Cento e vinte quatro

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Dante 🏴‍☠️

A tarde passou rapidão demais tava paz com eles aqui, mesmo todo mundo chorando junto, Ana fazendo mó bagunça e o Bernardo querendo mamar na Liz toda hora.

A gente tinha voltado sei lá ou a gente ia tentar ainda não tínhamos conversado mermo, já que a Ana tava toda hora olhando, menininha do caralho inteligente demais, pô.

As cria agora tavam tudo dormindo, os pequenos e a Ana assistindo no meu celular no quarto.

Meu corpo tava ficando agitado pra caralho e a mão começando a tremer.

Liz: Você quer comer algo? — ela saiu do banheiro secando o cabelo loiro dela.

— Tô sem fome agora. — murmuro, apertando minha mão.

Liz: Tá tudo bem? — ela sentou do meu lado parando de mexer no cabelo.

Nego, mostrando minha mão tremer, vendo que ela já sacou o bagulho.

Liz: Bora tomar um banho quente? — ela pegou na minha mão — eu tomo contigo.

Respiro fundo, deixando ela me ajudar e seguro sua mão, me sentindo inquieto pra caralho.

Ela me puxou pro banheiro com ela.

Liz: A água tá boa — ela entrou de calcinha e sutiã no box — vem ... — ela estendeu a mão pra mim.

Entro no box com a bermuda leve mermo, sentindo a água quente no meu corpo.

Ela abraçou meu corpo com carinho passando a mão nas minhas costas.

Liz: Tá tudo bem galego — ela passou a mão no meu cabelo — fala comigo se abre comigo.

— Tô agoniado. — murmuro baixo, sentindo o abraço dela, passando os braços pelo corpo dela, deixando meu pescoço no ombro dela.

Liz: A gente vai vencer isso amor — ela murmurou baixinho me passando mó tranquilidade naquela situação fodida.

— Você não merece passar por isso. — sinto meu olho encher de lágrimas.

Liz: Eu sou sua mulher Dante, é nossa situação — ela me apertou nela — Eu estou com você.

— eu te amo Liz. — ouço minha voz falhar.

Liz: chora amor pode chorar, não tá fácil pra você, só não segura tudo pra você — ela beijou meu pescoço com carinho.

Foi só ela falar mermo que eu chorei pra caralho, tudo que tava guardado a meses nos braços dela.

Ela ficou abraçada comigo por mó tempão, beijando meu rosto.

Liz: Eu tô com você vida, senta aqui — ela me puxou pro chão me colocando no meio das pernas dela.

— Eu não aguento amor. — falo baixo.

Liz: Eu só aguentei por que tive você comigo amor — ela me encostou nos seios dela.

— não posso sobrecarregar tu com isso, melhor me internar Liz. — falo o bagulho que pensei esses dias

Liz: amor não fala essas coisas, você não me sobrecarrega, a gente consegue — ela me fez olhar pra ela — você não quer voltar pra lá.

— Mais é bagulho que vai dar certo. — faço carinho no rosto dela. — Pro bem da nossa família mermo, nossos filhos, não quero ser a porra de um pai dopado.

Liz: Dante ... — pela primeira vez os olhos dela encheu de lágrima.

— É por nós Liz, pelo meu amor por tu e pelas crias. — limpo o rosto dela, engolindo a vontade de chorar.

Liz: Tá — ela falou fungando encostando a cabeça no box — vai ser foda ficar sem você de novo — as lágrimas desceu no rosto dela.

— Eu te amo pra caralho. — sorrio pra ela, dando vários selinhos nela.

Liz: Como você vai fazer com isso aqui? — ela falou tentando ficar sem chorar.

— Vamos volta pro rio. — beijo o rosto dela.

Liz: Tá bom, eu acho que diante tudo que aconteceu eu vou arrumar uma casa pra mim, não dá pra gente voltar pra casa do meu pai amor — ela me olhou — uma coisa nossa sabe? recomeçar mesmo.

— Quer uma casa onde amor ? — olho nos olhos dela.

Liz: Jacarezinho? Pedreira? — ela me olhou — ou você quer no asfalto?

— Você escolhe vida. — passo a mão no cabelo dela, que estava lindo pra caralho.

Liz: prefere ficar longe de geral amor ? — ela me olhou.

— Você não quer, tá suave ser próximo tua felicidade em primeiro pô.

Liz: Não é isso amor, é mais pela rede de apoio com as crianças sabe, mas podemos ver algo mais distante sim, eu contrato uma babá pra me ajudar com os gêmeos — ela me olhou — Eu preciso sair das asas dos meus pais amor...

— Então escolhe onde amor e a gente resolve. — sorrio pra ela.

Liz: E se te chamarem pra cuidar do morro novamente, eu não concordo de você abrir mão amor, você cuida daquilo desde de criança — ela me olhava de uma forma que me dava paz, até tremer eu tinha parado.

— Não quero. — sorriu fraco. — Eu mermo decidi, da pra abrir algum bagulho tenho dinheiro e tudo..

Liz: Então vamos recomeçar do zero mesmo? — ela me olhou — pode ser difícil amor...

— Vamos pô, vai dar certo Gasparzinho. — sorrio pra ela.

Real Vivência [M]  - Livro 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora