Noventa e nove

486 32 6
                                    

Allan | LK 🎯

Acordo sentindo meu corpo quente pra caralho e o braço latejando de dor.

A Maitê tava grudada em mim, não me largou.

Maitê: vida? — ela me olhou se mexendo.

— Tô aqui. — murmuro baixo, tirando o cobertor.

Maitê: Tá com dor ? — ela sentou na cama me olhando com carinha de sono.

Concordo com a cabeça, respirando fundo, papo que eu tava suando demais.

Maitê: Quer remédio? eu tirei a bala amor — ela levantou rápido tirando a coberta de mim.

— eu vou pegar, pode dormir. — levanto, indo pro banheiro.

Passo água no rosto, seguido da nuca.

Ela levantou vindo atrás de mim.

Maitê: Eu vou ficar com você amor — ela mexeu na caixinha de remédio dela.

— Se tem que dormir pô, tá suave, juro pra tu. — sorrio fraco.

Ela cruzou os braços me olhando toda bicudinha.

Maitê: Mais eu quero ficar com você Allan — Se ela meteu meu nome ela tava ficando irritada — Toma esse comprimido — ela estendeu a mão.

Tomo o comprimido no seco mermo, abraçando ela que tava com o bico enorme.

— foi mal neném. —murmuro baixo.

Maitê: Quer que eu faça um chá pra você tomar? — ela passou a mão nas minhas costas.

— posso ficar lá com tu? — pergunto.

Ela fez que sim dando um beijo no meu peito.

Maitê: Então vamos lá fazer um chá já tá clareando que horas são? — ela colocou o braço na minha cintura, saindo do quarto indo pra cozinha.

— 5 e pouco da manhã amor. — desço com ela sentando na bancada.

Maitê: Quer chá do que amor ? — ela me olha intercalando pro bagulho dela de chá.

— Limão com menta? — sugiro, tirando a camisa.

Ela fez careta pegando o limão na geladeira.

Maitê: vou poder tomar esse chá não, muito azedo — ela fez careta fazendo o chá — vou comer bolo, quer? — ela falou cortando um pedaço do bolo.

— experimenta, é mó bom. — nego pro bolo. — Só o chá amor.

Ela tava fazendo o chá toda bonitinha, colocou na xícara vindo ficar no meio das minhas pernas.

Maitê: Seu cházinho sem açúcar como você gosta, não sei como — ela colocou a cabeça no meu peito .

Beijo a cabeça dela, levando a xícara a boca.

A outra mão passo na barriga dela, deixando ela ali.

— Está bom neném. — bebo mais um pouco, acariciando a barriga dela.

Ela tava parada olhando o sol nascer pela vidraça da cozinha, toda caladinha.

Maitê: SENTIU? — ela falou alto olhando rápido pra mim — nosso neném mexeu amor.

— Mexe pro papai. — Passo a mão na volta toda da barriga dela. — foi fraquinho.

Ela pegou minha mão colocando no meio da barriga dela com a dela em cima da minha.

Maitê: É fraquinho amor, ele ou ela é só um grãozinho ainda — ela passou a outra mão dela — de novo vida — ela falou sorrindo.

— papai ama tu pô. — faço carinho ali, beijando a cabeça dela.

Ouço o barulho na frente da casa, colocando a xícara na bancada.

Maitê: você ouviu? — ela foi pra perto da vidraça olhar o jardim da casa.

— Ouvi amor. — murmuro baixo. — Não tem arma aqui né amor? Lembro que não trouxe.

Maitê: Não tem nenhuma arma aqui, você levou pro rio e tinha ficado no carro — ela me olhou preocupada — será que é meus pais?

— sobe e tranca a porta do quarto amor. — Falo, ouvindo os passos do lado de fora e a luz da sirene.

Ela negou com a cabeça foi coisa de segundos e a porta foi arrombada com tudo, fazendo ela se segurar em mim.

Policial 1: MÃO NA CABEÇA LADRÃO, MÃO NA CABEÇA — o policial entrou com o fuzil já apontando pra mim e pra ela.

— Deixa ela subir e eu me entrego. — coloco a mão na cabeça devagar.

Maitê: O que tá acontecendo — ela olhou tudo assustada segurando no meu braço — Allan...

Olho o policial concordar e olho pra ela.

— Só sobe, vai. — balanço a cabeça pra escada.

Ela negou com a cabeça, indo pra perto da escada.

Maitê: Por que vocês estão levando ele ? — ela parou na escada olhando pro policial que tava com a arma mirada na minha cabeça.

Policial2: Bandido tem vida boa, mulher gostosa. — ele falou olhando pra ela.

Policial1: O provável chefe tá na mão. — ele falou no radinho.

— Sobe Maitê, caralho. — olho puto pro policial que falou dela.

Ela subiu pra parte de cima da casa.

Policial 2: Na hora de ser chefe não fica puto, né ladrão — ele deu dois tapinha no meu rosto.

Policial1: Vou subir pra revistar a casa — ele falou olhando pra mim — Pela tua mulher tem b.o na casa?

— não tem nada na casa. — olho sério pro policial, guardando a cara dele na mente.

Ele subiu logo ouvi a voz da Maitê.

Maitê: Só vai me revistar se tiver uma policial feminina — ela falou no corredor.

— não toca nela, caralho ta louco filho da puta? — falo bolado mermo.

Só senti a coronhada na minha cabeça, me fazendo ficar tonto.

Maitê: Allan — ela falou próximo a mim com voz de choro.

Policial2: Ai ninfeta ou tu fica quieta ou teu filho não vai conhecer o vagabundo aí .

Respiro fundo sentindo um ódio do caralho.

Vejo o outro policial por a algema e o filho da puta sair da frente, comigo atrás.

Olho no fundo ela chorando e abaixo a cabeça negando, papo que ver ela chorar era complicado pra porra.

Real Vivência [M]  - Livro 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora