Maratona Bia triste 8/15
+5Liz 🌪️
O tal do Dante me tirou daquele buraco do inferno, eu sempre achei estranho meu pai não querer toque odiar contato físico e agora eu tava igual.
Aquele positivo tirou o resto da minha alma que existia, eu nunca apoiei aborto, mas só eu sei o que eu tinha passado ali, eu tive que tomar ponto onde nunca imaginei na vida.
Tudo doía, eles cortaram meu corpo quase todo, tinha ponto por toda parte.
O Dante me ajudou muito mais que deveria, provavelmente era ordem do Yan, por isso confiei nele, mas ele saiu, e eu só consegui agradecer a ajuda.
Me colocaram numa cama e jogaram um cobertor sobre mim, lá eu só tinha um lençol passei muito frio.
Me ajeitei da maneira que menos doía meu corpo, olhei a parede branca e consegui ver toda a cena novamente pro primeiro estupro daquele maldito dia, eu tava com fome só foi o que eu disse.
Os passos no corredor davam pra ouvir bem alto e algumas conversas paralelas.
Xxx: Ele precisa de doador de sangue e ninguém é compatível, é difícil achar e se demorar mais de duas horas ele vai morrer.
Xxx2: O paciente da sala 5? Lucca Monteiro? — a outra pessoa murmura. — Teve duas paradas cardíacas em menos de 10 minutos, o sangue é raro mais vamos achar...
Era do meu pai que eles estavam falando, me levantei aos poucos, eu não podia perder meu pai, seria tudo culpa minha, isso não.
Minha cabeça não conseguia se concentrar.
Abro a porta, olhando que eu me encontrava na sala 8, a 5 que ele estava não era tão longe.
A médica disse que eu precisava descansar por conta dos pontos na região íntima não estourar, me arrastei até a sala 5 ouvindo os aparelhos fazer barulhos.
Pietra: Lucca, você vai ficar bem eu prometo. — ouço minha mãe fungar.
Eu queria entrar mais tava com tanta vergonha tanto medo tanto problema que eu causei.
— Mãe — falei baixo na porta.
Olho ela abrir a porta e me olhar com os olhos cheios de lágrimas, me abraçando.
Pietra: Você tá bem. — ela faz carinho no meu rosto, beijando minha testa. — Fala com seu pai, ele só pergunta de você. — ela me puxa com cuidado para dentro.
Meu pai tava careca, magro, todo cortado, todo roxo, tinha ponto até no rosto deles.
— Pai eu tô bem, volta pra gente — falei engasgando com o choro me encolhendo do lado da cama do meu pai.
Vejo ele me olhar meio perdido e sorrir fraco, tossindo sangue.
Pietra: Amor, é a sua Liz, sua princesa. — ela murmura baixo.
— Pai volta pra gente, por favor — falei chorando baixinho senti uma sensação de líquido descer nas minhas pernas.
Ele sorri pra mim e logo o barulho dos equipamentos se fazem presentes, junto com minha mãe gritando desesperada, chamando por ele.
— PAI — gritei vendo os batimentos dele começar a cair repentinamente — ACORDA EU VOLTEI, VOLTA TAMBÉM — senti me puxarem pra fora a força.
Olho pra minha mãe que tiraram da sala também e ela estava com as mãos na barriga, chorando alto.
Pietra: Você prometeu... prometeu que voltaria.
— Mãe me perdoa — falei aos prantos olhando ela desolada.
Pietra: Não foi sua culpa liz. — ela fungou, limpando o rosto enquanto se sentava no banquinho ali do lado.
— Foi assim eu sei que foi — fechei as mãos apertando com as unhas — pai por favor — fiz que não com a cabeça.
Pietra: Ele ficou feliz, quando viu você. — ela me olha com lágrimas nos olhos. — você sofreu tanto quanto ele, não se martiriza assim Liz.
— Eu quero meu pai mãe, só quero ele de volta, Deus pode me levar eu não aguento mais isso, mas ele não — fui pra perto dela chorando.
Ela passou os braços pelo meu corpo, puxando pro peito dela a mesma mania que meu pai tem, fazendo carinho no meu cabelo.
Pietra: Shii, tá tudo bem. — ela falou soluçando, tentando me passar conforto.
— Pai volta por favor, nem que seja pra xingar — me aconcheguei no peito da minha mãe — tudo isso é culpa minha, mãe — olhei pra baixo tinha uma poça de sangue ali, neguei — Pai — gritei desesperada se ele tivesse ali ele me diria o que fazer.
Não sei quanto tempo demorou, mas todos os médicos saíram do quarto sobrando somente um, parado na porta.
— Meu pai doutor cadê ele ? — não consegui levantar rápido pela dor que sentia.
Pietra: ele tá bem? Como ele está Dr. Erick? — minha mãe falou levantando de uma vez.
Dr. Erick: Ele precisa de doação de sangue urgente. — ele murmurou baixo. — Está estável, vivo... mas é necessário urgentemente do sangue, ele está acordado...
Nego com a cabeça levantando com dificuldade.
— Eu vou atrás mãe, eu vou achar — falei saindo de perto da minha mãe, voltando pro caminho do meu quarto.
Dante: oxe cadê a porra da garota? — ele falou dentro do meu quarto.
Coloco as mãos na barriga, sentindo doer mais, e me escoro na porta do quarto.
— Dante me ajuda aqui — fiz sinal com a mão.
Dante: Filha da puta maluca, qual foi? — ele se aproximou, segurando minha mão.
— Meu pa.....i — falei fechando os olhos — tá doe....ndo de...mais — apertei a mão dele.
Dante: Não morre garota. — ele me olhou desesperado. — Ver inocente na minha frente é um caô traumático. — ele me puxou devagar pra ele, firmando meu corpo e começou a gritar por uma médica.
— Tenta doar pra ele, por favor — agarrei na camisa dele e apaguei por completo.

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Real Vivência [M] - Livro 3
Fanfiction+18 📍Morro da Pedreira - Rio de Janeiro. Quando somos crianças nossos pais desejam tantas coisas pra nós, mas quem conduz nossa vida é nós mesmos isso que é complicado. As vezes tão iguais ao mesmo tempo tão diferentes, nem sempre a mesma aparênci...