Capítulo 186 :

459 60 47
                                    


Durante todo o resto da noite, Carla continuou perguntando sobre Lucas para Arthur e quando ele disse que iria dormir, por estar cansado e ter que acordar cedo no dia seguinte, ela continuou acordada pensando em seu filho.

Como ele tinha se virado tão bem sem a ajuda de ninguém? Era desesperador saber que seu filho passou por tantas coisas sozinho, enquanto ela e Arthur estavam se divertindo em Mônaco e achando que o filho estava aprendendo sobre a vida em Londres. Era horrível pensar que enquanto todos estavam em uma bela casa, em família e passando por ótimos momentos, Lucas via tudo de longe, sem querer se aproximar por receio. Ela concordava plenamente com o que Arthur disse na conversa, ele ficou sozinho um bom tempo, aprendeu muitas coisas e parecia ser o mesmo garoto que era antes, não tinha mais porque ficar longe da família, naquele momento tão feliz da vida de todos.

No dia seguinte, logo pela manhã, foi feita uma reunião na Ferrari com todos os funcionários para discutir algumas coisas da corrida de logo mais e no final, Arthur disse que tinha que fazer um comunicado sobre o mecânico Luigi, fez com que Lucas fosse até seu lado e finalmente contou a todos de quem se tratava e uma parte da história. Júnior arregalou os olhos e se encolheu na cadeira, pois sabia que sobraria para ele, pois dizia durante todos esses meses que Lucas estava em Londres trabalhando.

Para toda a equipe, foi um choque saber que conviveram por tanto tempo com o filho de Arthur, sem que ele próprio soubesse. Ao final, tudo se resolveu, após uma reunião em particular com Montezemolo e Arthur, foi decidido que Lucas continuaria na Ferrari. Assim que saíram da reunião, Arthur e Lucas desceram para almoçar e ao chegarem no refeitório, sentaram na mesa onde estava Júnior e Rodolfo conversando.

Arthur: Não sei se te mato ou te agradeço. — disse assim que sentou ao lado de Júnior. Ele o olhou e deu um sorriso, entre uma garfada de macarrão e um gole da água.

Júnior: Foi errado, mas ele sobreviveu, não?

Perguntou olhando para Lucas que comia entretido com a conversa com Rodolfo, Arthur também olhou e sorriu. Seu filho estava bem, estava feliz e novamente era um garoto normal como sempre foi.

Arthur: Vou ser grato pelo resto da vida pelo o que você fez por ele. Era exatamente isso que eu queria que o Lucas virasse.

Júnior: Ele só precisava de um tempo longe de toda essa badalação que para uma pessoa da idade dele, é claro que deslumbra.

Arthur: Você está certo, obrigado de verdade. — bateu no ombro de Júnior que revirou os olhos e voltou a comer.

Arthur começou a comer e percebeu que Rodolfo estava meio aéreo, quase não falava nada e pouco tocava na comida. Ele não era assim nunca.

Arthur: Você está bem? — perguntou ao amigo que apenas assentiu. — Tem certeza?

Rodolfo: Claro que sim. — suspirou e continuou a remexer o macarrão.

Arthur olhou para Lucas que deu de ombros e voltou a comer. Segundos depois, Rodolfo soltou o garfo no prato e olhou para Arthur.

Rodolfo: O que você faria se descobrisse que pode ser pai de uma menina de dezessete anos? — ao dizer aquilo, Arthur e Júnior largaram o garfo e começaram a engasgar. Lucas apenas olhou para Rodolfo e começou a prestar atenção.

Arthur: O que você está falando?

Rodolfo: A filha da Sarah me procurou ontem falando que eu posso ser pai dela. — disse completamente nervoso. Arthur olhou para Lucas que suspirou. — Arthur, você é amigo dos dois, me diz, tem alguma chance daquela menina ser minha filha?

Arthur: Isso é tudo minha culpa. — respirou fundo. — Tive uma briga com o Luan, por causa do que ele e a família dele fizeram para a minha irmã. Acabei falando no meio da briga, sobre a possibilidade da Alice ser sua filha, porque a Sarah sempre soube que havia uma grande chance. Ela ouviu e deve ter ficado com isso na cabeça, peço desculpas por isso.

Rodolfo: Você falou isso para a menina?

Arthur: Foi sem querer, não era para ela ouvir. Mas, Rodolfo, é claro que há chances da menina ser sua filha, pelo o que a Carla me falava, quando a Sarah engravidou, ela estava de um mês e meio, sendo que tinha voltado com o Luan há poucos mais de vinte dias. Ele nunca deixou que ninguém tocasse nesse assunto, quase ninguém sabe disso e sempre rolou a dúvida se ela engravidou antes da separação ou durante. — Ao dizer aquilo, Rodolfo apoiou a mão na cabeça e suspirou.

Lucas: Você precisa fazer um teste de DNA, a menina só quer saber quem ela é, da onde ela veio, isso é o mínimo que você pode fazer por ela, além de matar a sua dúvida. — se meteu no meio da conversa e recebeu a atenção de Rodolfo.

Rodolfo: Eu não quero ter uma filha. Olhem para mim, acha que eu posso mesmo ser um pai para alguém? Eu não nasci para isso. Inclusive fiz uma vasectomia para que isso nunca acontecesse.

Júnior: Então ela não é sua filha. — revirou os olhos.

Rodolfo: Eu fiz há dez anos. — bateu com a mão em sua testa.

Arthur suspirou. Alice estava ferrada, tanto na mão de Luan quanto na de Rodolfo, pois sabia que no fundo a garota só queria ter um pai de verdade e ele sabia que nenhum dos dois a trataria da forma que ela gostaria de ser tratada.

Lucas: A Alice é a pessoa mais maravilhosa e especial do mundo, você não devia desperdiçar a chance de ter ela por perto. E ela tem todo o direito de querer esse teste e você é obrigado a fazer, sabia? O Luan pode ter dado tudo para ela, menos o principal, o amor. Se você não sabe ser pai, pelo menos seja um amigo para ela e tenho certeza que não vai se arrepender. — assim que terminou, pediu licença e levantou da mesa, deixando não apenas Rodolfo, mas também Arthur e Júnior abobados.

Rodolfo: O que ele tem com a menina?

Arthur: Eles namoraram por um tempo, faz uns meses que terminaram. — explicou.

Rodolfo assentiu e logo depois ficou quieto, pensando no que Lucas tinha dito, errado ele não estava.

Júnior: Eu concordo com ele, acho que o melhor que você tem a fazer é fazer o teste e se ela for sua filha, reconhecer. Tudo bem que filho deve só atrapalhar, trazer dor de cabeça, mas sei lá... É uma parte sua né? — franziu a testa e Arthur deu um empurrão nele.

Arthur: Como fala isso? Acha que não vai ter filhos não?

Júnior: Eu cuidei muito tempo do seu filho e por uns dez anos, quero distância de filhos e graças a Deus, sua irmã pensa a mesma coisa. — deu um sorriso e Arthur revirou os olhos.

Arthur: Também acho que deve fazer o teste, a garota merece isso. — deu um tapinha no ombro de Rodolfo que assentiu e logo depois, levantou da mesa.

Comentem

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora