Capítulo 6

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Emilia

Se achei que a viagem havia sido difícil com uma Emma dorminhoca, mal sabia quão pior seria com essa pequena mocinha acordada.

Assim que caímos na estrada, fomos direto para o lugar onde Tiger nos prometeu um café da manha dos deuses, mas...  nossos planos foram por água abaixo assim que chegamos e avistamos as duas viaturas da policia paradas bem em frente a entrada do lugar.

Quando vi os malditos carros senti o pânico tomar conta de mim, eu sabia que Matthew não ficaria parado esperando que por alguma graça divina eu percebesse a merda que fiz e voltasse para ele com meu rabinho entre as pernas implorando perdão. Não! Ele faria algo, nunca me deixaria sair assim, ainda mais depois de me impor sobre ele e vencer nosso confronto. Tinha certeza que o filho da mãe estava com o ego ferido e por isso viria com tudo pra cima de mim, só não achei que seria tão rápido. Achei que ele pelo menos se daria uns dias para se acalmar e ser mais racional, mas... fui ingênua.

Mathew não precisaria levantar um dedo para me encontrar, afinal ele tinha contatos, tinha amigos que fariam o serviço por ele, ou melhor, que colocariam sua equipe para fazer as coisas por ele. Aposto que sua primeira ligação foi para Kleber, aquele miserável, ele nem se quer deve ter perguntado a Matthew o que realmente acontece, deve apenas ter visto seu amigo com um puta galo na cabeça e já saiu tirando suas próprias conclusões e eu temia que o desgraçado tivesse colocado naquele maldito alerta Amber que sequestrei minha própria filha. 


Sai dos meus devaneios quando Emma começou a se contorcer demais entre mim e Taiger. Com medo de que ela acabasse caindo ou algo acontecesse, apertei o braço de Tiger três vezes seguidas, nosso código para quando precisasse que ele parasse por algum motivo.
Ele ligou o pisca alerta e estacionou sua moto um pouco a frente, o restante dos caras parando ao nosso redor.

— O que foi?

— Emma. — disse simplesmente e sai da moto, tirando-a logo em seguida. — O que foi meu amorzinho? — me ajoelhei em sua frente, vendo sua boquinha tremer e os olhos se encherem d'água. 

— Ta tudo doendo mamãe. Dói muito. 

— Eu sinto muito meu amor, mas a mamãe não pode te dar o remedinho ainda, você precisa comer primeiro — Sua boquinha tremeu mais forte e ela se jogou em meus braços chorando.

— Eu sinto muito bebê! Sinto muito! — disse levantando-a no meu colo e apertando-a em meu peito, enquanto balançava seu corpinho levemente tentando acalma-la.

— Pequena Emma — uma voz assustadoramente rouca disse bem atrás de nós me assustando um pouco. Virei meu rosto para ver quem era e dei de cara com Gunter, o qual só descobri o nome hoje.
O homem era muito alto e musculoso, o rosto sempre serio desde que o conheci, mas seus olhos estavam brilhando com simpatia por minha filha e um pequeno sorriso se formando em seu rosto, mudando completamente seu semblante geralmente assustador. — Eu conheço um lugar bem perto daqui que acho que você vai gostar. Não era o café da manha que nos queríamos, mas... — ele se aproxima falando baixinho como se fosse contar um segredinho para Emma e ela para de chorar curiosa com o grande homem — o que você me diz de frango e batata frita? Acha que sua mãe deixaria nosso café da manha ser esse? — Emma da uma fungadinha e se afasta do meu pescoço, me olhando com aqueles olhos repletos de lagrimas e um beicinho triste no rosto.

— Pode mamãe?

— Pode amorzinho, mas só hoje ok?

— Ta bom — ela sacode levemente a cabeça e deita seu rostinho em meu ombro. — mamãe deixou moço grande. Onde fica esse lugar? Ta muito longe? Por que eu quero meu remedinho. — diz toda borocoxô. 

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