Capítulo 99 :

400 58 45
                                    


Quando estava indo embora, um dos homens, o presidente da companhia de petróleo que estava patrocinando a corrida, levantou da mesa e pronunciou.

Xxx: Trouxemos um presente de boas vindas a todos vocês. Espero que gostem e desfrutem... — logo voltou a se sentar e uma música começou a soar.

As luzes do restaurante se apagaram e uma cortina se abriu. Atrás de uma luz escura, saíram duas dançarinas vestidas com trajes típicos e dançavam dança do ventre. Júnior que estava completamente disperso, ao olhar para as duas mulheres quase caiu da cadeira. Arthur começou a rir com a reação dele.

Os homens árabes começaram a bater palmas e as duas dançarinas se aproximaram sorrindo. Arthur olhava e não podia esquecer-se de Carla falando das odaliscas e ele a acalmando. Que ela nem sonhasse com o que estava acontecendo agora.

As duas mulheres morenas e com traços tipicamente árabes estavam vestidas com uma roupa azul e a outra de branco. Saias longas com cinturões com cristais que balançavam no ritmo da dança. Um sutiã decorado com cristais deixava a barriga à mostra. Os véus eram decorados também com cristais e giravam com uma velocidade surpreendente. Elas se dividiram, uma indo para o lado esquerdo e o outro para o direito. A de roupa branca, parou na frente de Arthur e Júnior e os dois ficaram olhando a mulher dançar.

Júnior estava com a boca quase tocando o chão. Ergueu uma das mãos para tocar na mulher, mas ela recuou. E voltou sua atenção a Arthur, deu um giro e fez seu véu tocar o rosto dele. Ele estava parado, olhando aquilo sem saber nem o que pensar. Quando se deu conta, um dos árabes já estava dançando com a outra bailarina. Essa que estava em sua frente, foi rodopiando até chegar junto dos dois.

Júnior: Eu necessito que essa mulher dance assim, mas lá no meu quarto. — ainda boquiaberto ele disse e Arthur deu um tapa na nuca dele.

Arthur: Se alguém te ver com uma dessas mulheres por aqui, mesmo que esteja apenas segurando a mão dela, você está encrencado. Eles proibiram até mesmo as paddock girls.

Júnior: Como assim? Proibiram as meninas? E como vai ficar meu lanchinho entre as refeições? — abriu a boca, fingindo estar revoltado.

Arthur tampou os olhos e respirou fundo. Júnior às vezes o irritava. E irritava olhar para ele e lembrar das diversas fotos que saíram na internet, jornais e revistas dele e de Thaís durante toda a semana passada. Carla bem que tentou esconder dele durante alguns dias, mas as fotos e reportagens estavam espalhadas para todos os lados.

Arthur: Toma juízo Júnior e depois tenho que conversar com você sobre um assunto muito sério. — disse e Júnior apenas assentiu com a cabeça e voltou a olhar para as mulheres.

Arthur sorriu, era um menino aproveitando a vida como um louco. Esperava que ele sossegasse ao encontrar uma pessoa que amasse de verdade. Pouco depois, Arthur decidiu ir embora e subir para sua suíte, estava cansado de toda a agitação da viagem. Entrou no elevador e ouviu um grito.

Xxx: Hey segura o elevador para mim!

Automaticamente as mãos dele foram para as portas, segurando. Ao olhar para o rosto da mulher que entrava, teve vontade de dar meia volta e sair, mas era educado demais para fazer isso.

Geovana: Oh Arthur é você. — os belos olhos de Geovana o fitaram e um sorriso apareceu no rosto dela.  A porta do elevador se fechou e Arthur apertou o botão em seu devido andar. Geovana pediu o décimo sétimo e ele também apertou. — Pensava que chegaria amanhã.

Arthur: Me adiantei um pouco, tenho algumas pendências.

Geovana: E você está bem? Como passou essas semanas? — um sorriso gentil apareceu novamente e ele apenas continuou olhando para ela.

Arthur: Muito bem. Aproveitei com minha esposa e meus filhos.

Geovana: Carla está um pouco mais calma por conta das revistas? — ela disse baixo, como se fosse um segredo e Arthur deu um passo para trás.

Arthur: Ela está ótima. Mais perfeita do que nunca. — deu um sorriso e viu ela assentir, olhando para o chão e buscando algum novo assunto.

Geovana: Sei que pediu para que nós nos afastássemos, mas queria pedir que isso não atrapalhasse nossa relação profissional. Preciso que você fale as coisas para mim, sabe como é. Assim como sempre foi.

Arthur: Sem problemas algum Geovana.

Geovana: Aceitaria tomar um drink qualquer dia desses e me contar da suposta caixa de direção nova do carro? — um novo sorriso apareceu.

Arthur temeu aquele. Os olhos dela escureceram e ele viu que ela estava maliciando as coisas.

Arthur: Qualquer dia, quem sabe.

O elevador apitou no andar dela e Geovana olhou para ele pela última vez e sorriu, saiu do elevador e acenou antes que a porta fechasse. Arthur soltou o ar para logo depois respirar profundamente. Seu pensamento foi para Carla, que o mataria se descobrisse que ele esteve em um ambiente com a odaliscas e logo depois com Geovana em menos de uma hora. Seria um homem morto, sem dúvidas.

~~~~

No Brasil, Carla quase não tinha dormido a noite, por conta da falta de Arthur em sua cama. Sentia-se sozinha e incompleta quando ele não estava ali com ela e passaria mais uma semana quase não dormido pelas saudades que sentia do marido.

Tomou café e levou os filhos para o colégio e foi direito para a agência, precisava se ocupar ou então entraria em colapso. Mary lhe deu bom dia e logo entrou na sala com ela, lhe passando sua agenda. Todos na agência estavam agitados por conta do desfile em São Paulo, que inauguraria uma filial na loja que ela e Sarah tinham em sociedade. Todos estavam em êxtase, com essa oportunidade de viajarem e trabalharem na maior metrópole do Brasil. Estava dando trabalho, mas Carla sabia que valeria a pena ao final.

Ligou seu computador e começou a procurar alguns lugares disponíveis para o desfile, mas tudo não lhe agradava. Queria algo grandioso e deslumbrante, mas não conseguia se concentrar em absolutamente nada que não fosse a foto de seu plano de fundo do computador, ela e Arthur da última vez que foram para Arraial do Cabo. Não conseguia desviar os olhos do sorriso dele. Até o momento que um furacão invadiu sua sala, batendo a porta. Atrás, estava Mary reclamando.

Mary: Desculpe Carla, ela nem esperou que eu avisasse.

Se desculpava enquanto olhava para Thaís que já estava puxando a cadeira em frente da mesa de Carla para sentar. Carla olhou para a cunhada e viu que ela não estava bem, nem um sorriso, os óculos escuros em um ambiente fechado. Thaís não era assim.

Comentem

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora