinha demorado demais com isso. Subiu novamente para o quarto e entre sua agenda, achou o cartão que procurava. Havia vários telefones ali, chutou um e discou o número. Não atendeu. Escolheu um segundo número e no quinto toque, ouviu a voz que esperava.

Xxx: Pois não. — disse abafando um bocejo. Sarah sorriu, brincando com o cartão nas mãos.

Sarah: Olá Rodolfo. — sua voz saiu profunda demais e ela quase riu disso. Ele ficou em silêncio, para logo depois ela ouvir um barulho.

Rodolfo: Sarah? — parecia surpreso.

Sarah: Temos que conversar.

Rodolfo: Sobre?

Sarah: Sobre a sua proposta. Seja ela qual for, eu aceito.

Rodolfo: Que proposta?

Sarah: Está bêbado Rodolfo? — perguntou irritada. — Sobre Anne e Luan.

Rodolfo: Ah Sarinha me ligou por isso?

Sarah: Achava que era por quê?

Rodolfo: Vem me ver Sarah. Estou com saudades suas. — ele disse maliciosamente.

Sarah: Vai te catar, seu safado. — sua voz denunciava que ela tinha achado engraçado. Ainda que ele a irritasse, Rodolfo era galanteador demais. Tinha medo de suas ações perto dele.

Rodolfo: Posso te ajudar na proposta. Mas você tem que vir até aqui, estou cansado para ir à sua casa. Sabe onde estou morando?

Sarah: Não.

Após as coordenadas de como chegar até a casa dele, Sarah foi se trocar. Colocou uma calça jeans e uma bata florida, nos pés uma sapatilhas. Prendeu o cabelo em um coque e pegou sua bolsa. Antes de sair de casa, tentou abrir o quarto de Alice, mas ainda estava trancado. Suspirou e desceu a escada. Luan ainda estava dormindo no sofá. Continuou olhando para ele, até se dar conta que já era a hora de ir. Seja lá o que fosse que estivesse fazendo, era para o bem dele.

Seu carro deslizou pelas ruas vazias da cidade com facilidade. O prédio de Rodolfo não ficava tão longe, era em um bairro vizinho. Não teve dificuldades em achar o prédio alto, pintado de bege. O porteiro não demorou a liberar sua entrada e logo estava no vigésimo quinto andar. Tocou a campainha e não demorou para a porta ser aberta. Rodolfo lhe deu um sorriso, o sorriso safado de sempre.

Os olhos de Sarah percorreram o corpo dele, conservado para um homem que já tinha passado dos quarenta. Estava sem camisa e ela viu os músculos do tórax e dos braços, definidos. Estava com uma calça de moletom preta e descalço. Os olhos escuros dele também encaravam Sarah. Ela lhe deu um sorriso.

Rodolfo: E aqui está você... — os olhos pousaram no discreto decote de Sarah e ela percebendo isso, o empurrou para dentro do apartamento, se dando a liberdade de entrar no apartamento.

Ele riu e fechou a porta, seguindo Sarah que olhava para o apartamento. Típico de um solteiro. Móveis práticos e limpos. Era bem decorado, mas masculino demais, nas vistas dela.

Sarah: Sabe por que eu vim.

Rodolfo: Sabe que veio porque quis, não vou ajudar mais em nada. — ele cruzou os braços e se dirigiu até a cozinha, onde a cafeteira tinha acabado de fazer o café. O colocou em duas xícaras e voltou à sala. Ela estava segurando um sutiã vermelho com a ponta dos dedos e fazia uma careta de nojo. — Não gosto de ficar sozinho. — arrancou o sutiã da mão dela e o atirou pela janela. Sarah gargalhou e tomou uma das xícaras da mão dele.

Sarah: Ainda é o mesmo safado de sempre. — revirou os olhos, o vendo sentar ao seu lado no sofá. — E o que dizia sentir por Anne?

Rodolfo: Achava que sentia mesmo... Estava enganado. — ele gargalhou sozinho e Sarah teve vontade de jogar todo o café quente naquele rosto viril dele. — Não passa de uma retardadinha querendo fama.

Sarah: Uma pessoa que pensa como eu. — elevou os braços para o alto e Rodolfo a olhou maliciosamente.

Rodolfo: Nós sempre pensamos do mesmo modo. Você se lembra, não é? Todas as noites há anos atrás... Nós pensávamos sempre a mesma coisa. — a xícara de café foi deixada de lado e ele se aproximou de Sarah. — Queríamos sempre a mesma coisa. — ele se aproximou ainda mais, estava debruçado nela que arqueou a cabeça para trás, podendo o olhar com os olhos arregalados.

Sarah: Não vim aqui para isso. Vim para você me ajudar com o meu marido. — ela deu um tapinha no ombro dele e sorriu.

Rodolfo: Não sou santo milagroso, Sarah. — revirou os olhos e sua mão tocou o colo descoberto pela blusa dela. Sarah tentou levantar, mas o peso dele estava completamente em cima dela. — E além do mais, durante todas as brigas que vocês tiveram... Eu sempre estive aqui, se lembra? Por que dessa vez seria diferente?

Sarah: Porque eu amo meu marido.

Rodolfo: Isso não impede nada, Sarinha. Não seja tão reservada, nós dois sabemos que você não é assim.

Sarah: Rodolfo, pelo amor de Deus... — ela começou a abanar o rosto com as mãos e ele sorriu, se aproximando com a cabeça no rosto dela. Os lábios dele tocaram o pescoço de Sarah. — Meu Deus, como está calor. — ela disse ainda se abanando.

Rodolfo: Garanto que ficará ainda mais quente. — Os olhos pousaram nos lábios dela e sem ímpetos, a beijou.

Sarah tentou se soltar, mas por fim, relaxou. A xícara de café foi deixada no chão e os braços dela foram parar no corpo de Rodolfo.

Sarah: Não... Eu não posso. Eu ainda sou casada. — ela disse se separando do beijo dele.

Rodolfo riu e voltou a beijá-la, enquanto as mãos dele tocavam sua barriga, não demorou nada para ele apertar seus seios, ainda coberto pelo sutiã.

Sarah: Minha filha... Ela nunca me perdoaria. — com os olhos fechados ela murmurou.

Rodolfo tirou a blusa dela e a virou de costas, abrindo o fecho do sutiã. Ela fechou os olhos e se viu deitada no sofá, ele tocou em seu seio e meio segundo depois, sentia os beijos dele naquela região. Arqueou o seu corpo sentindo um espasmo.

Sarah: Você é um tarado, eu tenho um nome a zelar. — as desculpas ainda continuavam e ele a cada dada por ela, avançava ainda mais.

As mãos dele escorregaram pela barriga de Sarah e o zíper da calça foi aberto. Ainda por cima do fino tecido da calcinha, ele tocou a intimidade dela. Sarah conteve um gemido e agarrou o cabelo dele.

Sarah: Que se foda. — disse o empurrando contra o outro lado do sofá. Rodolfo deu um sorriso ao ver ela se deitando por cima dele, literalmente o agarrando.

Não pensaria em mais nada que atrapalhasse sua vida. Um dia ou outro, ela teria que recomeçar. E este era um ótimo modo de recomeçar.

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Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora