Cento e dezoito

504 35 6
                                    

Liz 🌪️

Arrumo o cabelinho da Ana, vestindo um vestidinho rosa, iríamos ir na casa do Dante, porque ela queria ver ele e porque tínhamos que conversar.

Preferi deixar os gêmeos com a babá dos meus irmãos, não sabia qual seria o mood dele, por que se ele viesse de gritar novamente eu ia sair no soco com ele.

A Ana tava ansiosa pra vê o pai dela, foi o caminho inteiro falando, parei na porta da casa dele e só tinha um vapor, desci com a Ana e ele me encarou sério.

Vapor: Qual foi tia, quer o que aqui? — ele falou cheio de marra.

— Abaixa tua bola garoto, vou entrar pra falar com o Dante, eu sou a Liz mãe dos filhos dele — falei segurando a mão da Ana.

Vapor: Dante? — ele deu risada. — Tá sabendo não tia? Foi expulso da gestão e do morro.

Encarei ele sem entender e entendendo mas não acreditando.

— Faz quanto tempo? — olhei pra ele confusa, Maitê do céu.

Vapor: Um mês e uns dias. — ele falou pensando. — Aqui é a casa do Terror.

Cocei a cabeça sorri sem graça pro garoto.

— Então tá bom obrigada — coloquei a Ana no carro novamente — Menino sabe onde ele tá ? — falei fechando a porta da Ana.

Vapor: Mandado pra recife. — ele me olhou. — foi mandado pelo patente mais alta do tráfico.

Balancei a cabeça entrando no carro.

— LK né? — ele balançou a cabeça, sorri sem graça saindo com o carro, dirigindo pra casa lembrando de uma conversa com a Maitê "Ele vai ficar triste igual tu tá prima".

— Que droga cara — neguei falando baixo vendo a Ana triste.

Ana: Cade o papai? — ela falou baixo.

— Papai viajou com o Ber filha, mas vamos ligar pra ele? — só faltava esse filho da puta ter me bloqueado.

Ela concordou com a cabeça, triste.

Cheguei em casa meus pais tinha saído com as crianças tudo.

Subi pro quarto com a Ana, liguei pro Dante por ligação, chamou chamou chamou e nada.

Na última tentativa ele atendeu.

Ligação on Pai dos gêmeos
— Dante?
Dante: Alô. — ouço ele fungar.
— Tá tudo bem? — perguntei baixo.
Dante: Suave pô. — ele murmurou.
— Você foi embora não falou com a Ana, fui na sua casa hoje ela queria te ver — falei vendo ela assistir desenho.
Dante: Só deu tempo de pegar o Bernardo e a mamadeira dele. — ele fungou.
— Tá chorando? Ana deita amor, você já fala com seu papai — ela deitou na cama.
Dante: não pô, deixa eu falar com ela.
Ana: vídeo papai — ela falou no fundo.
— Então senta pra ele te ver filha — mudei a chamada pra vídeo, colocando a câmera na frente dela.
Dante: Não da por vídeo Ana. — ele falou rápido.
Ana: Pufavô papai — ela falou fazendo bico.
— Filha ele deve tá ocupado por isso não dá pra mostrar — passei a mão na bochechinha dela.
Dante: Fala Ana. — Ele ligou a câmera, mostrando o Ber e só uma parte do braço dele.
Ana: Olha meu cabelo papai, olha tá cachinhos — ela balançou o cabelo — cadê rosto do papai? Olha mamãe o Ber — sorri vendo ele, tava igual o Dante.
Dante: Tô aqui Ana. — ele apareceu na câmera, sorrindo fraco. — Como está as crianças?!
— Filha pega no seu quartinho o desenho que você fez pra ele — vi ela descer da cama rápido — O que aconteceu com seu rosto? — apareci na câmera.
Dante: Caí. — olho ele dando a mamadeira pro Bernardo, todo manso.
— Entendi, estão bem a Jade aprendeu a dormir a noite toda, agora o Ravi troca a noite pelo dia e o Ber já tá falando papai? — olhei o cabelinho do Ber grande.
Dante: não pega aí não filho. — ele fechou os olhos, mostrando um tiro ali. — mostra eles depois, Ber ainda não fala.
— Dante e esse tiro? o que realmente aconteceu? — olhei sem entender — Te mando foto deles sim, meus pais saíram com eles, acho que ele não me conhece mais.
Dante: Conhece, ele fala mama. — ele murmurou. — Perdi tudo Liz, virei a porra de um vapor aqui, virei alvo, eles poucos se importam se eu tenho filho.
— Te machucaram você né, já tentou falar com o Allan? pra vocês voltar pra cá — falei baixo por conta da Ana.
Dante: É o terror aquele filho da puta. — ele falou baixo. — Se bobear só daqui um ano gaspar... Liz.
— Mais o Allan não pode ajudar você? não é justo você tá desse jeito aí... achou o desenho filha — mudei de assunto rápido.
Dante: Que lindo filha. — ele sorriu com os olhos cheios de lágrimas, vendo o desenho. — Papai tá com saudade.
Ana: Nalu fez pro papai, vem me ver — sorri vendo ela chamar com a mão — Nalu tá com saudades né mamãe.
— Ela tá com bastante saudade de você Dante — ela ultimamente só fazia desenho do pai dela.
Dante: Vou ver.. pra ir aí filha. — ele falou rouco, segurando o choro. — desenha seus irmãos pro papai.
Ana: Papai não gosta dos nenéns — cocei a nuca desconfortável, ela tinha escutado eu chorando falando sozinha.
Dante: Eu amo os bebês filha. — ele falou negando. — Papai só foi idiota...
Ana: Então Nalu faz desenho, podi mamãe? — faço que sim com a cabeça — Neném chegou papai, quer vê? — a babá dos meus irmão chegou com os dois no carrinho.
Dante: Quero filha. — ele funga.
— Branquela da mamãe vem aqui — tirei ela do carrinho, mostrando ela na câmera — A Jade Dante...
Dante: minha cara, lindona. — ele sorriu.
— Realmente muito parecida com você — deitei ela do meu lado, peguei o Ravi que dormia com a chupeta na boca — Ravi como te disse trocando a noite pelo dia — mostrei.
Dante: O Bernardo todo aí pô, olha lá filho. — Ele mostrou pro Ber que sorriu mostrando o dentinho nascendo.
Ber: Mama mama
— Oi meu amor você lembrou da mamãe, deixa eu vê esse dentinho de novo — sorri vendo ele sentadinho, a Ana grudou no meu pescoço de pé na cama soltando meu cabelo.
Dante: Seu cabelo tá bonito, loira aguada. — ele sorriu pra mim, fazendo careta.
Ber: Mama. — ele sorria mostrando o dentinho, enquanto chamava com a mãozinha.
— Já me arrependi de ficar loira cara, fico mais branca não dá — ri fraco — Você tá chamando a mamãe? mamãe vai pegar você sim viu...
Dante: Combina com você. — ele mostrou o Ber com o pé na boca, me chamando com a outra mão.
— Obrigada mas agora eu tô literalmente um gasparzinho pode falar — vi o Ravi mamar a língua igual o Dante fazia dormindo — Dante olha isso igual você cara...
Dante: Vou ver se consigo ir aí, ver eles. — ele sorriu fraco. — Foi mal por tudo que aconteceu, a forma que te tratei, as crianças, tava bolado.
— A gente se machucou bastante Dante, só não deixa o fim da gente atingir o amor que você tem por eles — sorri de lado.
Dante: Vai me mandando foto, até eu conseguir voltar pro rio. — ele sorriu. — Vou te ligando, Bernardo está com saudade.
— Liga sim, vou te falar a hora que o Ravi tá acordado pra você ver os olhos dele — olhei pro Ravi que sorrio dormindo — Estou morrendo de saudade dele dormindo em cima de mim, você vem no casamento da Ohana e do Yan?.
Dante: Vou, nem que tenha que fugir. — ele deu risada.
— Dante pelo amor de Deus cara, já tá todo ruim aí — dou risada negando — Se nada mudar daqui um mês e alguns dias é o casamento deles, filha deixa ela dormir — dei bronca na Ana.
Dante: Aqui tá foda. — ele coçou a cabeça. — Vou fazer ele dormir aqui, manda um beijo na Ana e nos gêmeos, amanhã ligo pra falar com eles.
— Tá bom, cuidado aí e fala que eu amo ele tá — sorri desligando a chamada.

Ele tava muito machucado, magro, aparência de cansado, muito diferente do Dante pai das crianças que eu conheci, fiquei com um misto de sentimentos dentro de mim.

Ana: A gente não pode ver o papai ? — ela falou deitada na cama.

Nego com a cabeça devagar, vendo ela fazer bico pra chorar.

— Mamãe vai dar um jeito tá bom ? Vai lá vê se o vovô tá bem — ela balançou a cabeça descendo correndo — Devagar Ana.

Peguei meu celular ligando pro Allan.

Allan: Alô?
— Oi Allan tudo bem? Como o baby tá ? — tinha nascido e era um menino, o nosso Gael.
Allan: Acabei de fazer dormir, enquanto a Maitê está no banho, quer falar com ela?
— Que bom, não quero falar com você mesmo, por que você mandou o Dante pra Recife?
Allan: Não Liz, só tirei da gestão. — ele falou, me fazendo ouvir um chorinho no fundo que logo parou.
— Então Allan fui na casa dele hoje levar a Ana e tem um terror na casa dele, ele tá em Recife todo ferrado e virou vapor, não foi isso que eu queria pra ele, embora a gente terminou ele é o pai dos meus filhos — suspirei.
Allan: O Terror está na gestão, mas não mandei mesmo ele pra Recife nem virar vapor Liz... pediram pra tirar ele da gestão e eu tirei, passei por cima do cara fazendo o trabalho certo.
— Pois é o que está acontecendo Allan, ele tá sendo vapor e tá todo lascado com o Bernardo lá, e eu sei que foi a Tetê não precisa mentir — balancei o Ravi no colo — Arruma o endereço que ele tá pra mim?
Allan: Vou ver o que está acontecendo Liz, e te retorno.
— Só me arruma o endereço dele, quero mandar coisas pro Bernardo, ele só pode sair daqui com a roupa do corpo.
Allan: Vou ver isso agora Liz. — ele desligou o celular.

Uns vinte minutos depois ele me enviou o endereço, com o número e a foto da frente da casa.

Ia comprar algumas roupas pra mandar pro Bernardo, já que ele tava sem nada lá.

Real Vivência [M]  - Livro 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora