Capítulo 32 :

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Thaís procurou Rafael por todo o barco, já estava pensando que ele voltou nadando para casa quando o achou deitado em uma cama de um dos quartos. Suspirou e fechou a porta do quarto atrás de si, indo até a cama e sentou ao lado dele.

Sabia o quanto Rafael era bom com ela, o quanto de paciência ele tinha e tinha que admitir que às vezes se aproveitava disso, mas também o conhecia muito bem para saber que ele já estava esgotado da história do casamento e o que falou na frente de todos era a prova disto. Eu Seria ridículo ficar irritada com ele pelo o que disse na frente de sua família e seus amigos, já tinha feito tantas coisas piores para ele, mas não pode evitar sentir uma coisa estranha, ele nunca brigava com ela, muito menos gritava.

Thaís: Rafael... — acariciou o rosto dele o chamando de leve. Sabia que não adiantaria chegar feliz, beijando ele e o agradando. Ele não a olhou em nenhum instante, continuou fitando o teto branco. — Não seja infantil amor. — tentou passar novamente a mão no rosto dele, mas Rafael levantou em um pulo da cama, ficando sentado e olhando para ela.

Rafael: Infantil? Eu estou sendo infantil. — começou a rir sarcasticamente e Thaís ficou em silêncio. — Você tem certeza que eu estou sendo o infantil aqui?

Thaís: Você está sendo grosso.

Rafael: Você está sendo insuportável. — retrucou. Thaís abaixou os olhos e levantou da cama, passando a caminhar para lá e pra cá.

Thaís: Estamos mesmo brigando por casamento, Rafael? Não está tudo bem? Por que não podemos continuar assim? — o riso novamente sarcástico de Rafael estava começando a irritar.

Rafael: Você é inacreditável. — revirou os olhos e olhou para ela. — Vamos lá Thaís, me fale porque não devemos nos casar. Me dê motivos. — cruzou os braços e teve vontade de rir da cara que ela fez. Talvez ela nem tivesse motivos.

Thaís: Motivos? — perguntou engolindo em seco, ele assentiu. — Bom... Minha carreira.

Rafael: Isso é desculpa. Pode casar e trabalhar. — balançou os ombros e estava vendo a hora que Thaís pularia em cima dele e o enforcaria.

Thaís: Filhos.

Rafael: Desculpa também. Não precisamos ter filhos agora.

Thaís: Convivência.

Rafael: Desculpa. Já praticamente moramos juntos.

Thaís: Meu gênio.

Rafael: Desculpa. Já terminamos muitas vezes por causa do seu gênio forte, mas alguma vez deixamos de voltar? — perguntou à ela que já estava vermelha de raiva.

Thaís: Você está me obrigando a casar! — gritou com ele, mas ao ver a cara que fazia, os dois caíram na gargalhada. — Agora me dê motivos você. Por que quer casar comigo? — ergueu uma das sobrancelhas e ele sorriu.

Rafael: Meu único motivo é que eu te amo e quero estar para sempre com você. Apenas por isso Thaís. — ele continuou olhando para ela que após sua declaração ficou em completo silêncio por algum tempo.

Tinha certeza que não existia homem mais perfeito que Rafael em todo o mundo, ninguém mais a respeitaria tanto, a amaria tanto. E apesar de todas as brigas, como o amava. Não tinha dúvidas alguma que ele era o homem da sua vida, que passaria com ele o resto de sua existência. Mas, casamento era uma palavra tão forte e a assustava tanto.

Thaís: Eu tenho tanto medo... — confessou por fim e ele sorriu, indo até ela e a abraçando. — Tenho medo de você não me aguentar, eu sei que sou insuportável e é por isso que tenho medo. Tenho medo de você enjoar de mim. Tenho medo de ter filhos, tenho medo de ser irresponsável, de não saber lidar com um casamento. Eu nunca quis casar... Nunca. Eu tenho medo de perder você, amor. — ela colocou as duas mãos no rosto dele enquanto dizia desesperadamente.

Mesmo sem perceber algumas lágrimas já rolavam pelo rosto de Thaís e Rafael ainda estava um tanto abobado, era tão difícil vê-la chorando e ainda mais o chamando de amor. Ela continuou olhando para ele ao terminar de falar que a beijou.

"Nós mesmo que dizemos que temos problemas, somos quem os cria". A voz de Carla dizendo isso no avião ecoou em sua cabeça e assim que Rafael a soltou, olhou novamente para ele e o abraçou, com toda a força que podia.

Thaís: Eu te amo tanto.

Rafael: Eu também te amo, você não sabe o quanto minha louquinha. — beijou a testa dela que sorriu e voltou a olhar para ele. — Eu vou deixar você pensar direito, está bem? Vou voltar para a capital e você continua aqui, quando voltar também, nos conversamos.

Thaís: Não quero que vá.

Rafael: Vai ser o melhor, assim podemos pensar em paz Thaís. — os dois sorriram um para o outro e ele a puxou novamente para outro beijo.

Ficaram juntos por mais alguns minutos dentro do quarto e resolveram voltar para onde estavam antes, assim que chegou Carla já foi puxando Thaís para outro lado junto de Raquel. Viram o pôr do sol e após um dia inteiro à bordo, voltaram para casa, com Gui e Rodolfo sendo carregados por Arthur e Alonso, de tão bêbados que ficaram. Carla apenas ria junto de Raquel e Thaís, talvez ninguém estivesse muito sóbrio ali.

~~~

Carla subiu para o quarto e tomou um banho, quando estava se trocando Arthur entrou no quarto, se jogando na cama. Ela fez uma cara feia, ele estava todo sujo de areia, ainda úmido pelo mergulho em alto mar e deitado na cama limpa. Terminou de pentear o cabelo e foi até o quarto, cutucando a barriga dele.

Carla: Thur? — debruçou- se em cima dele que parecia cochilar. Olhou para cima e ele estava sorrindo. — Bebê? — beijou-lhe os lábios e sentiu os braços dele abraçando sua cintura. — Você está bem?

Arthur: Dor de cabeça. — ele franziu a testa fazendo uma careta de dor e Carla deu outro beijo nele.

Carla: Bebeu como um louco. — revirou os olhos e ele sorriu.

Arthur: Não bebi.

Carla: Sei. Tá até com a barriguinha de cerveja — Ela deu tapinhas na barriga dele, ele fez careta.

Arthur: Deixa meu buchinho. — disse sorrindo. Ele fechou os olhos novamente, Carla percebeu que ele não estava muito bem mesmo.

Carla: O que posso fazer por você, bebê? — acariciou o rosto dele e o viu abrir os olhos rapidamente e em seu rosto aparecer um sorriso malicioso. Carla começou a rir e sentiu ele a segurando pelos braços e passando a ficar por cima dela, olhou para ele e sorriu.

Arthur: Acho que você sabe muito bem. — olhou para ela que riu.

Carla mais uma vez e o agarrou pelo pescoço, fazendo ele se deitar mais uma vez por cima dela. Beijaram-se e ao sentir a mão de Arthur acariciando toda a lateral de seu corpo, desvencilhou-se dele. Arthur a olhou sem entender para ela que estava sentada, arrumando o cabelo.

Arthur: O que foi, amor?

Carla: Temos que descer. Você tem que tomar banho. E tem um monte de pessoas passando pelo corredor toda hora. — enumerou os motivos com os dedos e Arthur continuou olhando para ela perplexo.

Arthur: Você é cruel.

Carla: Vá tomar banho, Thur. — o ouviu bufar e riu.

Estranhou a obediência dele, que foi sem nem reclamar para o banheiro.

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Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora