Trinta e sete

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Maratona Bia triste 4/15
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Liz 🌪️

Depois do Natal eu não vi mais ninguém, o Leonardo não deixava eu sair na rua, numa crise de ciúmes quebrou meu celular.

Fazia uma semana que eu tava presa nesse inferno de casa, meu pai deve tá atrás de mim até dizer chega, não sei o que o Leonardo tava pensando.

Eu já não aguento mais estar aqui, não tem televisão e nem nada, ele mal trás comida.

Ouço o barulho da porta sendo destrancada e me sento na cama, respirando fundo.

— Até quem fim né — falei cansada de não fazer absolutamente nada.

Léo: Vem me satisfazer logo Liz. — ele murmurou, sorrindo maldoso pra mim. —  eu penso em te soltar do quarto.

— Eu tô com fome — murmurei olhando ele tirar a camisa.

Léo: Não me faz falar de novo Liz. — ele me olhou bolado, tirando a calça.

— Não Leo, eu não quero, não tô afim, vai me obrigar? — falei irritada.

Ele levantou, puxando meu cabelo com força.

Léo: Vai fazer o que eu quiser, tá ouvindo? — ele rasgou a blusa que eu estava.

Levei minhas mãos nos punhos dele tentando soltar.

— Para Leonardo não cara, pode parar de graça, me solta — falei tentando soltar meu cabelo — você não vai fazer isso — falei com a voz trêmula.

Ele me jogou no chão, rasgando meu shorts, subindo em cima de mim.

[...]

Léo: seu pai foi preso. — ele ri, abotoando a bermuda, após me deixar jogada no chão. — E a culpa é toda sua.

Engulo seco respirando fundo sentindo diversas dores no meu corpo, o lençol tava com sangue.

— Como assim? — falei baixo.

Léo: Eu só te usei, você é insuportável. — ele ri debochado. — Uma drogada de merda, única qualidade é ser um pouco gostosa. — ele tira uma foto minha, em seguida mostrando a foto do meu pai todo ensanguentado com vários cortes nas costas, peito e no rosto. — Isso aqui é culpa sua e eu vou acabar com sua família um por um.

Senti as lágrimas se formar nos olhos ao ver meu pai daquela forma, dei um tapa no celular dele.

— Não encosta na minha família Leonardo — falei sentindo minha intimidade arder demais.

Léo: Ele até que avisou pra você se afastar, tá pesando sua mente? — ele ri. — é tudo culpa sua Liz e agora todos vão achar que você entregou seu papaizinho, gostou?

Ele me deu um tapa no rosto, pegando o celular e me mostrando um vídeo deles torturando meu pai, que não tinha expressão nenhuma no rosto e não dizia nem falava nada.

Eles queimavam, cortavam, faziam tudo mesmo e ele não falava nada era como se estivesse perdido.

Léo: Gostou amor? — ele passou a mão no meu cabelo.

Me afastei da mão dele de mim me agarrando no lençol todo sujo.

— Já fez o que queria agora sai daqui — eu tava segurando o choro.

Léo: Eu vou amor, mais eu volto! — ele sorri, se aproximando, me dando um selinho.

Olho ele sair do quarto, trancando a porta.

Me sentei na cama levantando o lençol olhando meu corpo todo marcado, o lençol com sangue.

Neguei com a cabeça, minha cabeça não conseguia pensar nada, que nojo eu sentia de mim mesma, que nojo eu sentia de me olhar, passei a mão no meu rosto com raiva.

— Burra burra burra idiota — esfreguei o lençol em mim — tudo culpa sua, pai — meu peito apertou dificultando o ar subir minhas mãos suavam e tremiam muito.

Olho ao redor, vendo tudo escuro novamente.

Eu estou suja, eu... eu fiz pegarem meu pai, meu pai vai morrer por minha culpa.

Não tive forças pra tomar banho, deitei olhando pra parede sentindo tudo doer, o físico era o mínimo diante de tudo que eu estava sentindo sabendo que eu acabei com minha família e com o a única pessoa que me ama acima de tudo, meu pai.

Desabei a chorar com a certeza que eu era a pior pessoa que existia nesse mundo, o Leonardo devia me matar e deixar meu pai.

Real Vivência [M]  - Livro 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora