Trinta e nove

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Maratona Bia triste 6/15
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Pietra 🦋

Um mês daquele maldito dia que o Caos sumiu que eu simplesmente existo, tudo que ele pediu pra eu não fazer eu tava fazendo.

Tava de frente do morro, andava pra cima e pra baixo armada, dormia minimamente 4 horas por noite, comia pelo bebê, a ausência dele o sumiço da Liz tudo me causava uma irritação, medo e nervoso gigante.

Minhas mãos tinha diversas cicatrizes por que eu socava tudo que eu via pela frente quando eu surtava, eu prometi pra mim mesma eu ia encontrar-los vivo ou morto.

O Yan reuniu todo mundo mas eu ouvi ele falando com o Otto e eu ia nem que fosse escondida mais eu ia.

Otto: estamos indo caótica, Dante e Orion estão atrás da Liz. — ele falou montando na moto. — Dorme bem e se cuida.

Olho ele sair com a moto e vários vapores atrás, com o Yan no carro com o Ítalo.

Respirei fundo subi passei faixas na barriga coloquei o colete que ele sempre falava que eu precisava usar por andar com ele, mais eu nunca usava, me ajeitei com as duas armas dele, peguei o carro dele que tava parado e desci um pouquinho mais atrás eu sabia o caminho.

O carro tinha arma até o talo, era o carro que ele usava pra invasão.

Eu podia fazer a maior merda da minha vida, mais a maior merda seria eu não fazer nada por eles dois.

Não sei quantas horas ao certo se passaram, mais demorou mais que o normal das outras vezes, olho o carro e as motos estacionadas em frente a nossa casa em Angra.

Otto: Tá sem ninguém do lado de fora, vamos entrar pela frente. — ele falou alto. — Depois ver tudo dentro, vamos pela passagem de trás da casa que dá aos quartinhos.

Yan: Qualquer coisa suspeita eu mando o rádio pra vocês, vou ficar no carro.

Vapor1: Certo chefe! — eles ajeitaram as armas.

Estacionei o carro respirei fundo, coloquei mais uma arma na cintura, desci do carro sem fazer barulho, um vapor me viu e fiz sinal de silêncio, ele negou com a cabeça.

Fiquei parada atrás do carro vi os meninos entrar e o Yan ficar dentro do carro.

Vi eles entrar e lembrei onde o Caos falava um lugar pra se esconder que ninguém conhecia, puxei na mente onde era.

Fui andando para a parte de trás da casa e ergui a portinha de madeira que tinha ali nos matos, respirando fundo pra descer.

Não tinha nenhuma luz e eu fui indo na intuição mesmo, sai no subterrâneo da casa, abri a porta e cheirava sangue e tinha sangue por todo canto da sala, empurrei a porta e tava emperrada.

— Inferno — chutei a porta e assim que a porta abriu ele tava ali, cheio de sangue, pendurado pelo punho — CAOS — grudei no chão.

Vejo ele abrir os olhos e me me olhar, sem aquele brilho que dava pra ver sempre.

Caos: T..o mo..r..re..ndo m..e..r..m..o. — ele falou com dificuldade, cuspindo sangue.  — A..m..o v..o..c...e.. m..e..rmo n..a..o s..e..n..do r..e..a..l jaé? — ele falou pausadamente, se esforçando pra conseguir terminar e tossiu, fazendo sair um monte de sangue da boca dele, sorrindo em seguida pra mim.

— SOU EU AMOR — gritei e fui até ele que me olhou e apagou de vez — LUCCA CARALHO.

xxx: sai de perto dele tia, quero atirar não — ergui as mãos em rendição levantando virando pra ele.

— Se acalma não vou fazer nada, eu tô sozinha — ele abaixou a arma, voltando pra cintura sorrio debochado vindo pra perto de mim — você não quer atirar mais eu quero filho da puta — puxei a arma da cintura disparando na cabeça dele igual o Caos falou.

Ouço os passos no corredorzinho e aponto a arma pra porta, vendo o Otto passar por ali.

Otto: Dra? — ele me olhou confuso  em seguida olhou pro corpo no chão.

— Achei ele — falei tentando soltar as cordas que segurava ele — me ajuda por favor, e sim foi eu — falei me referindo ao moleque no chão.

O Otto sorriu aliviado e veio pra perto, soltando as mãos dele.

Otto: Eu nem falei nada. — ele colocou as mãos segurando o caos. — Caralho...

— Ele tá muito machucado — falei respirando fundo, eu já não tinha lágrimas pra chorar mais — esse sangue todo é dele.

O Otto pegou ele com um super esforço levando ele pro lado de fora, aquela escuridão aquele teto baixo, era sufocante aquilo tudo.

Sai do lado de fora na frente do Otto e o Yan correu até a mim.

Yan: Mãe? Depois conversamos. — ele olhou pro pai dele e virou vomitando. — temos que ir, horário que eles veem é por agora.

O Otto me olhou com os olhos cheios de lágrimas e respirou fundo, colocando o Caos com a ajuda do Yan no carro.

— Eu vou com ele — entrei no carro junto e ajeitei a cabeça dele no meu colo — vai ficar tudo bem amor — falei exausta sentindo todo peso que evitei me lembrar durante esse mês bater em mim.

Yan: Vai com ela Otto, vou na sua moto.  — ele saiu correndo, montando na moto e o Otto entrou no banco do motorista.

Ligando o carro e começando a dirigir rápido.

Otto: ele tá respirando? — ele perguntou preocupado pra mim. — as costas dele...

— Fraco bem fraco mas tá — tinham raspado o cabelo dele — ele tá todo cortado Otto todo — falei vendo pedacinho por pedacinho dele — amor tá tudo bem, sou eu...

Sinto as mãos dele, tirando as minhas de cima dele com dificuldade sem abrir os olhos, como se estivesse tento um pesadelo.

Caos: minha Liz, não, ela não. — ele murmuro bem baixo, com dificuldade, começando a respirar mais forte.

— amor tá tudo bem, sou eu tá tudo bem — ele vomitou sangue no meu colo — agora a gente precisa achar a Liz — enquanto eu não encontrasse os dois eu não estaria bem inteira.

O caminho que era pra ser feito em 1h30, o Otto fez em 30 minutos, deixando eu com o caos no hospital e saiu em disparada pro morro do Dante ajudar a procurar a Liz.

Real Vivência [M]  - Livro 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora