Capítulo 38 :

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Na noite de terça feira Carla resolveu fazer um jantar para amigos e família, pois Arthur estaria indo viajar na quarta feira de tarde.

Não imaginava que doeria tanto fazer um jantar. Tudo parecia em um clima de despedida, e não gostava daquilo. Foi a escolha dela de permanecer no Brasil e teria de arcar com as consequências. Está que seria a saudade. Tinha saudades apenas de imaginar que ele estaria longe dela, longe da cama deles, longe dos braços dele a abraçando, daquele peitoral gostoso, dos beijos que a faziam ficar sem fôlego e ainda mais longe do sorriso. Do sorriso que a fazia também sorrir, em qualquer ocasião, em qualquer dia.

Há anos não sentia essa sensação e não gostava nada dela. Gostaria de ter Arthur por perto em todos os momentos e saber que isso não seria mais possível, doía. Doía muito.

Desceu a escada já arrumada com uma saia de cintura alta floral, em um tom rosa pastel. A blusa era simples, de alça e branca e nos pés uma delicada sandália de tiras marrom. Os cabelos estavam jogados sobre as costas cacheados e a cor loiro contrastava com a cor clara da blusa.  Ao olhar para sua sala de estar, ficou orgulhosa de si própria e mais ainda de Joana, que em um dia a ajudou a produzir o jantar.

Flores do campo estavam espalhadas pela sala em vasos de cristal. Os sofás estavam arrumados com almofadas e alguns garçons contratados especialmente para a ocasião já estavam a postos. Sentada no sofá de costas para ela, estava Arthur. Concentrado em seu notebook e completamente irresistível com os óculos de grau. Sorriu sapeca e foi até ele, passando seu braço pelo pescoço dele e lhe dando um beijo na bochecha.

Arthur: Está perfeita. — ele sorriu ao vê-la em sua frente. Carla também sorriu e sentou ao lado dele.

Carla: Você também amor. — não pode deixar de sorrir maliciosamente ao ver a camisa social cinza chumbo em conjunto com uma calça jeans escura. — Está fazendo o que ai? — tombou sua cabeça para o ombro dele e olhou para a tela do notebook, vendo alguns gráficos coloridos.

Arthur: Rendimento do carro durante os treinos. Me mandaram agora por e-mail.

Carla: E está tudo bem?

Arthur: Se não fosse a afobação de Júnior, estaríamos em primeiro no campeonato. O carro está ótimo, o piloto não. — ele suspirou irritadiço e Carla passou a mão pelo rosto dele. — Júnior, agora eu só vou lembrar do cachorro que você me deu. — Carla sorriu.

Carla: Tenha cuidado com esse menino. Ele não me pareceu uma pessoa normal.

Arthur: É um garoto mimado, Carlinha. Apenas isso. — deu de ombros e voltou a olhar para os gráficos.

Carla: E o outro piloto? — vendo o silêncio dele olhando o rendimento do carro de Mark, perguntou. Seu problema com Fórmula 1 eram apenas as pessoas presentes dentro dela, fora isso, adorava acompanhar as corridas, achava divertido.

Arthur: Não tem talento para ser campeão. É razoavelmente bom, mas sem chances de lutar pelo titulo.

Carla: Apostaram no Júnior? — franziu a testa e ele assentiu. Lembrou do cachorrinho também.

Júnior não era o que se podia chamar de um piloto exemplar, segundo o que Arthur dizia era um irresponsável guiando um carro.

Arthur: Sim. É o que temos por agora. — deu de ombros e olhou mais uma vez para o gráfico e logo depois fechou a pagina e a tela do notebook. — Agora vamos parar de falar de Formula 1. — os dois sorriram e Carla segurou o rosto dele. — Vai sentir saudades de mim?

Carla: Ele e canceriano ele. — Os dois sorriram e ela lhe deu um selinho. — Já estou com saudades de você.

O sorriso doce dela fazia com que os sentimentos mais ocultos de Arthur aflorassem. Não era possível alguém não se apaixonar por Carla, era doce, companheira, inteligente e uma pessoa excepcional. Como doía ter que ficar longe dela.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora