Cem

424 28 3
                                    

Maitê 🫀

Aquela cena dele sendo levado tava sendo repetida toda hora na minha cabeça, eles reviraram minha casa, tava tudo do avesso, tudo absolutamente tudo.

Liguei de imediato pra Ohana, e em seguida pro meu pai que estava voltando para cá.

A porta tava arrombada nossas roupas no chão, o quarto do bebê tava com tudo no chão.

Ouvi meu pai entrar rápido sem minha mãe.

— Pai — ergui a cabeça toda encolhida no sofá com o rosto inchado .

Ítalo: o que aconteceu? — ele me olhou, em seguida olhou ao redor.

— Levaram ele pai, a polícia chegou aqui arrombando tudo, revirou a casa, bateram nele — falei negando com a cabeça, sentindo as lágrimas descer no rosto.

Ítalo: Por qual motivo?

— Não falaram pai, nem sei por que levaram ele, não tinha nada aqui em casa — coloquei a mão na cabeça.

Ítalo: vou fazer umas ligações, vai dar tudo certo. — ele beijou minha testa.

— Liguei pra Ohana pai, olha minha casa — passei a mão na barriga chorando.

Ítalo: vamos arrumar pô. — ele me olhou, passando tranquilidade.

— Pai fica aqui comigo — falei chorando baixo — Não sei pra onde levaram ele — senti meu pai sentar do meu lado.

Ítalo: Vou ficar aqui. — ele fez carinho no meu cabelo.

Ouço meu celular tocar, fazendo um barulho alto lá em cima.

Subo rápido pro nosso quarto procurando meu celular, indo pelo barulho, encontrando ele no meio das cobertas.

Ligação on 📱
— Alo?
Ohana: Maitê?
— Ohana me ajuda por favor — falei fungando.
Ohana: O que aconteceu me fala calma — ela tava mexendo em algo.
— Invadiram aqui em casa e levaram ele. — falo com o choro engasgado.
Ohana: Eu vou pegar o caso dele Maitê, mais preciso saber de tudo, tinha arma, droga algo assim?
— Não, ele deixou tudo aí no rio. — murmuro baixo, sentindo a garganta doer.
Ohana: Estamos na estrada todo mundo tá? Já estou atrás dele, Yan acelera isso — ela falou toda fria.
— vou esperar vocês. — respiro fundo. — obrigada Ohana.
Ohana: Te amo gatinha vai dar certo, Yan meu gato bora — ela desligou o telefone.

Meu pai tava na porta do quarto me olhando.

Ítalo: Estão vindo? — ele me olhou, desligando o celular.

— Sim pai, cadê a mãe? — falei triste — será que estão machucando ele?

Ítalo: Ficou no hotel, tenho que buscar ela, ela ficou de me ligar pra ir. — ele murmurou baixo, olhando a casa.

— Acabaram com minha casa pai, o quarto do bebê — falei sentindo o choro parar na garganta.

Ítalo: nós arruma pô. — ele me olhou.

— Pai tá complicado pensar friamente, eu tô devastada por dentro, bateram nele na minha frente — meus olhos encheu de lágrima novamente.

Ítalo: fica calma pelo bebê. — ele foi juntando umas coisas do chão.

— Pai eu tô preocupada com ele, muito preocupada com ele, foram falar de mim, ele ficou nervoso — sentei na cama suspiro fundo.

Ele parou de recolher, me olhando.

Ítalo: Vamos resolver isso filha, a Ohana vai procurar onde ele está, e na facção vamos ver o que podemos fazer... — ele beijou minha cabeça.

Meu pai passou o dia todo comigo, grudado literalmente, fez coisa pra eu comer, eu não conseguia dormir, não tinha sono, quando deu 00:00 ouvi os carros pararem, olhei pela vidraça era eles chegando.

— Eles chegaram — sorri fraco passando a mão na barriga.

Ítalo: Vamos lá, vai dar certo filha. — ele sorriu pra mim, descendo comigo.

Real Vivência [M]  - Livro 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora