Capítulo 68 :

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As ruas de Kuala Lumpur começavam a ganhar novos turistas vestidos tipicamente com blusas de escuderias. Já no aeroporto era possível vê-los, acenando ao reconhecer Arthur. Ele também acenava de volta, enquanto caminhava para fora do saguão do aeroporto e ia de encontro ao carro reservado a ele.

Junto com ele veio Rafael e Thaís, esta que já tinha acordado e se livrado dos efeitos do calmante e que agora olhava os arranhas céus completamente encantada. As ruas eram movimentadas e cheia de pessoas. Há cinco minutos do aeroporto estava o autódromo, onde o movimento era ainda mais intenso. Estavam há cinco dias da corrida e as pessoas já pareciam ter mergulhado naquele mundo. O hotel era enorme e imponente em um edifício no meio da cidade, um arranha céu de tirar o fôlego. Tinham um andar reservado para o time da Ferrari e Arthur logo foi para sua suíte, ouvindo a tagarelice de Thaís.

Anne que também estava no elevador, fechava os olhos. Desde que Thaís tinha acordado há cinco horas atrás, ainda no avião, não tinha parado de falar um minuto se quer. Queria paz. Queria silêncio. E para piorar todas achavam graça das palhaçadas de Thaís.

Xxx: Arthur! — a voz feminina, completamente afobada chamou por ele no corredor do hotel, assim que saíram do elevador.

Arthur olhou para trás e para sua surpresa, Geovana estava parada, sorridente. Thaís também virou e encontrou uma lindíssima morena, alta e de olhos verdes sorrindo para seu irmão. Imediatamente, se lembrou dela. Era a piranha que estava nas capas de revistas com seu irmão!

Geovana: Olá. — com um sorriso no rosto ela se aproximou. Olhou para Boninho e fez um aceno com a cabeça, mas sua atenção foi totalmente em cima de Arthur. — Como está? Fez uma boa viagem?

Arthur: Eu...

Thaís: Todos nós fizemos uma ótima viagem, mas estamos muito cansados. Obrigada por se preocupar. — se meteu do meio dos dois, cortando a conversa. Arthur olhou para a irmã assustado e Geovana se afastou, com um sorriso nos lábios.

Geovana: Você... Quem é?

Thaís: Thaís Picoli, irmã do Arthur. E você?

Geovana: Geovana Bianco.

Thaís: Ah... — ela exclamou com um sorriso. — A jornalista que está nas capas de revista? — começou a rir sozinha ao ver a cara que Geovana ficou. — É um prazer estar com você. — esticou sua mão para ela.

Geovana: Digo o mesmo. — apertou a mão de Thaís e as duas se olharam.

Thaís pode sentir o clima de Geovana, ela não era boa. Os olhos dela lhe diziam isso.

Thaís: Vamos Thur, Carla falou que você tem que ligar imediatamente para ela quando chegasse ao hotel. Vamos... — disse empurrando Arthur para frente. Ele olhou para Geovana e sorriu, dando as costas para ela e então passou a caminhar junto de Thaís. — Safado.

Arthur: O que eu fiz?

Thaís: Não quero você perto dessa peituda. Aviso desde já que são falsos, fique com os de sua mulher que são naturais e muito mais bonitos, tá? — começou a falar descontroladamente e Arthur começou a rir. — E além do mais os olhos dela não são tão bonitos assim, parece um esquilo de tão grandes. Ela superou até a Sarah.

Arthur: De onde você tira essas coisas? — perguntou incrédulo.

Thaís: Melhor me obedecer eu estou de olho em você, garotinho. — fez um gesto com os dedos perto de seus olhos.

Arthur parou em frente à porta do quarto dele. Entrou ainda rindo das loucuras de Thaís. Gostaria muito de saber de onde vinha tanta bobagem. Assim que terminou de arrumar suas malas, tomou um banho e ligou para Carla, viu que já eram duas da tarde, precisava almoçar. Ao pensar nisto, alguém bateu em sua porta e ele foi abrir, era Thaís e Rafael dizendo para ele ir com eles comer no restaurante do hotel. Aceitou e desceram até o restaurante. Escolheram uma mesa e pediram os pratos.

A comida era saborosa e as besteiras que Thaís falava faziam tanto Arthur quanto Rafael rirem. O irmão pode perceber que o clima entre Thaís e Rafael estava mais calmo, os dois riam e conversavam civilizadamente. Apesar de todo o ciúmes, sabia que Rafael era o homem certo para sua irmã. Ou era o único que aguentava as loucuras de Thaís. Mas, para estar com ela há tanto tempo, sabia que era verdadeiro o sentimento deles e não restava nada mais para ele que não fosse torcer para que dessem certo. 

Xxx: Olá chefe!

Foi uma surpresa para Arthur ver Júnior ali. Era terça feira e na corrida anterior ele tinha chegado muito atrasado, não esperava que ele fosse obedecer à regra de chegar ao começo da semana. Ele estava sozinho e com um sorriso no rosto, na cabeça um boné da Ferrari.

Arthur fez um aceno com a cabeça e ele pediu para sentar junto com eles, o chefe concordou e ele se sentou. E então seus olhos pousaram na loira sentada na mesa, que conversava com um homem. Ela desviou os olhos do homem e olhou para ele, recebendo um sorriso de Júnior. Ele olhou mais profundamente, tentando se lembrar de onde conhecia aquela mulher, logo descobriu que era das corridas da Indy.

Júnior: Você não é a Thaís Picoli? — com um sorriso no rosto ele perguntou. Thaís deu um pequeno sorriso. — Se você correr na mesma intensidade de sua beleza, estará de bom tamanho. — maliciosamente ele disse ainda olhando para Thaís. Logo seus olhos desceram para o pequeno decote dela, em formato de V. Novamente sorriu.

Thaís: Isso era o conquistador que você me falou? — debochadamente ela falou para Arthur. O irmão começou a rir, enquanto Rafael mantinha o rosto fechado. — Que decadência. — revirou os olhos. — Se você corresse no mesmo nível de seu inflado ego, também estaria de bom tamanho. É uma pena que não acontece... — com um sorriso angelical ela finalizou, vendo a cara que ele ficou.

Arthur: Não mexe com a minha irmã, Júnior. E aquele é o namorado dela.

Júnior: Namorado? Se fosse namorado estaria me acertando um soco neste exato momento. — debochou, olhando para Rafael.

Rafael: Não preciso lhe acertar um soco, eu confio na minha namorada.

Júnior: Não deveria... Não a partir de hoje. — mais um sorriso foi dado e Thaís gargalhou olhando para Rafael que ficou sem reação. Júnior levantou da mesa antes de fazer seu pedido e jogou o guardanapo. — A gente se vê Thaís. — com uma piscada ele saiu da mesa e foi embora do restaurante.

Thaís: Que panaca! — ela dizia em uma crise de risos. Rafael estava de cara fechada e Arthur ria junto da irmã.

Arthur: Não fique perto dele Thaís.

Thaís: Ele não é louco de encostar a mão em mim. Ou você não lembra que tive umas aulinhas de boxe no ano passado? — fez um gesto com as mãos imitando um golpe.

Rafael: Seu irmão tem razão, não chegue perto dele.

Thaís: E você está falando o que? Deveria ter acertado um soco nele para me defender. Nisso ele tinha razão. — cruzou os braços. — O cara me canta na sua frente e você fala que confia em mim? Pelo amor de Deus. — revirou os olhos.

Rafael: Eu não deveria confiar em você? Dá um soco você nele, sabe se defender não sabe? Pratique seu boxe com ele...

Arthur: Eu estou indo embora antes que ela pratique o boxe dela em você. Não quero mais brigas pro meu lado. Tchau. — levantou da mesa, deixando os dois sozinhos.

Já podia prever que a briga não acabaria ali, o gênio de sua irmã não deixava que ela encerrasse uma briga sem se dar por vencida. E não estava a fim de ver Rafael e Thaís se repudiar para cinco minutos depois, estarem aos beijos.

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Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora