Cento e vinte nove

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Liz 🌪️

Sentimentos nem sempre são fáceis e ainda em criança são 10 vezes mais aflorados, a Analua brigou na escola com um coleguinha por que ele falou algo do pai dela, agora ela tava tomando dois pontinhos na boca por que o amiguinho empurrou ela e cortou.

Liz: não precisa chorar a mamãe tá aqui — ela tava no meu colo.

Ana: Nalu quer o papai. — ela passou a mão no rosto, soluçando.

— Papai tá dodói lembra? — passei a mão no rostinho dela — a mamãe não serve?

Ana: Nalu falta do papai. — ela soluçou, limpando o rosto.

O enfermeiro sorrio terminando de fazer o curativo dela.

Virei ela pra mim deitando no meu colo igual eu fazia com os irmãos.

— A mamãe também sente muita falta do papai, meu amor — limpei as lágrimas dela — mas somos nós duas pra cuidar do Bê, da Jade e do Ravi, o papai pediu lembra? — senti meu celular vibrar.

Ana: Lembra a Nalu, mas quer papai.

Respirei fundo por que toda vez que ela se machucava ela sempre queria o pai, quem conseguia melhorar a situação era meu pai, mas meus pais estavam em Angra, ou seja, eu precisaria lidar com isso.

— Mamãe também quer o papai, mas você tá dodói igual o papai, vamos pra casa assistir filme juntinha? eu deixo a Nalu chupar sorvete — ela tava fazendo manhã eu sabia.

Ela concordou com a cabeça, descendo do meu colo saindo pulando, nem lembrando do que havia acontecido.

Pego o celular que tinha tocado, olhando no visor.

Abri o whatsapp e vi a mensagem.

+5521

Sra.Liz Perrini Monteiro Mendes foram liberadas as visitas ao paciente Dante Mendes, as visitas será liberadas por duas horas.
O paciente só tem direito a duas pessoas por visita, crianças acima de 5 anos já contam.

Visitas liberadas hoje á partir das 13:00.

Leio a mensagem novamente, pra ter certeza que era real.

Sai do transe vendo a Ana segurando minha mão com a boca inchada, mas ela tava 100% nem aí.

— você quer vê o papai ? — falei sentindo meu coração saltando da boca.

Ana: Nalu quer ver papai. — ela ficou me olhando.

Sai do hospital com a cabeça a milhão, liguei perguntando se a babá conseguia ficar com os gêmeos já que o Bê estava na escolinha e só sairia as 17:00, e ela disse que ficaria sem problemas.

Levei a Analua pra almoçar no shopping por que ela só sabia falar que tava com fome e que queria ver o pai, até sorrisos ela tava soltando.

Olhei o relógio e marcava 5 min para liberar a entrada, a clínica era tão distante quase interior do Rio e a Ana tava olhando a janela toda ansiosa.

A cada 5 minutos ela perguntava se estava chegando e a cada vez que eu falava não ela emburrava e cruzava os braços.

Ana: E agora mamain? — ela perguntou, olhando as lojas que agora haviam na rua.

— Filha do céu falta mais 5 minutos é longe minha vida, cadê o chocolate do papai? cadê o ursinho que você quer dá pra ele? — falei entrando na estrada de pedra que era da entrada da clínica.

Ana: Tá aqui, tudo do papai da Nalu. — ela mexeu as pernas na cadeirinha, ansiosa.

Parei o carro no estacionamento da clínica e ela desceu com as sacolas na mão, esperando eu pegar na mão dela.

Real Vivência [M]  - Livro 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora