Noventa e oito

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Maitê 🫀

Tinha tomado outro banho por que tava com sensação de crise de ansiedade, banho quente me acalmava muito, coloquei meu pijama passei creme no corpo e penteei meu cabelo.

Olhei o horário pelo visto o Allan não iria vir hoje, e tá tudo bem amanhã cedo ele estaria aqui.

Meus pais foram da uma volta na cidade pra conhecer, super bonitinhos.

Fiz o strogonoff que ele pediu, e o bolo estava me dando água na boca mas queria cortar somente quando ele chegasse.

O quartinho do bebê ta todo lindinho todo branquinho com bichinhos a decoração veio da cabeça do Allan, e sinceramente tava uma graça, embora ele fosse um desesperado e exagerado pelo tamanho do quarto.

Ouço barulho de carro chegando lá fora, mas não era o do Allan, era um diferente.

Provavelmente era de algum vapor, deitei na nossa cama apaguei a luz abraçando o travesseiro dele com cheiro dele, que saudade.

Ouvi o barulho da porta, seguido de passos na escada.

Ergui a cabeça olhando pra porta, pode ser meu pai ou minha mãe.

Allan: Amor? — olho ele entrar no quarto, com várias coisas na mão e com a mesma roupa de mais cedo.

Meu coração acelerou vendo aquele homem, levantei da cama e fui pra perto da porta.

— você voltou hoje meu amor — sorri toda boba pra ele.

Allan: Disse que vinha pô. — ele colocou as sacolas no chão e desabotoou a camisa que estava com umas manchas de sangue.

— Tá tudo bem? — olhei a camisa dele — quer ajuda?

Allan: Não é meu, é meu e de outras 20 pessoas. — Ele gemeu baixo, segurando o braço. — Vou tomar banho e já deito com você.

— Deixa eu olhar amor, eu sei mexer deixa eu ver — olhei preocupada querendo vê o braço dele — O que aconteceu ?

Allan: o tiro ia pegar no peito do Dante e eu entrei na frente. — ele murmurou baixo.

Arregalei os olhos ouvindo só pensando na Liz.

— Ele tá bem? vamos pro banheiro vida — cruzei nosso dedo mindinho puxando ele pro banheiro — senta aqui deixa eu limpar .

Ele me olhou, sentando na tampa do vaso, me mostrando o braço.

Allan: Tá muito ruim? Não tô sentindo ele direito porque vim dirigindo.

— Tá feio amor, mas vamos limpar isso — tirei a camisa dele por completa observando a quantidade de sangue, dei ânsia — mamãe precisa cuidar do papai, me ajuda vai — respirei fundo.

Allan: Eu faço amor, vai deitar. — ele olhou nos meus olhos.

Neguei com a cabeça, pegando a caixinha de primeiros socorros.

— Amor deixa eu cuidar de você por favor ? — encarei ele séria — É enjôo e tá tudo bem.

Allan: Tudo bem neném. — ele balançou a cabeça, ficando parado.

A bala tava dentro do braço dele, sorte que eu tinha algumas coisas de hospital que consegui fazer o curativo certinho.

— Curativo feito, bala fora amor — falei segurando a vontade de vomitar.

Allan: valeu amor. — ele me deu um selinho, tirando o restante da roupa, entrando no box.

Foi ele levantar que levantei a tampa do vaso vomitando tudo que tinha comido o dia inteirinho.

Real Vivência [M]  - Livro 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora