Cento e catorze

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Caos 🎲

Olho ela sentada na minha frente, papo de quase meia hora sem falar nada só com o rosto vermelho de choro mermo.

Liz: Acho que eu tô mal pai — ela fungou olhando os pivetinhos dormir.

— Desenrola o caô todo, tô ciente que tu é igual eu. — passo a mão no cabelo, cruzando os braços.

Ela abaixou a cabeça limpando o rosto.

Liz: Pai eu tô cansada sabe, não das crianças jamais, meus filhos são tudo pra mim, mas do peso disso tudo, eu errei em não pedir ajuda de querer abraçar o mundo, mas assim ele não fazia o mínimo pra me entender, eu comecei a me sentir extremamente mal, eu emagreci muito por conta do peito, eu tô feia pra caramba, pai ele não me via mais como mulher sabe, não sei quando foi que ele me elogiou como mulher não mãe, beijo e transar meu Deus não sei quando aconteceu, eu via ele lá mas a gente tava distante pra caramba, eu virei só mãe pra visão do Dante, e no fim ele disse que a pior coisa que aconteceu foi eu entrar na vida dele — ela chorou baixinho por conta das cria.

— tua mãe ficou da merma forma que tu, ficamos separados tô ligado mermo, tu e ele não sabem resolver os caô, tu joga os bagulho na cara e ele fala merda pra caralho.

Ela ficou me olhando calada.

Liz : Eu só queria que ele entendesse ou fosse compreensivo mas ele não é nenhum pouco — ela respirou cansada — Acabou pai, eu sei que não vou ver mais a Ana nem o Bernardo isso me mata por dentro, por que eles são meus filhos, ainda que ele diga que não, e ele nem queria falar com os filhos dele, infantil demais, o problema é eu e ele, as crianças não tem culpa, eles tem rotinas costumes, o Bernardo mama pai — ela mexeu no celular.

— Tu ficou comigo quando separei da tua mãe, nós desenrola o bagulho de compartilhar guarda se ligou? Bernardo tem teu nome na certidão, fica suave pô.

Liz: Tá certo pai não vou te encher mais com isso, vai descansar daqui a pouco as gêmeas acorda — ela sorrio sem graça — Desculpa encher com isso tudo, é que não queria ficar lá mais — ela olhou pra porta do bagulho dela de roupa que tava o vestido de noiva dela.

— Vai dar tudo certo, se ligou? Amo tu pra caralho, minha primeira princesa pô.

Liz: Te amo pra sempre pai, só queria as vezes voltar a ser a Liz que te dava dor de cabeça, por ser uma inconsequente — ela colocou as mãos na cabeça.

Nego com a cabeça.

— sai fora otaria. — nego rindo.

Liz: Nem sei beber mais fica tranquilo, é capaz de alguém abrir algo do meu lado e eu dormir — ela riu negando — Posso ficar aqui com os gêmeos por enquanto? até minhas ideias se organizar e eu ir pra uma casa minha...

— Claro que pode pô. — olho pra ela. — casa é tua.

Liz: Eu tô precisando ser cuidada um pouquinho pai, e eu odeio admitir isso — ela era complicada igual eu, foda.

— eu e tua mãe cuida das cria e tu arruma teu cabelo, o que tu acha? Faz algum bagulho pra tu curtir, jaé?

Ela soltou um sorriso leve.

Liz: Vocês já tem três pra cuidar pai, não vai ficar demais? eu levo eles ou eu faço aqui em casa o cabelo — ela me olhou.

Nego com a cabeça.

— Nós fica pô, só ver o dia pra tu ir. Tua mãe tem leite, vai ser suave mermo. — passo a mão no cabelo.

Liz: Eu não sei o que seria sem vocês dois na minha vida — ela me abraçou começando a chorar em silêncio senti minha blusa molhar.

Passo as mãos na costa dela, tentando passar conforto que eu nem sabia como fazer a parada.

Mais tentei mermo.

Real Vivência [M]  - Livro 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora