Cento e vinte dois

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Dante 🏴‍☠️

Acordo vendo o Bernardo aqui do lado, por um milagre ou não, tive duas folgas em uma semana.

As folgas pra mim é mais difícil, porque parece que preciso de mais remédio pra ficar suave e aguentar os bagulho.

De um lado tava o Bernardo do outro tava a Ana toda espalhadona, e a Liz tava no canto do sofá com a mão em cima dos gêmeos que dormiam com a chupeta na boca.

Levanto devagar, indo na cozinha, sentir fome era uma parada que eu não tinha nem comia mermo.

Olhei em cima da mesa tinha um lanche lá escrito "Bom dia, Dante.
Toma café antes de ir, fiz esse patê por que sei que tu gosta.
Bom trabalho"

Sorrio fraco, pegando tentando comer o lanche que ela fez.

Ela odiava esse patê por que ela não curtia atum, mas era um bagulho que eu curtia pra caralho, forcei pra comer e até comi um pouco.

A casa tava cheirosa tava tudo mó limpo, a casa parecia menos feia até.

Ouvi a tossi dela na sala fiquei do jeito que eu tava, tentando comer o lanche.

Respiro fundo, mordendo da forma que dava, a parada dava refluxo tá ligado, tomo o suco pra ajudar descer, vendo ela aparecer na cozinha.

Liz: bom dia? — ela perguntou com a voz baixa dela de manhã — Não foi trabalhar?

— Bom dia Liz, hoje tive folga. — olho o lanche na minha mão, mostrando que não comi quase nada.

Ela sentou na outra cadeira com cara de sono.

Liz: Nem avisou cara, meu a Jade causou comigo essa noite — ela falou escorando na mesa.

— Não ouvi, tentou me acordar? — pergunto confuso, sorte mermo é que o Bernardo dorme a noite toda.

Liz: Eu acho que teu bairro inteiro acordou, foi uma onda gigante ela chorou que fez Ravi chorar, que acordou Bernardo e até a Ana acordou — ela riu fraco.

Coço a nuca, com vergonha.

Papo mermo que nem ouvi nada, nada.

— Vai dormir agora pô, olho as cria. — pego o copo, pondo na pia.

Ela negou com a cabeça parada me olhando.

Liz: Não precisa já acostumei a Jade tem refluxo, ela tem que ter uma atenção maior, mas tá tudo bem — ela prendeu o cabelo num rabo de cavalo.

— Que foi que você tá me olhando assim? — olho de relance pra ela.

Liz: A gente precisa conversar né? — ela me estendeu a mão — aproveitar que a Ana tá dormindo.

Olho pra ela, não entendendo do que ela está falando, em seguida vendo minha mão tremer pra lavar o copo.

— Pode falar Liz, o que aconteceu!? — viro a atenção pro copo.

Liz: Senta aqui cara tá fugindo de mim — a mão dela tava esticada na mesa.

Derrubo o copo na pia, respirando fundo e me sento de frente pra ela, mexendo o pé agoniado.

Liz: Se acalma não precisa ficar assim — ela pegou na minha mão — Eu sei que você precisa desses remédios, mas você está virando dependente dele, isso me preocupa um pouco, você emagreceu, você não come, você tá doente Dante — ela apertou minha mão.

— eu não tô doente Liz, eu tô bem. — olho pra ela.

Liz: Eu fui sua mulher Dante não mente pra mim, eu sei que você já teve problema com remédio, eu só quero cui... te ajudar só isso — ela sorrio fraco

— Mas agora eu tô bem Liz. — sorrio, apertando a mão na perna. — Se tomar direito funciona.

Liz: Deixa eu cuidar de você numa boa, a gente consegue, não quero ter que internar você, eles não querem ficar sem você Dante — ela fez carinho na minha mão.

— Não liz eu não posso ser internado de novo, Liz isso não. — levanto da cadeira, andando de um lado pro outro.

Ela levantou vindo pra perto de mim.

Liz: Eu não vou te internar, por isso eu quero te ajudar, você não vai ser internado — ela segurou meus pulsos — olha pra mim.

— Eu não posso voltar pra la Liz, tá entendendo? — murmuro baixo, negando.

Liz: Confia em mim pela última vez na sua vida, eu não vou te internar — ela ergueu meu rosto pra ela — olha pra minha cara branca — ela sorrio triste.

Balanço a cabeça, concordando, sentindo o coração acelerado.

Liz: Posso te abraçar? — ela me olhou — Isso ajudava meu pai.

Concordo, indo eu mermo abraçar ela, de alguma forma ela ainda me acalmava e era desesperador ter ela na minha vida, mais não na merma forma de antes.

Ela me abraçou forte igual ela sempre fazia quando a gente tava casado com beijo no pescoço.

Liz: Eu tô com você Dante — ela falou deitando a cabeça no meu ombro.

Real Vivência [M]  - Livro 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora