trinta e quatro.

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Maratona Bia triste 1/15
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Pietra 🦋

Eram diversas vozes dentro do meu quarto, e eu não ouvia nada do Lucca, o que me gerava uma angústia maior ainda.

A Ariel ameaçou de chorar, coloquei o peito na boca dela, eu tremia tanto, esse lugar essa escuro só tinha uma luz vermelha bem baixinha.

— Não chora filha por favor — sussurrei pra ela que me olhava.

Ariel: papa. — ela murmurou, piscando os olhinhos, fazendo bico sem tirar meu peito da boca.

Xxx: Conseguimos porra. — ele da risada. — vai ser preso dessa forma, dentro do seu morro, né não Reinaldo?

Reinaldo: Pode espancar, bandido é tratado dessa forma, John? — ele ri. — Pode descer o cacete, estamos em 17? Uma vez de cada, só não mata.

Fechei os olhos sentindo as lágrimas descer no meu rosto, ouvindo as vozes apertei a Ariel em mim.

— Fica quietinha princesa da mamãe — murmurei baixo vendo que eu não tinha controle nenhum da minha mão.

xxx: ora ora ora cadê minha sogrinha? — abri meus olhos rápido.

Aquela voz era conhecida, eu conhecia, essa frase...

Flashback on

Léo: Tá grávida ou não sogra?

Flashback off

Neguei com a cabeça, não era possível que era ele, a Liz não ia fazer isso com o pai dela, comigo, com a gente, não não não não ....

Léo: Fala alguma coisa, gato comeu sua língua sogro? Cadê aquela insuportável da sua filha, a menorzinha? — ele ri, mas não se é ouvida nenhuma resposta.

Xxx2: Apanhou pra caralho e não deu um pio chefe. — um outro falou, fazendo meu coração acelerar.

Léo: Cadê a gostosa da sua mulher? Usei tua filha mais queria mesmo era aquela gostosa da mãe dela. — ele ri. — Fala alguma coisa caralho.

Ouço o barulho de uma arma destravando.

— Não fala nada amor por favor, por favor — sussurrei pra mim mesma, sentindo uma sensação de medo como nunca senti nem quando eu fui sequestrada.

Apertei as mãos nos ouvidos da Ariel negando a cabeça.

— Caos — falei baixo lembrando da primeira vez que vi ele com a Dalila, Artemis e Hades lá na clínica todo transtornado.

Caos: Atira pra matar caralho, porque se me deixar vivo tu tá fodido, só vou descansar quando tiver tua cabeça na minha mão, se ligou não? — ouço a voz dele bolada em seguida de uma risada, a risada dele. — Tu vai se ligar do porque do meu vulgo ser caos.

Xxx3: Ma...mata logo che...fe. — gaguejando.

— Não faz isso comi...— escutei três disparos fazendo a Ariel se assustar com o peito na boca, minhas mãos estava no ouvido dela.

Apertei meus olhos negando com a cabeça sentindo as lágrimas escorrendo pingando no rostinho da Ariel.

xxx: Tira ele daqui caralho — neguei pra mim mesma.

— Caos não faz isso comigo, fala alguma coisa, deixa eu ouvir sua voz — sussurrei em silêncio.

Léo: Tranca a inútil da Liz naquele lugar que te falei. — ouço a voz dele. — Se ela não cometer suicidio por descobrir que usei ela pra chegar no pai vai morrer de fome. — ele da risada. — Vou voltar pro morro, lá sou só um vapor.

Ouço as vozes ficando distantes e a risada delas ecoando na minha cabeça, junto com o barulho do tiro.

Meu corpo tremia sem controle nenhum, meu peito tava um vazio gigante, o tiro ecoava minha cabeça com a frase dele "eu amo vocês pra caralho" .

Passei a mão nas paredes encontrando o celular.

Apertei o botão e já chamou.

Ligação On

Otto: Alô? Qual foi? Ligando pela emergência pô.
— Le..va..ram ele o..tto — eu não conseguia falar direito, minha cabeça não formava uma frase.
Otto: Como assim Dra? — ouço a voz dele nervosa. — onde você está? O que aconteceu?
— Vai atrás dele por favor — falei chorando fazendo a Ariel tirar o peito da boca começando a chorar.
Otto: Primeiro você pô, vou te tirar daí e você fica aqui com a Isa, vou achar ele, fica falando com ela.
Isa: Pie?
— Atiraram nele aqui eu ouvi eu ouvi — falei chorando desesperada.
Isa: Calma, a Ariel tá chorando tem o bebê. — ela falou mais desesperada que eu. — O Otto já saiu, ele vai chegar rápido, ele vai achar ele tá bom?
— Eu não consigo sem ele, ela sentiu, ela sentiu — falei olhando a Ariel chorando.
Isa: Quem sentiu? Da peito pra ela Pie.
— A Ariel ela sentiu de alguma forma eu juro — ouvi passos na escada rápido.

Otto: CARALHO — ouvi a respiração dele ofegante.

Ouço os passos dele e o barulho da cama sendo empurrada, com a respiração rápida.

Logo a claridade tomou conta daquele espaço que eu tava com a Ariel.

Ariel: papa papa — ela gritava chorando, olhei pro Otto sentindo as lágrimas descer sem esforço nenhum.

Otto: Vem com o tio. — ele pega ela, que se debate pedindo o pai dela. — Não olha ao redor, vamos lá pra casa. — ele falou me olhando, segurando a Ariel mesmo se debatendo e pegou uma blusa do caos, dando pra ela.

Sai do buraco e vi como o quarto tava revirado, neguei com a cabeça olhando o chão cheio de sangue.

Me sentei na cama levando as mãos na cabeça.

Otto: Vamos Pietra, vem. — ouço a voz do Otto preocupado. — Você tá grávida, vem.

— Só cuida dela um pouquinho Otávio, só me deixa ficar um pouco aqui — falei sem olhar pra ele — leva ela daqui.

Ele respirou fundo, concordando a contra gosto, saindo com a Ariel do quarto.

Real Vivência [M]  - Livro 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora