Capítulo 52

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Jake

Eu estava acordado havia algum tempo, mas me mantive imóvel, curtindo o que sabia serem os últimos momentos em que teria uma calma e doce Emilia em meus braços.
Doce?
Céus! Tive de me segurar para não rir.
Nunca pensei que usaria tal palavra para descreve-la, não em relação a mim claro. Ela era doce... com Emma, com Bennie,  com os caras, mas comigo? Comigo era outra história. Era sempre uma luta, uma briga, olhares furiosos, discussões acaloradas e muitas provocações. Ela me tirava do sério na maioria das vezes, mas porra... eu amava aquele maldito fogo.

Só Emília para fazer com que seu mal humor e cabeça dura fossem a porra de um afrodisíaco. Meu pau doía deliciosamente em cada maldita discussão, em certo ponto mal ouvia suas merdas, por que tudo que meu maldito corpo queria era ir até ela, me deliciando com sua falsa bravata enquanto me aproximava, me deliciando com aqueles lindos olhos se arregalando de surpresa, sua pele corando pecaminosamente e... quando enfim estiver proximo o suficiente... calar aquela maldita boca com a porra de um beijo.
Céus! Como eu queria!
Mas... por mais fodido que esteja ainda tenho amor a porra da minha vida.

E é exatamente por isso que como um covarde de merda estou aqui me deliciando com esse pequeno momento roubado enquanto ela dorme. Não se trata de nada sexual, não é isso, vai além de tê-la deitada em meu peito, sua pele contra a minha e seu cheiro me inundando, é... completa e total entrega, confiança, é ela se permitindo mesmo que inconscientemente baixar sua guarda e relaxar, algo que eu posso afirmar com absoluta certeza que ela não sabe fazer e porra... saber que ela se permite estar tão vulnerável e em paz comigo... é incrível para caralho.

Olho para seu rosto e meu peito se aperta. Não deveria ficar chateado ou até mesmo magoado com a proximidade do fim. Esse não era o momento de algo entre nós... ainda não pelo menos. Eu sabia disso, podia sentir a tensão estalando ao nosso redor cada maldita vez que acordávamos juntos, por mais que tentasse Emilia não conseguia esconder o olhar vidrado preso em algum maldito momento do seu passado. Eu odiava vê-la assim, a impotência por não poder tirar aquela dor dela e de Emma e o ódio por saber que o filho da puta que fez isso ainda estava respirando fervia a porra do meu sangue, me fazendo ansiar por vingança, ansiar por fazer aquele desgraçado pagar por toda a dor, por todo o medo que fez minhas meninas passarem. Céus, quando eu colocar as mãos nesse filho da puta... 

Porra!
Eu precisava me acalmar, antes que pegasse a porra do carro e saísse em uma caçada. Pense em outra coisa Jake! Pense.Em.Outra.Coisa!
Congelo quando sinto Emilia se mexer, se aconchegando docemente em meu peito, seu rosto sereno agora com um leve franzido entre as sobrancelhas como se a pequena distancia que havia entre nós fosse a porra de uma ofensa. Sim querida, eu concordo completamente com isso. Sorrio, apertando mais seu corpo ao meu.

Seis dias, esse é o número de dias em que tive um dos melhores sonos da minha vida e tudo graças a esse furação de mulher em meus braços. Porra! Eu não dormia tão bem havia muito tempo, confesso que nem sabia mais o que era me sentir um ser humano funcional, descansado, pleno. Era um maldito sonho e meu sonho estava a um passo de virar um pesadelo do caralho. Eu sairia de um sono maravilhoso agarrado as belas e doces curvas da mulher mais intrigante e irritante da minha existência, para alguma merda fedida a macho, sexo e bebidas em algum canto dessa maldita casa, mas...  foda-se, não era isso que fazia a porra do meu peito doer, era... ficar longe delas.

Inferno!
Como as coisas podem mudar em tão pouco tempo?!
Eu amava acordar uma sonolenta Emma em suas manhas preguiçosas e amava ainda mais quando a mesma me acordava com aqueles pequenos dedinhos acariciando meu rosto e seus lindos olhos e sorriso eram a primeira coisa que via. Amava nossas tardes vendo desenhos, brincando ou simplesmente provocando um ao outro. Suas gargalhadas eram a porra da minha música preferida. Mas o ponto alto de tudo isso eram nossas noites, eu e Emilia inventávamos as mais loucas e incríveis histórias para Emma, geralmente era uma luta entre meus personagens e os dela e talvez Emma tivesse que interferir um pouco para que nada se torne sangrento ou violento, mas na maioria das vezes era algo divertido, fofo e completamente maluco. E céus, Emma dormia com a porra de um sorriso no rosto, as mãozinhas sempre agarradas em mim e Emília de alguma forma, mas a parte que mais ansiava por todo o maldito dia era aquele doce e quase inaudível "Te amo titio!" que ela dizia em meio a um último suspiro antes de literalmente desmaiar para o mundo.
Meu coração inflava, aquecido em meu peito feito a porra de um balão, feliz para caralho.
Esses momentos com Emma, juntos dos momentos com Emilia envolta em mim, sentindo seu cheiro, seu calor, suas curvas, sua entrega... era a porra do paraíso.

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