Capítulo 178 :

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Era já noite em Londres, quando Júnior enfim conseguiu achar o endereço que Lucas lhe passou pelo telefone. Era um hotel no centro de Londres, que certamente ninguém imaginaria que o filho de Arthur Picoli se hospedaria. Falou o nome dele na recepção e recebeu o número do quarto que ele estava. Subiu a escada e não foi difícil encontrar o quarto, assim que o garoto abriu a porta, Júnior se surpreendeu ao vê-lo mais magro e com uma aparência cansada.

Júnior: Andou se drogando é? — empurrou ele e passou pela porta. Lucas revirou os olhos e fechou a porta, já vendo Júnior sentado na cama do pequeno quarto.

Lucas: Não uso drogas. — sentou ao lado dele e Júnior deu um tapa nas costas dele. — Se for para me xingar, não precisa, pode ter certeza que já ouvi muita coisa.

Júnior: Não chuto cachorro morto, amigão. Não se preocupe. — ele bagunçou o cabelo de Lucas que já estava mais do que bagunçado. Parecia que ele não via a cor da água a uns dois dias. — Vim para te ajudar.

Lucas: Meu pai te mandou aqui?

Júnior: Não, nem ele nem sua mãe sabem onde você está. Na verdade ninguém sabe que eu estou, nem sua tia, que por acaso agora é minha namorada. — ele suspirou e Lucas o olhou estranho. — Ok, eu soube que você está passando por uns maus bocados garoto e quero te ajudar, pois sei bem como é isso.

Lucas: Sabe como é destruir sua família e sua vida? Bem vindo ao clube. — ele revirou os olhos e Júnior respirou fundo, entendendo toda a depressão dele.

Júnior: Não, sei o que é estar sozinho no meio do nada com um monte de sonhos e nenhuma condição deles se realizarem. — disse e ganhou a atenção de Lucas. — Você tem tudo para conseguir o que quer, só precisa de foco.

Lucas: Eu me demiti da F3.

Júnior: Pena que é tão burrinho... — ele deu um tapa na cabeça de Lucas. — Por que fez isso?

Lucas: Aquele lugar só me deu coisas ruins. Não era aquilo que eu queria, eu só consegui me tornar uma péssima pessoa. Eu queria ser um campeão e olha onde eu estou. — ele deu de ombros e Júnior se surpreendeu com aquilo. Talvez Lucas não fosse tão perdido assim. — Eu não sei o que eu faço da minha vida, mas pelo menos acho que consegui resgatar um pouco do que eu era.

Júnior: Não se preocupa não garoto. Eu vou fazer por você o que não fizeram por mim, arruma suas coisas que nós vamos para a Itália.

Lucas: Itália? — arregalou os olhos e não entendeu completamente nada.

Júnior: Você vai trabalhar comigo na Ferrari, como meu mecânico. Sei que não é o que vossa alteza deseja para sua vida, mas vai começar assim como eu, de baixo. Aceita?

Lucas: Eu? Mecânico? — ele fez uma cara estranha e Júnior o repreendeu. Ele era um Picoli, como apareceria como um simples mecânico.

Júnior: É um trabalho tão digno como qualquer outro e se quer saber, vai ganhar muito mais do que ficar aqui.

Lucas: Meu pai não vai deixar, ele não me quer por perto dele.

Júnior: Seu pai não precisa saber.

Lucas: Ela trabalha na Ferrari, Júnior. Como não vai saber? — perguntou e Júnior rolou os olhos.

Júnior: Aceita ou não? Os problemas, eu resolvo.

Lucas: Eu... Eu aceito. — ele respondeu, sem ter muita certeza.

De fato, trabalhar na Ferrari era muito mais legal do que ficar parado naquele hotel sem qualidade. Júnior então o apressou a guardar suas poucas roupas que trouxe e logo depois ir fechar sua conta no hotel. Dali mesmo foram para o aeroporto, onde um voo partiu para Maranello, às duas da manhã. Em apenas quatro horas, pousaram e foram para a casa de Júnior que ficava perto da fábrica da Ferrari.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora