Quarenta e cinco

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Maratona Bia triste 12/15
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Dante 🏴‍☠️

Iam beirar as três da manhã e o sono como de costume nada, a mente trabalha no passado que não curto lembrar.

Já arrumei os bagulho tudo da Analu no quarto de brinquedos dela lá, ela já tava na cama no sétimo sono papo de roncar e eu aqui na sala sentadão fumando o terceiro baseado pra ver se a onda batia.

Ouvi um choro alto vindo lá de cima, se pá era a Analua que não tinha encontrado o bicho dela de pelúcia.

Coloco o baseado no pratinho da mesa, subindo as escadas, passando no quarto da cria que tava tocando a musiquinha lá que canto todo dia pra ela.

" chove bem devagar, fica lindo lá fora, o soninho já vem, logo logo não demora... o papai vai chegar. "

Ouço o choro mais alto, indo pro quarto da Liz, ligando a luz de lá vendo ela se debater na cama.

Liz: Me larga por favor, de novo não — Ela chorava dormindo se debatendo.

O que eu faço caralho?

Me aproximo da cama, ficando distante.

— Acorda ai Liz, na moral. — falo um pouco alto.

Ela puxava a blusa pra baixo chorando.

Liz: Para Leonardo por favor, tá doendo — ela murmurou chorando.

Respiro fundo, tocando o braço dela.

— ACORDA! — falo altão mermo. — Tem nenhum pela saco de Leonardo aqui não parceira. — olho ela abrir os olhos assustada, fazendo eu me assustar também. — CARALHO.

Ela sentou na cama respirando fundo, ela tava suando pra caralho.

Liz: Desculpa Dante — ela levou as mãos na cabeça — isso nunca vai passar — ela murmurou baixo talvez nem era pra eu ouvir.

— Pode? — aponto pro lado dela na cama.

Ela fez que sim com a cabeça se encolhendo na cama.

Me sento do lado dela, respirando fundo e a puxo devagar abraçando o corpo da Gasparzinho igual quando a Analua tinha pesadelo pô.

Liz: Isso nunca vai passar Dante — ela falou chorando baixinho grudada em mim — ele não me deixa nunca.

— Tu tem que deixar ele ir liz. — murmuro baixo. — Tu tá presa nesse bagulho, deixa ele meter o pé da tua vida caralho, chora o que tiver que chorar e não sinta nojo de tu, tá ligada? Só manda ele embora e não deixa ele viver tomando conta dos teu bagulho.

Liz: Eu tô suja pra sempre Dante, eu sou suja, ele fala na minha cabeça — ela se segurou em mim igual a Analua fazia igual tinha pesado — Eu não consigo, desculpa eu tô tentando.

— Consegue sim caralho, tu é forte sacou? — nego com a cabeça. — Para de sentir pena de tu, tu curte roupa curta? Volta a usar, quanto mais tempo tu passar a mercê desse morto filho da puta mais tu vai se afundar, tá ligada? Pra outra pessoa te ajudar tu tem que querer ser ajudada. — respiro fundo, ouvindo a chuva cair lá fora.

Ela levantou do meu colo chorando negando com a cabeça.

Liz: Ele acabou comigo Dante, eu não tinha nada disso, olha como eu tô agora — ela ergueu a blusa mostrando os cortes que eu nunca tinha visto — Eu tenho vergonha, tenho vivido aqui 15 dias por que eu tenho ódio dos olhares de pena de lá fora, ele morreu mais em mim ele vai tá vivo todo dia, desgraçado — ela abaixou a cabeça chorando pra caralho.

Real Vivência [M]  - Livro 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora