Real Vivência [M] - Livro 3

Cento e vinte

Liz 🌪️

Do nada fui pra Recife ter filho eu acho que é isso, por a vontade deles na frente da sua, passei por cima do meu orgulho e fui atrás do Dante, pelo sorriso da Ana, que eu só não tinha visto o sorriso como eu ouvia as gargalhadas dela.

A estrutura dele aqui era muito diferente da dele do Rio, também era estranho está no mesmo ambiente com ele, depois de tudo que foi dito nas nossas conversas anteriores, mas estávamos fazendo isso pelas crianças.

Sai do banho e ouvi a Ana sussurrando com o Dante, era bonitinho por que ela não sabia sussurrar.

Dante: Ela tá bonita mermo filha. — ele murmurou.

Ana: Ela falou que eu não podia falar isso pa você, papai — ela fez sinal de silêncio.

Dante: Falar o que? — ele perguntou, pondo ela na perna dele.

Ana: Que ela chola as vezes na hora de mimir — neguei olhando ela falar.

Dante: Mais ela chora porque Ana? — ele passou a mão no cabelo dela, olhando os três dormirem.

Ana: Por causa do papai, é ela chola — ela encostou no peito do Dante.

Dante: Tua mãe é igual teu vô, chora por ninguém não. — ele fez carinho nas costas dela.

Ana: Nalu não mente papai, ela chola sim eu vi é... — ela balançou a cabeça — você ama a mamãe no coração ? — a Ana era muito inteligente, as vezes até me assustava.

Dante: O papai ama sua mãe no coração Ana. — ela sorriu pra ele. — Agora vai dormir um pouquinho.

Fiz barulho da porta do banheiro aparecendo na sala.

— Tá na hora da bonitinha dormir não tá? — vi ela sentada no colo dele.

Ana: Nalu mimir aqui no papai. — ela apontou pro peito dele.

Balancei a cabeça arrumando as bolsas no canto da sala, o Ravi já tava querendo acordar enquanto a Jade tava capotada.

Me ajeitei no sofá colocando os gêmeos no meio da gente.

— Então dorme no peito do seu papai, quer sua chupeta? — ela fez que sim pegando da minha mão.

Ana: canta pra nalu, papai

Olhei pra ele que me olhou sem graça.

— Filha não precisa seu papai tá cansado, pode apagar a luz Dante? — falei baixo.

Ana: Nalu quer papai cantar. — ela começou a chorar.

Sentei no sofá olhando pra eles, a Ana com sono era muito manhosa.

— Você não queria seu papai? você vai dormir com ele e com seus irmãos — passei a mão no cabelo dela.

Dante: chove bem devagar, fica lindo lá fora o soninho já vem, logo logo sem demora. — ele cantou com vergonha e a Ana colocou a mão no rosto dele.

Ana: chove bem devagar, que caminha gotosa, o papai vai chegar sem demola. — ela cantou baixinho, fechando o olho.

Encostei no sofá olhando os dois cantando a Ana capotou rápido, mas agarrada nele, ali podia vir qualquer um que ninguém tirava ela de lá.

— Ela sentiu falta de você, disso — sussurrei jogando a cobertinha nas costas dela.

Dante: senti falta dela também pô. — ele murmurou baixo.