Capítulo 146 :

388 58 72
                                    


Passava das nove da noite quando Carla ouviu a buzina do carro de Thaís, que tinha saído uma hora atrás para buscar Arthur e seus filhos no aeroporto. Desligou a TV da sala de vídeo e respirou fundo, já ouvindo os gritos de Maria Clara que tinha chegado. Empurrou a cadeira com as mãos e seguiu para a sala principal, onde a primeira pessoa que viu sentado no sofá foi Leandro. Ele a mirou com um sorriso no rosto e Carla apenas fechou os olhos, pedindo proteção para aguentar tudo aquilo.

Maria Clara: Mãe! Que saudades! — seu furacão preferido, veio correndo até ela e pulou em seu colo lhe dando um monte de beijos no rosto.

Carla: Tudo bem, meu amor? — por mais que tentasse fingir que estava feliz, era difícil e Maria Clara logo percebeu isso, lhe olhando preocupada.

Lucas: Oi mãe. — deu um beijo na testa da mãe.

Carla logo viu a cara de chateado do filho. Era a primeira corrida e ele tinha chegado em último, compreendia completamente o descontentamento dele. Assim que falou com Leandro, despertou Carla que encontrou o olhar de Arthur.

Não foi nem preciso pensar muito para entender porque Carla virou as costas e foi em direção a cozinha. Apenas não entendeu quando ao ir cumprimentar Leandro, ele levantou do sofá e fez o mesmo caminho que Carla antes de Arthur se quer falar alguma coisa. Olhou para frente e viu apenas Anne na sala olhando para ele. Maria Clara e Thaís tinham acabado de subir para o quarto, tagarelando como sempre.

Anne: É, acho que você está mesmo em desvantagem nessa casa. — ela sorriu e se aproximou dele que respirou fundo.

Arthur: Aqui todos já viram?

Anne: Sim, estava passando na TV. E a Maria Clara, já sabe?

Arthur: Mantive ela longe de todas televisões, bancas de jornais e da internet. Ela vai me odiar quando souber... — despencou no sofá e tampou o rosto com as mãos. — Você acreditaria se eu dissesse que foi tudo uma armação?

Anne: Pondo como fundamento as outras fotos e vídeos? Me desculpa Thur, mas é muito difícil de acreditar.

Suas desculpas eram sinceras, queria muito que aquilo fosse uma armação e pudesse ver os dois juntos novamente, mas ele não conseguia provar mais nada em sua defesa. Não havia mais algum meio de acreditar que ele se manteve fiel todo esse tempo.

Arthur: E como a Carla ficou? — olhou para a cunhada ansiando ouvir uma boa resposta, mas ela apenas suspirou e sentou ao seu lado no sofá.

Anne: Lembra quando você me disse que eu te ajudaria a salvar o seu casamento?

Arthur: Sim. E você é a única que pode me ajudar nisso.

Anne: Pois então, eu vou te contar uma coisa que você precisa saber para quem sabe começar a fazer algo. — ele a olhou com atenção e Anne buscou as palavras para tentar dizer aquele assunto tão delicado. — Carla e Leandro se beijaram... — disse de olhos fechados e o que ouviu foi a apenas o silêncio. Abriu os olhos e Arthur a olhava paralisado. — Ela decidiu seguir a vida dela e claro, que ele se prontificou a ajudar. — suspirou e segurou a mão dele. — Thur, você está bem? — perguntou ao ver ele completamente pálido.

Arthur: Quando foi isso? — a voz dele saiu estrangulada.

Anne: Hoje, após ela ver as fotos. — disse e ele fechou os olhos e trincou o maxilar. Anne viu ele ficando vermelho, cerrando os punhos e quando abriu os olhos, eles estavam cheios de lágrimas. — Thur, pelo amor de Deus, você vai acabar passando mal.

Arthur: Eles me pagam...

Quando Anne viu ele levantando, gritou por ele, mas Arthur nem se importou. Ela saiu correndo atrás dele, mas não conseguiu evitar que ele chegasse até a cozinha. Os olhos dele focalizaram Carla e Leandro, sentados na mesa. Ela comia uma salada de frutas e ele acariciava as costas dela. Joana olhou para Arthur e o olhar dela despertou Carla e Leandro, que ao olhar para o estado de Arthur, presumiram que algo tinha acontecido.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora