Capítulo 3

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Emllia

      Matthew me empurrou apartamento a dentro, tive de ser forte para não acabar caindo com Emma no colo.

     — Mas que diabos Matthew, não me empurre.

    — Quieta! — Matthew gritava — Desde que você teve essa merdinha, se esqueceu de mim, você mal sabe o que acontece comigo Emilia! Que diabos de mulher é essa? Hoje era um maldito dia importante pra mim e o que você estava fazendo? Indo entreter esse estorvo! Você nem se lembra que maldito dia é hoje! — Ele explode me assustando, me fazendo cambalear para trás.

    — Matthew se acalme querido. É normal esquecer as coisas, acontece, mas seja o que for você pode me contar e nos vamos resolver o que quer que seja. — digo o mais amavelmente possível.

    — A promoção Emilia! Hoje era o dia que eu saberia da maldita promoção!

    — Oooooh sim! Parabéns amor! — Digo tentando soar o mais animada possível, com minha melhor tentativa de sorriso. — Parece que agora meu homem é o chefe da... — oh merda... o que era mesmo?

    — Maldito chefe de porra nenhuma! — ele berra assustando mais ainda Emma que começa a chorar baixinho em meu pescoço me agarrando com tanta forma que suas unhas entram em minha pele.

      — O que houve Matthew? Por que você não conseguiu a promoção?

    — Por sua culpa! — Ele se aproxima e acerta o primeiro golpe. Sou pega tão de surpresa que caio sobre a mesa de centro de vidro da sala. Uma dor excruciante me toma quando minha lateral bate na mesa e o vidro se quebra. Tento proteger Emma, mas não consigo. Ela bate com tudo seu corpinho na estrutura de ferro e o grito de agonia dela me mata, tento segura-la, mas ela rola pra longe de mim, seu corpinho encolhido no chão enquanto chora.

    — Isso é tudo culpa dessa maldita — ele começa a acertar golpe atras de golpe em mim, no inicio não é nada tão forte e eu consigo aguentar, mas quando seus olhos se desviam para Emma seu ódio parece atingir outro nível e eu perco o fôlego percebendo o que faria a seguir. Ele vai pra cima de Emma com tudo, acerta um, dois chutes nela até que eu consiga pular sobre seu corpinho e protege-la com o meu.

    Dessa vez ele estava empenhado nos golpes e eu senti toda sua ira. Cada golpe me tirava o ar e eu podia sentir o sangue escorrendo de algum corte na minha cabeça.

    — Eu te odeio, te odeio! Pare de defender essa desgraça! Por que você esta destruindo a nossa vida Emilia! Por que? Por que? — Ele berra e Emma se mexe abaixo de mim, ela chora de dor ao se mover, mas mesmo assim minha garotinha sai debaixo de mim. Eu sussurro para ela correr, mas ela me olha e balança a cabecinha os olhinhos cheio de lagrimas. Eu imploro a ela que vá, mas ao invés disso ela se joga contra seu pai tentando fazer com que ele pare de me bater. Quando ele acerta um soco em seu rosto e Emma desmaia eu vejo tudo vermelho.  A dor some, meu corpo fica imediatamente anestesiado, somente o ódio por aquele desgraçado que ousou machucar minha filha permanece.
     Eu olho para Emma caída e grito furiosa, chingando Matthew de tudo que posso. Parto para cima dele, tirando forças de sabe Deus onde, mas ele me derruba antes mesmo que acerte. Assim que caio no chão noto um pedaço de ferro que se soltou da mesa, não penso duas vezes e me viro acertando-o com tudo, ele cambaleia, mas não cai. Furioso ele vem pra cima de mim novamente, tentando tirar o ferro de mim, mas sou mais rápida e acerto com tudo sua cabeça, ele finalmente cai e desmaia.

— Emma! Emma querida! — Me arrasto dolorosamente até ela. — Amorzinho, abre os olhinhos pra mamãe abre! Emma! — Grito desesperada tentando acordar minha bebêzinha, mas ela não se mexe. Deito meu ouvido em seu peitinho e vejo que ainda respira e seu coração bate fortemente, então olho para o desgraçado caído atrás de mim. Me levanto com muita dificuldade e dou um chute com tudo que tenho em suas malditas bolas, depois cambaleio até meu quarto pegando a maior mochila que Matthew possui, nela enfio meu celular e meus documentos assim como os de Emma que sempre estão comigo, depois disso corro mancando até seu quarto e recolho todo o maldito dinheiro que conseguir juntar até agora, assim como seus brinquedos preferidos e algumas roupinhas. Com tudo na mochila saio em direção a sala, pego meu casaco no cabideiro e me abaixo gemendo de dor, pegando Emma delicadamente no colo e saio como se o diabo estivesse atrás de mim. E ele estaria se eu me apressasse.

    Assim que entramos no elevador cubro Emma com meu casaco para esconder seus machucados, o porteiro me cumprimenta assim que nos vê,  tento agir normalmente apesar do desespero por Emma, mas não consigo não me afastar quando ele tenta se aproximar e fazer carinho em Emma.

— Bom dia Sr. Geraldo, será que o senhor podia chamar um taxi pra mim?

— Claro, o que ouve com a princesa? — Pergunta meio desconfiado.

— Ela esta meio doentinha, acordou meio ruinzinha hoje. — Ele me olha por um momento, mas resolve ignorar o que quer que tenha visto.

— Pobrezinha, espero que fique bem logo.

— Eu também. — Digo sinceramente, torcendo por cada minuto perdido não tirar minha filha de mim. 

Sr. Geraldo acha um taxi rapidamente e eu respiro aliviada, assim que entro no carro peço o taxista que me deixe no hospital mais longe que tiver. Ele me olha com preocupação, mas faz o que peço. Enquanto isso tento acordar Emma, deixando minha mão sob seu coraçãozinho durante toda a viagem, precisando sentir a prova de que ainda estava viva.

— Emma, meu amorzinho... acorda para a mamãe, acorda. Me deixa ver esses olhinhos lindos. — digo com a voz embargada. — Vamos lá meu amor acorda! Mamãe precisa ver que você esta bem. — Mas ela não acorda e essa uma hora até o hospital vai me matando aos poucos. Quando o taxista para eu o pago, mal contando o dinheiro que lhe dou, antes de sair imploro que não diga a ninguém onde me levou. Olhando meu rosto com mais atenção ele percebe alguma coisa e afirma com a cabeça. Saio do carro carregando minha filha, correndo com o resto de forças que me resta.

— Socorro! Por favor, alguém olha minha filha!  — grito com Emma no colo.— Por favor! Me ajuda! —  Parecendo finalmente perceber que estamos seguras, que a ajuda finalmente esta aqui, meu corpo desliga e eu perco completamente as forças, mal conseguindo me manter em pé. Assim que meu corpo desaba quase me derrubando sob Emma, mãos fortes me pegam e outras pegam Emma de mim, tirando-a delicadamente de meus braços.

— Peguei você — um homem mais velho com a voz rouca me segura e eu grito de dor. — Inferno mulher! Você esta sangrando. Tragam uma cadeira de rodas agora! — Ele grita. Me viro para agradecer o homem e tenho que engolir seco quando o vejo, ele parece um daqueles motoqueiros furiosos e malvado dos filmes, mas ignoro, pois sem ele eu teria caído sobre Emma e a machucado mais ainda.

— Minha filha! Ajude ela! — eu me agarro mais a ele — ela não acorda. — Choro me agarrando a seu colete de couro como se fosse uma ancora. Poucos minutos depois eu e Emma somos lavadas para dentro. O medico me pergunta o que houve e conto para ele, não percebendo que o cara mal encarado continua ao meu redor. O medico sai correndo para levar Emma para uma ressonância, enquanto eu sou levada para o raio x e logo depois para um leito onde cortam minhas roupas e verificam todos os machucados que eu mal havia notado que tinha.

No final das contas eu havia quebrado três costelas e recebido 10 pontos nas costas, eles tinham acabado de me limpar e suturar quando entraram com Emma no quarto, acordada. — quase me fazendo desmaiar de puro alivio —  Ela chorava tentando sair da maca, mas a enfermeira tentava acalma-la.

— Emma! — chamo tentando sair da maca, mas o brutamontes que não me largou até agora me impede.

— Nada disso mulher! Você vai abrir seus pontos caralho. 

— Mamãe! — Emma chora e eu acabo chorando junto. Assim que a enfermeira coloca sua cama ao meu lado ela abaixa a grade e arrasta Emma delicadamente para o mesmo leito que eu.

— Oh meu amor! Que susto você me deu.

— Ta doendo. — Ela diz me mostrando o bracinho quebrado e eu juro que nunca senti tamanha vontade de gastar meu réu primário e cometer um assassinato. Como eu pude amar aquele desgraçado?! Respiro fundo tentando me acalmar. 

— Vai melhorar meu amor, tenho certeza que o remedinho que o medico te deu já já vai fazer efeito e toda a dorzinha vai embora.

— Promete? 

— Prometo querida, mas agora me diz uma coisa quem escolheu essa corzinha de gesso? Foi você? 

— Foi — ela diz fazendo biquinho e deitando sua cabecinha no meu peito — Eu gosto de rosa.

— Ficou linda meu amor. Depois a gente pode desenhar nele, que tal? — ela não diz nada, apenas balança levemente a cabeçinha e se deita no meu colo.

— Como ela esta? — Pergunto ao medico enquanto faço carinho em seus cabelos. 

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Continua...

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