Cento e seis

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Allan | LK 🎯

Foram 29 dias ferrados as horas não passava, o bagulho era foda demais, a Ohana fez todo corre pra me tirar daqui com a maior agilidade, e conseguiu, me tirou pra sair pela porta da frente.

Ohana: meu cliente tá liberado? — ela encarou o delegado.

Del.Rezende: Tá liberado. — Ele falou de mal gosto, assinando os bagulho lá.

Ohana: Ótimo qualquer dúvida estou disponível para esclarecer parte que envolva meu cliente — ela pegou os papéis — Vamos você nem deveria ter ficado todo esse tempo aqui, vamos embora Allan — ela saiu da sala do delegado.

Del.Rezende: Aproveita os dias livres. — ele olha pra mim debochado.

— Vou mermo. — Faço joia sentindo a costela doer pra caralho.

Papo que nem acompanhamento com o médico eu tive aqui, nada mermo, esses dias tudo e a dor só aumentando.

Ela olhou pra ele saindo e murmurou algo.

Ohana: Cuzão do caralho — ela me olhou e estendeu a mão — Fiz meu nome — ela respirou fundo.

Faço toque com ela, sorrindo feliz.

— Hospital? Tá doendo pra caralho. — murmuro, pegando minhas coisas.

Ohana: Tô esperando você me elogiar pra caralho pô — ela negou rindo — bora pro hospital, por que tem uma grávida toda triste sonhando com você, aliás quero meus honorários por que só via minha filha dormindo e nem meu marido eu vi direito — ela entrou no carro .

— vai cair na tua conta. — dou risada fraca indo pro carro com ela.

Como o esperado, 3 costelas quebradas, desidratação, imunidade baixa e pra melhorar a gripe.

Encosto a cabeça no vidro do carro indo pra casa.

Ohana: Para né cara só fica bem pra minha prima, esse vai ser o melhor pagamento do mundo — ela dirigiu super tranquila por conta das minhas costelas — sua mulher tá bem também não.

— O que ela tem? — pergunto, me ajeitando no bando da forma que dava.

Ohana: acho que o emocional dela bateu forte, ela tem falado pouco, não tenho visto ela chorar acho que é isso — lembrei que ela falou que não chorava mais.

— Vou falar com ela, mandei só umas cartas toda segunda. — abro os olhos olhando pra fora, vendo que estava chegando. — Os moleque que mandei arrumaram a casa?

Ohana: Tua casa tá lotada, mas arrumaram sim, só o quarto das crianças que só ela entra sabe — ela estacionou o carro — ela tá lá na suite presidencial de vocês — ela falou rindo.

— Valeu mermo Ohana, tu é foda pra caralho. — Sorrio pra ela, fazendo toque e pego os papéis com os antibióticos, pomadas pros hematomas, esses bagulho.

Desço do carro, entrando em casa vendo ninguém ali, subo direto pro meu quarto mermo, abrindo a porta.

Ela tava deitada dormindo tava um gelo do caramba o quarto, tudo fechado, seis horas da tarde, ela com uns três edredom.

Entro direto pro banheiro, tirando a roupa, entrando no box com água quente.

Que saudade de tomar um banho quente, meus negócios, o cheiro dela no banheiro, cheio de coisa dela.

Maitê: Pai quando sair fecha porta — ela falou toda sonolenta, ela falava dormindo as vezes mermo.

Nego rindo fraco e passo o sabonete devagar na costela, vendo os hematomas roxos ali, enrolo a toalha na cintura, tomando o remédio no seco.

Visto uma bermuda, me deitando na cama.

Ela dormia toda espalhada mas tava toda encolhida e a cama tava cheia de travesseiro.

— Amor. — Cutuco ela, colocando a mão na sua barriga.

Maitê: hm? — ela murmurou de olhos fechados.

— Tu tá do meu lado da cama neném. — passo as pontas dos dedos na barriga dela, o outro lado não rola, chega da mau humor.

A respiração dela aumentou rapidão ouvindo minha voz fazendo ela virar pra mim.

Maitê: Eu não tô sonhando né? me diz que não — ela colocou as mãos no meu rosto com mó delicadeza — você tá aqui comigo? — a voz dela tava baixinha.

— Tô mermo. — beijo a mão dela, tirando uns travesseiros da cama.

Ela veio pra cima de mim com tudo, disparando a chorar.

— Amor, tô com três costelas quebradas.... — murmuro baixo, abraçando ela, enquanto acaricio seu cabelo.  — Tá tudo bem pô.

Ela saiu de cima de mim limpando o rosto rápido, ela tava querendo esconder que tava chorando.

Maitê: Me desculpa me desculpa — ela passou a mão no meu rosto descendo pra minha barriga — você já foi no médico? você voltou de verdade? por que a ohana não falou pra mim, você tá doente? sua voz tá de doente? quer comer algo? — ela disparou a falar.

Dou risada, negando com a cabeça achando bonitinho pra caralho.

— Fui no médico, tô com os bagulhos pra fazer ali. — aponto pra cômoda. — Voltei mermo, tô meio doente e to de boa sem fome mermo.

Aprendi na cadeia a ficar vários dias sem comer mermo, se pá tava raro sentir fome.

Ela levantou rápido mostrando a barriga dela que tava maior que a última vez que a vi, ela pegou as receitas e os remédios, sentando no meu lado de novo.

Maitê: Mais você precisa comer você tá dodói, você tá desidratado, quer um caldinho gostoso, eu faço — ela mexeu no top que ela tava.

— não quero te dar trabalho sério mermo, tô sem fome amor. — deito na cama de lado, pra não doer. Chega os músculos relaxaram.

Ela balançou a cabeça ficando quieta, logo interrompendo o silêncio.

Maitê: Você quer que eu fique aqui quietinha? ou quer ficar sozinho — ela me cobriu com o edredom colocando um travesseiro atrás de mim — é melhor pra suas costelas.

— Deita aqui amor. — murmuro sentindo mó sono.

Ela balançou a cabeça deitando de frente comigo, alisando meu rosto.

Maitê: vou te deixar quietinho — os olhos dela tava cheio de água, mas ela tava segurando pra caralho.

— Qual foi neném? Tá segurando o choro porque? — passo a mão no rosto dela.

Maitê: Por nada descansa amor, você precisa descansar, pode dormir eu vou ficar aqui — ela sorrio de lado.

— Vamos casar, tu tem que compartilhar as paradas pô. — olho sério pra ela.

Maitê: Eu preciso crescer neném, não posso continuar sendo uma menininha que chora por tudo, preciso ser uma mulher — ela sorrio fraco.

— Mulher não chora? Se liga Maitê, tu é de uma forma e as pessoas são de outra teu jeito me fez apaixonar por você. — olho nos olhos dela.

Ela abaixou a cabeça respirando fundo.

Maitê: Eu precisei aprender a ser forte — ela engoliu a saliva — tá tudo bem, né ? — ela sorrio de lado.

— Segurar o que tu sente é ser forte? Pra mim é covardia mermo. — nego. — Tô casando com um robô?

Ela negou soltando um ar de riso.

Maitê: Só se for com um robozinho né? — ela sorrio pra mim — Estavam falando que eu só chorava, fiquei calada prometi por nós que não choraria mais na frente de ninguém.

— Se liga, vai chorar sim e se reclamarem tu é a patroa filha. —passo a mão na barriga grandona dela.

Real Vivência [M]  - Livro 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora