Real Vivência [M] - Livro 3

Setenta e seis

Dante 🏴‍☠️

Levanto da minha mesa, pegando a chave do carro, saindo da boca pela primeira vez depois de quase 7 meses fora.

Saber que não poderia ser pai com um cria meu e da Liz mexeu legal, mais não quis mostrar isso pra ela, já temos dois e tá suave né não?

Ela já tinha me ligado por que tava doida com a festa da Ana e o Bernardo grudadão nela.

Entro no carro, metendo o pé pra casa dela, chegando uma hora e pouco depois lá.

Desço do carro, entrando na casa dela.

Liz: amor da mamãe, você pode deixar a mamãe resolver as coisas da festa da sua irmã? — ela deu risada pra ele.

— Precisa do que? — olho pra ela, ajeitando a camisa no ombro.

Liz: Olha quem chegou príncipe — ela pegou ele no colo sorrindo pra mim — Oi né? — ela me olhou toda mucha.

— Oi. — passo a mão na testa, vendo a Ana vim correndo. — Sem correr Analua. — ela abraçou minha perna, sem soltar.

Ela ergueu a sombrancelha balançou a cabeça saindo da minha frente.

Ela sentou no sofá voltando a mexer no notebook com o Ber no colo.

Analua: Papai Nalu quer você de sapo no nivesario. — ela gesticulou com as mãos.

— Mais eu não quero. — gesticulo com a mão também.

Ela riu baixo no sofá de costas.

Liz: Ana vem aqui, mamãe quer que você escolha qual desses vestidos — ela mostrou no notebook três vestidos.

A Ana foi pra lá e eu aproveitei pra subir pro quarto.

Papo de estar desanimadão pra caralho hoje, muito caô do morro pra resolver, tendo que tirar dinheiro meu mermo pra comprar os bagulho, orion desgraçou o morro legal.

E falta a porra de um dia de quando minha mãe cometeu suicídio.

Tomo banho rapidão e coloco uma bermuda leve, me jogando na cama com a camisa tampando o olho.

Liz: Tá tudo bem? — ela entrou no quarto com o Bernardo mamando.

— tudo bem e tu? — viro pra frente, sentando na cama.

Liz: Vai mentir pra mim? você não tá bem, você tá distante da gente — ela se sentou na cama de frente comigo.

— Tô nada o cria tá pendurado em tu eu que não ia pegar ele. — passo a mão no rosto.

Ela respirou fundo me encarando.

Liz: Tá com essa cara por que? — ela colocou o moleque pra arrotar

— Tô cansado Liz quero discutir com tu não, tô cheio de bagulho pra resolver no morro, tirando dinheiro meu pra conseguir e não é pouco não é milhões mermo. — pego o Bernardo, que começa a chorar querendo a mãe dele. — Chato pra caralho.

Ela levantou pegando ele do meu colo.

Liz: Seu problema é com essa porra de morro, não vem descontar em mim muito menos no Bernardo que não tem culpa alguma, ele tá enjoado pra caramba hoje por que tomou vacina então Dante, não tá sendo um dia bom nem pra você e nem pra ele — ela começou a acalmar ele.

— Descontei nada em tu, é essa porra de morro que sustenta os bagulho. — coloco o tênis, negando. — Dia bosta mermo, sei nem porque meti o pé pra cá.

Liz: Você não me sustenta Dante nunca sustentou e nem vai, por que no seu estresse você joga na cara, e namoral nem meu pai faz isso, quer ir embora? pode ir, só que não precisa voltar não, por que nem paciência com teu filho você tá tendo, nem o mínimo do paciência com a Ana você teve, e a menina tava doida pra te falar as coisas da festa dela que não é você que tá fazendo — ela falou me encarando sem aumentar o tom de voz.

— Não sou teu pai. — Faço joia com a mão. — Nunca quis festa nenhuma, a merma coisa serve pra você, primeira oportunidade joga na cara e se eu for eles vão também.

Liz: Você não quis mas a minha filha quer e se ela quer ela vai ter nem que isso eu tenha que passar por cima de você, quero vê você tirar eles daqui — ela me olhou séria.

Dou risada debochado, cruzando os braços.

— Eu tiro se eu quiser vai fazer o que? Nem teu pai tem direito nenhum de não deixar eu tirar meus filhos daqui, tá ligada não?

Liz: Eles não são seus filhos, eles são nossos filhos, eu não tô me garantindo no meu pai, eu tô me garantindo em mim mesma — o Ber fez bico pra chorar — Vai levar pra deixar na mão de gente que maltrata a Ana? Não vai mesmo.

Sorrio nervoso, respirando fundo e saio do quarto sem falar nada.

Tô nem com cabeça pra discutir com ela, entro no carro metendo o pé de volta pra porra do meu morro, que conquistei sozinho, isso mermo.