Capítulo 54.1

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Andamos pelo corredor o mais rápido possível sem fazer barulho, ouvidos atentosa qualquer barulho ao redor. Nos afastamos do nosso quarto o máximo possível seguindo em direção a um corredor que nos levava aos fundos da casa. Haviam varias portas espalhadas por ali, só poderiam ser os outros milhões de quartos espalhados pela casa, onde os integrantes do MC e alguns visitantes ficavam quando estavam na propriedade. Chegando ao fim do corredor ele se dividia em duas direções, a esquerda dava para um pequeno corredor com mais algumas portas e a direita levava a um pequeno corredor que em uma escada que parecia levar ao sótão, assim eu esperava.

Não pensei duas vezes ao nos virar para a direita, querendo sair de perto daqueles quartos o mais rápido possível, peguei Emma no colo e subi as escadas lentamente, torcendo a cada maldito passo que nenhum degrau rangesse, estalasse ou fizesse quaisquer barulho
Um ano pareceu se passar quando finalmente chegamos ao topo. Mal me permitir soltar o ar e enfim respirar quando vozes surgiram perto demais dali.
Sentindo meu medo Emma afunda seu rostinho em meu pescoço e choraminga, segurando-a com uma das mãos em seu bumbum, coloco a outra em minhas costas tateando a porta até encontrar a maçaneta. Rezando para que seja nosso dia de sorte, giro-a e a porta se abre, entro sem rápidamente, fechando-a atrás de mim quando as vozes se aproximam.

Me encosto na porta com Emma ainda firmemente agarrada em mim e desabo de alivio, escorregando meu corpo pela madeira até chegar ao chão. Agarro seu corpinho, precisando sentir seu cheiro, seu calor, sua respiração em minha pele, precisando ter certeza de que ela estava bem de que estávamos bem.

Mais calma olho ao redor, não havia ninguém ali. A cama ainda estava desarrumada. um saco de dormir jogado a seus pés, quem quer que fosse o dono do quarto saiu as pressas. Sorte a minha! Desço Emma e sigo com sua mãozinha firme na minha até uma das portas dentro do quarto, abro a primeira e encontro um banheiro, um otimo banheiro diga-se de passagem, abro a próxima encontrando um closet, muito bem abastecido de roupas, roupas de cama, toalhas e alguns itens pessoais.

Vejo algumas fotos grudadas em um enorme espelho encostado a parede e me aproximo. Sorrio ao ver dois meninos sorridentes agarrados em uma luta, onde o maior deles parece descabelar o mais novo, que ao invés de mostrar uma carranca com o gesto sorri feito um farol repleto de felicidade. Na próxima foto os meninos já se tornaram homens e meu coração tropeça reconhecendo Luke e Jake. Luke esta agarrado a uma bela mulher, que pelos traços só pode ser sua mãe, enquanto Jake esta com os braços sobre os ombros do pai, um sorriso como nunca o vi dar antes estampado em seu rosto.

Emma aponta uma foto mais abaixo, dando uma leve risadinha, me agacho ao seu lado, deixando a mochila no chão e vejo a foto que aponta com seu dedidnho. Jake, Luke e mais alguns caras vestidos para alguma festa a fantasia, todos vestidos de fada, com direito a saia, asas e varinhas. Sorrio com aquilo, amando ver esse lado de Jake que me era completamente desconhecido.

Permanecemos em silêncio enquanto sorrimos e damos leve risadinhas com as fotos, até chegar a uma que parte meu coração. Nessa que parece ser mais recente, dada todas as tatuagens de Jake, noto a ausência de seu pai e com isso a ausência daquele enorme sorriso em seu rosto, na verdade em seus rostos. O amor e a felicidade ainda podem ser vistos ali, mas não havia mais aquele brilho em seus sorrisos, a perda do pai levou algo de todos ali. Uma lagrima foge dos meus olhos, reconhecendo a dor, sabendo como nada mais é igual quando perdemos alguém que amamos, como apesar da vida seguir em frente, o coração nunca mais é o mesmo, por que sempre vai existir aquele buraco, aquela ausência, aquela... saudade.


***


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