Real Vivência [M] - Livro 3

Cento e vinte um

Liz 🌪️

Pela primeira vez todos os quatro dormiu a noite completinha, nem Jade nem Ravi acordaram.

Acordei era 08:30 da manhã com o chorinho da Jade querendo mamar, olhei rápido e ele já não tava no sofá com a gente.

Peguei meu celular e tinha um recado dele.
"Fui pro meu trabalho Liz, não tem muita coisa pra comer, mas deixei meu cartão pra você compra coisa pra Ana e Bernardo comer, mais tarde tô por aí"

Segurei a Jade, que estava mamando e abri os armários vendo que tinham somente coisas pro Bernardo comer e a fórmula, na geladeira a mesma coisa.

Respirei fundo pensando como eu ia sair pra comprar algo com quatro crianças pequenas, sem carro, sem ajuda sem nada.

Sai no portão da casa vendo uma senhorinha lavando a calçada.

— Licença, bom dia — falei baixo vendo ela sorrir pra mim, com olhar de doçura.

Xxx: Bom dia mocinha.

— Eu me chamo Liz e sou nova aqui, mas estou com bebê pequeno — mostrei a Jade — queria saber se tem algum mercadinho ou vendinha por aqui, a senhora sabe me dizer? — falei olhando a rua vazia.

Xxx: Ali na esquina. — ela apontou. — Mais toma cuidado, aqui é perigoso não anda com nada de valor de besteira. — ela sorriu amigável.

— Tá certo então, muito obrigada, bom dia pra senhora — entrei pra dentro vendo a Ana acordar.

Ana: Papai dodói mamain. — ela falou coçando o olho.

Sorri de lado pra ela passando a mão no cabelinho dela.

— Vamos cuidar do papai, você é a mocinha da mamãe certo ? — a inteligência dela me assustava, mas precisava dela agora nesse momento.

Ana: Sim mamain. — ela balançou a cabeça.

— Então presta atenção, mamãe vai no mercadinho é aqui na esquina, vou comprar coisa pra gente fazer comida pro papai, vou levar a Jade comigo, você olha o Bernardo e o Ravi? é só olhar não precisa mexer neles, mais você é a mocinha da mamãe então precisa cuidar deles — olhei nos olhinhos dela.

Ana: Nalu olha mamain. — ela beijou os dedinhos, jurando.

Sorri nervosa pra ela, peguei a carteira com dinheiro já que a senhorinha disse que aqui era perigoso.

— Ana não abre a porta pra ninguém, só vai abrir se for o papai ou se for eu e eu vou te perguntar qual é o nome do vovô aí, você abre tá bom? — ela balançou a cabeça.

Sai da casa com o coração apertado nível master, voei no mercadinho que por sorte tinha tudo, eu fiz uma compra como ela em 5 min, peguei até coisa que não precisava mais peguei.

— Eu posso levar o carrinho? é que estou sem carro, eu trago de volta — a moça meia séria consentiu com um sorriso falso.

Voltei pra casa rápido parando na porta.

— Ana é a mamãe pode abrir — falei ofegante.

Ana: Nome do vovô? — ouço a voz dela baixinha.

— É Lucca mas todo mundo conhece como Caos — ouvi ela girar a chave puxando a porta com dificuldade.

Ela saiu da porta, dando passagem pra eu entrar, fazendo sinal de silêncio.

Ana: Papai veio mamain e teve que sair pa resolver alguma coisa, ele tava com cara de dodói. — ela falou, gesticulando.

Coloquei o carrinho dentro da sala vendo os dois ainda dormindo tranquilinho, deitei a Jade do lado deles.