Real Vivência [M] - Livro 3

Sessenta e sete

Maitê 🫀

Desgosto vergonha e arrependimento é o nome de tudo que eu estava sentindo nesses últimos 5 meses.

Se eu tivesse ouvido a Liz, se eu tivesse acreditado aquele primeiro direct tudo seria diferente.

O Orion mudou da água pro vinho, eu vivia nessa casa, presa, sendo humilhada de todas as possíveis, sendo literalmente empregada, meus pais já me ligaram e ele se passando por mim pedindo para me esquecer que eu cresci quero voar, tudo mentira.

Se eu tivesse ouvido meu padrinho no dia do churrasco, eu fui avisada várias vezes por ele, até ele abrir mão de mim..

Cada dia que passava aqui dentro piorava, me sentia sufocada o quarto parecia cada vez menor, o medo de dormir no escuro, de não saber o que ele vai fazer assim que chegar.

Se vai ser ter que assistir ele com a Talita, humilhações ou me fazer limpar do primeiro grão de arroz da cozinha no armário até a última folha do quintal.

A porta do meu quarto abriu e era a Talita mais uma vez ela.

Talita : Fala princesinha linda — ela veio toda debochada pra cima de mim.

Subo o olhar pra ela, abaixando a cabeça eu não aguento mais isso.

Ela pegou no meu rosto erguendo pra ela.

Talita: Tá aprendendo como ser uma boa mulher? Tive que vim por que a lindinha não sabia transar — ela riu negando.

— Me deixa em paz, por favor. — seguro as lágrimas que queriam sair.

Ela apertou meu rosto vendo as lágrimas.

Talita: Tá famosinha pô, olha — ela jogou o celular no meu colo.

Pego o celular, descendo o olhar para ele.

" A segunda dama não sabe fazer direito?
Segunda dama? Não tem de nada, vive sendo traída pelos quatro cantos do morro e continua com o nosso Romão amigas! Isso mesmo.
Seria por patrocínio? Nosso lindo chefe contou para gente que ela não sabe nem transar, não senta direito e muito menos chupar....parece que nossa santinha do pau oco está tendo algumas aulinhas para melhorar ( Foto ) até onde vocês iriam pôr dinheiro? A essa altura a família dela deve estar morrendo de vergonha da nossa ninfetinha, larga o boy colega. "

— Isso é mentira, ele não me deixa ir embora eu quero embora. — falo com voz de choro.

Ela pegou o celular dando risada.

Talita: Vai embora caralho nenhum, falando nisso vai limpar o quarto, por que nossa foda foi dos deuses — ela jogou o cabelo em mim.

Respira Maitê, respira.

Sinto a falta de ar e respiro fundo várias vezes, acalmando após alguns minutos.

Pego os produtos de limpeza e os lençóis e fronhas limpos, engolindo o choro, começando a limpar.

Talita: Já volto minha lindinha, quando eu voltar você vai secar meu cabelo tá? — ela passou as unhas no meu rosto — quanta vergonha pra família Perrini.

Abaixo a cabeça, trocando os lençóis.

Limpo tudo do quarto, abrindo as janelas que agora estavam com grades.

Junto tudo e desço para cozinha, colocando pra lavar e guardo os produtos no lugar, vendo a sujeira que eles fizeram.

Já tinha perdido o semestre da minha faculdade, tudo que tinha conseguido, senti minhas lágrimas escorrer no meu rosto.

Volto pra sala, colocando minhas mãos na cabeça respirando fundo várias vezes.

— Que vontade de sumir disso tudo — suspiro fundo.

Olho para o chão, vendo o sol entrar e viro pro outro lado, voltando rapidamente para ali.

— tá aberta? — murmurei pra mim mesma, olhando pra escada. — Ai meu Deus está aberta.

Me levanto rápido, arrumando a roupa no meu corpo com o cabelo preso em um coque que estava enorme, ele não me deixou cortar.

Sai sem nem pensar duas vezes, um vapor me olhou confuso me vendo no portão, sorri sem graça e desci rápido em sentido a entrada do morro, ele tava cuidando do morro.