Capítulo 140 :

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Os dias passavam intermináveis para Carla, presa naquele hospital, recebendo limitadas visitas e fazendo exames quase todos os dias. Há quase uma semana, tinha sido apresentada a sua fisioterapeuta, que duas vezes por dia, ia até o quarto dela. Embora as dores tivessem diminuído, ela ainda não havia entendido porque ainda não estava andando, porque o seu médico desconversava quando ela perguntava quando poderia levantar da cama.

Era uma quarta feira de tarde, quando Leandro entrou no quarto enquanto Carla tomava o café da tarde junto de sua mãe Mara. Estavam há algumas horas conversando sobre o que Carla faria dali para frente e embora ela estivesse ainda convicta da separação de Arthur, começava a chorar toda hora que lembrava ou que alguém tocava nesse assunto. Ele não tinha entrado mais no quarto, mas Maria Clara dizia que ele trazia ela e ficava na sala de espera, conversando com Leandro sobre seu estado.

Leandro: Boa tarde! — ele sorriu e se aproximou de Carla, tirando a coberta dela. — Como se sente?

Carla: Bem. — afirmou sorridente. — Paola veio aqui faz algum tempo, mas novamente ela não me colocou de pé.

Leandro: Ela me disse que você teve grandes avanços e eu tenho grandes novidades para você.

Carla: Quais?

Leandro: Você vai poder ir para sua casa muito em breve e quando digo muito em breve, é hoje.

Ao dizer isso Mara deu um pulo do sofá batendo palmas e comemorando. Carla começou a chorar de emoção, enfim sairia daquele inferno.

Leandro: A lesão na coluna está estável, embora você tenha que continuar de repouso absoluto e fazendo fisioterapia.

Carla: Está falando sério Leandro? Eu não consigo acreditar!

Carla começou a rir junto das lágrimas e Leandro assentiu, sorrindo. Mara parou de sorrir, ao se lembrar que sua filha ainda não andava e ela nem sabia disso.

Carla: Nem acredito nisso.

Carla se sentou rapidamente, ajudando com as mãos a colocar suas pernas para fora da cama. Assim que deu um impulso para frente, para colocar seus pés no chão, nem Leandro nem Mara chegaram a tempo de seguraram Carla, que não teve firmeza nas pernas e caiu no chão. Ela gritou, mais de susto do que de dor e Leandro correu para ajudar ela a pegou no colo e a colocou na cama. Ele pediu para que Mara saísse do quarto e quando fechou a porta e olhou para Carla novamente, ela estava chorando.

Carla: Doutor, tem algo que eu não estou sabendo? — perguntou seriamente.

Leandro: Carla, eu vim até aqui para te falar sobre isso também. Você irá para casa, porque está em perfeitas condições, sua lesão está controlada, seus ferimentos estão se curando e a batida da cabeça não teve nenhum dano. Mas isso não quer dizer que o trauma que você teve não foi grave, que seu corpo não sofreu algumas alterações. Você ficou mais de duas semanas em um hospital deitada, sem movimentação se recuperado de uma cirurgia na coluna e como em todo acidente, restam sequelas e é por isso que temporariamente você não irá conseguir andar... — ele nem conseguiu terminar de falar, Carla começou a chorar, chorar de um modo que ele ainda não tinha visto. — Isso é reversível Carla, por isso a fisioterapia...

Carla: Eu não vou andar? É isso que está querendo dizer? Por que não me falaram antes? — ela começou a gritar e Leandro se aproximou, colocando a mão no ombro dela.

Leandro: São apenas algumas semanas ou meses, Carla. É muito rápido, até o seu corpo se estabilizar. Você sente suas pernas e isso já é uma ótima coisa. Não se preocupe, vai tudo ficar bem.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora