Capítulo 122 :

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Sozinha. Sozinha. Sozinha.

Era a palavra que martelava na cabeça de Carla em todos os momentos. Sozinha era como se sentia quando olhava a cama vazia. Sozinha quando acordava sem ele do seu lado. Sozinha quando via as matérias nas revistas especulando a separação deles, ao registrarem fotos de Arthur se mudando para o apartamento que um dia já dividiram em Milão.

Sozinha por não ter ninguém ao seu lado. Sozinha ao ver seus filhos a ignorando. Sozinha ao saber que sua amiga estava longe. Sozinha ao ver sua família e a de Arthur pouco se importando com ela. Sozinha porque ninguém a entendia. Sozinha porque não tinha com quem conversar.

Sozinha. Sozinha. Sozinha.

Xxx: Meu Deus, você está horrível! — a voz conhecida, invadiu o silêncio do quarto.

Carla estava ali há dois dias. Havia comida pelos móveis. As cortinas estavam fechadas. Ela de pijama em pleno sábado as duas da tarde. Olhou para a mulher e não acreditou ao ver quem era.

Anne: A mamãe tem medo de vir e você a maltratar.

Carla: E por isso veio você, Anne? — debochou, sentando na cama e a irmã se aproximou.

Anne: Nos brigamos a todo momento, não tenho tanto medo de você assim. — deu de ombros e arrancou o edredom dela. — Já deu essa cena de coitada, não é? Você vai acabar em depressão.

Carla: Achei que você não se importasse com a minha vida.

Anne: Não me importo. Mas realmente está me doendo ver o Lucas naquele autódromo sem o pai nem a mãe. Ele está com uma carinha de cortar o coração, logo no dia que era para ser o melhor da vida dele. Se ele ganhar, ele vai para a Europa, Carla. Você sabe o quanto seu filho quis isso.

Carla: Ele não me convidou.

Anne: Você é a mãe dele, não precisa de convite, tem a obrigação de estar lá. Por favor, pare com esse drama. O Arthur está longe e ele só volta quando você realmente quiser. Por isso, acho que é hora de se erguer novamente e mostrar quem você é, antes que você realmente perca tudo que tem.

As palavras de Anne, fizeram Carla pensar. Ela estava certa, ninguém faria nada por ela, senão ela mesma. Se quisesse ter seu marido de volta, ela teria que lutar por isso.

Anne: Eu aprendi que quando a gente ama, temos que passar por cima de várias coisas do que para nós é importante. Se você quer ele de volta, passe por cima do que julga ser importante para você. Porque você pode conquistar coisas muito melhores, do lado de quem realmente importa.

Carla: Anne... Eu não sei nem o que falar. — os olhos dela estavam cheios de lágrimas.

Anne: Não fala, age. Levanta dessa cama, toma um banho e vamos para a corrida. Porque seu filho precisa de você lá. — ofereceu sua mão para Carla e ela aceitou, levantando da cama.

Foram até o banheiro e Anne abriu o chuveiro, enquanto Carla se livrava do pijama. Tomou banho, sentindo a água levando momentaneamente todos seus problemas. Iria achar forças para enfrentar aquilo e ser forte. Mostrar para Arthur que ela podia muito bem ser quem ela quisesse ser.

O autódromo era a alguns minutos da casa de Carla, um pouco afastado da cidade. Foi no carro de Anne, em silêncio, pensando em como deveria agir. Haveria repórteres, que já deviam estar supondo sobre a separação dela de Arthur. Ela teria que ser forte. Ao chegarem lá, olhou para Anne e se surpreendeu quando a irmã lhe deu um sorriso que passou uma enorme confiança para Carla. Estava ficando louca ou Anne realmente estava se importando com ela?

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora