Capítulo 170 :

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Dentro do box, Júnior estava com uma chave de fenda, apertando os parafusos do banco do carro, que estava lhe incomodando as costas. Tudo estava em silêncio, por conta dos mecânicos estarem em horário de almoço e ele tinha ficado ali para arrumar o banco, pois nunca ninguém lembrava desse problema.

Ao escutar o barulho de uma coisa caindo no chão, ele olhou e viu Thaís parada na frente dele sentada em cima da bancada e com seu capacete caído no chão. Ele ergueu o corpo, deixando os parafusos para lá e olhou para ela. Estava com as pernas torneadas descobertas por conta do short jeans curto, a pele bronzeada era mostrada pela blusa xadrez e diferente de todas as mulheres que passavam por ali, ela estava com um tênis já meio velho, mas com certeza, o que mais lhe chamou a atenção, foi o sorriso que ela estava. Era como se lembrava dela da primeira vez que a viu.

Thaís: Já te disseram que esses macacões desabotoados são extremamente sexy? — ela moveu a cabeça para o lado, analisando ele.

Júnior evitou de sorrir e manteve-se sério. Era impressionante que mesmo bravo com Thaís, não conseguia resistir a ela.

Júnior: E eu já não te disse que quero você longe de mim? — ele cruzou o braço e Thaís deu de ombros. — Eu estou trabalhando, me deixa em paz.

Thaís: Eu tive que sair da minha casa ontem, passar uma noite em Londres sem conseguir dormir, comer a comida horrível do avião que me trouxe para Cingapura, roubar uma moto para fugir dos seguranças para te ver e você vai me mandar embora? — ela arqueou a sobrancelha.

Júnior ficou parado, analisando aquela informação. Ela ter feito isso significaria o que?

Júnior: Perdeu a viagem. — deu de ombros.

Thaís negou e com um sorriso malicioso, desceu da bancada e ficou próxima dele. Ela subiu as mãos até o primeiro botão de sua camisa e o desabotoou, fez o mesmo nos outros dois, deixando transparecer seu sutiã. Júnior ficou boquiaberto.

Thaís: Tem certeza disso? — olhou para ele provocante e Júnior respirou fundo. Não acreditando no que teria que fazer.

Júnior: Certeza absoluta. — ele segurou a blusa dela, tampando a visão dos seios dela. — Me deixa em paz. — ele olhou para ela e viu que Thaís não desistiria tão fácil, por isso saiu do box e foi almoçar.

Enquanto Thaís deu um sorriso e abotoou a blusa novamente. Sabia que não seria fácil convencer Júnior, ela já esperava por essa. Partiria agora para seu plano B.

Após os treinos acabarem, todos começaram a se encaminhar de volta ao hotel. Carla voltou com Boninho, porque Arthur disse que ficaria mais algum tempo. No carro estava Júnior, que desde que encontrou com Carla, estava completamente estranho. Ela, não querendo estragar nada para o lado de Thaís, trocou apenas poucas palavras com ele.

Quando chegaram ao hotel, Júnior subiu direto para o quarto. Estava cansado e amanhã teria treino logo cedo. A única coisa que gostaria naquele momento, era tomar um banho e comer uma boa comida. Saiu do elevador e foi direto a porta do seu quarto, pegou o cartão magnético, que na primeira tentativa foi rejeitado. Assim como nas outras três. Já irritado e pronto para descer na recepção e reclamar, viu no chão um papel dobrado, abaixou-se e leu.

" Sua reserva nesse quarto foi cancelada. Suas bagagens se encontram em seu novo quarto, número 5456 no 15º andar."

Só poderia ser brincadeira, ele concluiu, pegando o elevador novamente e batendo no botão do 15º andar com raiva. Era impressionante que quando mais queria deitar na sua cama e ficar em paz, as coisas desandavam. Quando chegou no corredor do andar, procurou o número do quarto e a porta estava trancada. Tocou a campainha e ouviu alguns barulhos dentro do quarto, para segundos depois a porta ser aberta e ele dar de cara com Thaís, que sorria abertamente como se acabasse de ser pega por uma travessura infantil.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora