Capítulo 12

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Emilia

Eu nunca havia pensado muito sobre o futuro depois da morte dos meus pais. Parecia uma coisa besta a se fazer quando ele poderia ser tirado de você a qualquer momento sem se quer um aviso, então por que me iludir com planos que poderiam se quer ter a possibilidade de se realizarem?

Pensando assim, decidi viver um dia de cada vez, parecia menos frustrante, mas...  tudo mudou com uma única palavra.

 Mãe.

Uma palavra tão pequena, simples, mas que carrega um mundo de significados e detém o poder de mudar toda uma vida.

E ela mudou a minha completamente.

Foi assustador.

Foi a coisa mais linda que senti em toda a minha vida.

Pela primeira vez me sentia completa, era como se uma parte que eu nem se quer sabia que faltava havia finalmente sido encontrada, me tornando uma Emilia diferente, uma Emilia que ansiava pelo futuro, que fazia planos , que via novamente a beleza da vida.

Durante a gravidez, mesmo com toda a merda acontecendo com Matthew fui amando mais e mais aquela pequena vida dentro de mim, a qual descobri pouco tempo depois ser uma menininha. 

Eu ansiava por cada centímetro de barriga que ganhava, vivia por cada chute e aquela sensação louca dela se mexendo dentro de mim. Era maravilhoso. 

Quando chegou o dia em que a conheceria, o sonho quase se tornou um pesadelo, mas inferno, o mundo poderia desabar que eu não me deixaria ser levada para longe dela. Eu estava morrendo de medo, mas foda-se, Emma precisava de mim tanto quanto eu precisava dela, por isso lutei, gritei, chorei e juntei toda e qualquer força que ainda existia dentro de mim para continuar nesse mundo e poder proteger e amar minha doce menina.

Quando acordei depois daquele pesadelo horrível e finalmente conheci minha bebezinha, eu soube o que é amar alguém incondicionalmente. Ela ja me tinha no momento em que descobri sobre sua existência, mas Deus, eu não estava preparada para o que senti quando aqueles lindos olhinhos encontraram os meus.  

Eu nunca havia sentido tamanha conexão com alguém, era como se minha alma reconhecesse a sua, um encontro de dois seres que se amavam e finalmente estavam juntas novamente. Era assustador o quanto ela me era tão familiar, tão minha, era como se Emma tivesse sido feita especialmente para mim e eu estivesse esperando por ela por todo esse tempo.

Quando ela me deu seu primeiros sorriso, prometi aquele pequeno pinguinho de gente que lhe daria o mundo, o manteria seguro, secaria suas lagrimas, o amaria com todo meu ser e espantaria todo o mal. Que ela me teria não só como sua mamãe, mas também sua amiga e protetora, que eu estaria sempre ali com ela e por ela para sempre.

E desde aquele dia eu venho tentando cumprir essa promessa. 

Passei quatro malditos anos vivendo em um inferno para garantir que ela tivesse um teto sobre sua cabeça, comida em sua boca e uma cama quentinha, mas mesmo me dando por completo eu não conseguia afastar a dor e sofrimento da minha pequena,  eu não conseguia mante-la segura.

Nunca havia me sentido tão impotente.

Como eu pude falhar tanto com ela?

Desde que saímos daquele maldito tiroteio ela havia se fechado em seu próprio mundinho e se agarrado a mim como sua taboa de salvação. Eu estava morrendo aos poucos vendo minha menininha sofrendo silenciosamente enquanto as lagrimas corriam por seu rostinho e suas mãos me agarravam com tamanha força que suas unhas cravavam em minha pele.

— Me perdoa meu amor! Não fica assim, por favor. Nos estamos bem agora, você esta segura Emma. Esta segura querida. Fale com a mamãe, por favor. — Eu implorava baixinho em seu ouvido enquanto a balançava lentamente em meus braços.

Eu escolho você!Onde histórias criam vida. Descubra agora