Capítulo 49

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Emilia

Acordo me sentindo um ser humano novamente. 
Bocejo me esticando, procurando por Emma, mas meus dedos não encontram a pele lisa e macia do meu bebe, nem seus longos fios castanhos ou seus pequenos pezinhos, pelo contrário, meus dedos vagueiam por algo áspero, espinhento, completamente diferente. Confusa, abro meus olhos e... grito.

 O homem deitado a minha frente acorda no mesmo instante. Nossos olhos se conectando por uma fração de segundos, antes de seu corpo se virar tão rapidamente que em um instante ele esta ali e no próximo no chão.

Meu coração se acalma com a compreensão tardia, mas meu corpo não consegue parar de tremer. Céus! Era Jake. O maldito homem era Jake.
Não era ele Emilia.
Não. Era. Ele. Repito tentando me controlar, tentando afastar os flashes de memórias que me inundam, me afundando cada vez mais naquela maldita escuridão do passado. 

— Mas que diabos!? — Jake resmunga do chão me assustando, me trazendo de volta a realidade. Ignoro  sua presença, procurando por Emma, me punindo por minha reação imediata não ter sido a de pegar minha filha e correr. Eu congelei porra! Congelei! Como vou consegui protege-la se algo acontecer? Se Matthew nos encontrar?

Ignorando todas as malditas perguntas as quais não tinha resposta, me concentro apenas nela, em Emma, precisando vê-la, sentir seu cheiro,  sua respiração, as batidas de seu coração, mas por mais que tudo em mim anseie por te-la em meus braços, não me movo. Não queria que me visse assim, que sentisse toda a dor, confusão e receio emanando de mim. Olha-la teria que bastar. 

— Emilia? — Jake chama minha atenção — Que diabos acabou de acontecer aqui? 

— Eu que devia te perguntar isso. Inferno Jake! Que diabos você estava pensando? 

— Eu? — diz se sentando no chão ao lado da cama — Eu estava dormindo porra, não estava pensando em nada, literalmente — boceja.

 — Claro! Então você se aproximou e me agarrou sem querer? — cruzo os braços sobre o peito.

— Eu te agarrei? — pergunta incrédulo — Você que me agarrou! Tenho certeza que senti sua mão na minha bunda antes de acordar.

— E eu senti a porra da sua no meu peito.

— Serio? — Pergunta confuso — E não dei nem uma apertadinha? — provoca e eu jogo meu travesseiro em seu rosto.

— Eu to brincando porra! — o filho da mãe ri — Agora é serio, precisava disso tudo? — boceja — Eu não te agarrei de propósito, ao contrário de você que tirou uma casquinha na cara dura, mas te perdoo, é difícil resistir, eu sei. — ri, me irritando ainda mais — Agora e serio. Estou as ordens baby, sempre que precisar. É só pedir. Não precisa me molestar enquanto durmo — me da a porra de uma piscadela fazendo meu sangue ferver.

— Eu. Vou. Te. Matar! — me jogo sobre ele derrubando nos dois no chão. Sento sobre suas penas e começo a bater no filho da mãe, que mal tenta se defender, sorrindo feito a porra de um idiota, o que só me deixa ainda mais irritada. Continuo metendo a mão no infeliz, colocando toda a minha raiva e frustração em cada maldito golpe. Por que ele tinha de fazer isso? Por que tinha de trazer essas lembranças de volta? Bato em seus braços, cada golpe mais fraco que o outro, sentindo meu peito se apertar de vergonha, de raiva... de medo. Que diabos eu estava fazendo? Ele não merecia isso. Não era ele o responsável por essa merda. Não foi ele quem... 

— Mas que merda esta acontecendo aqui? — Uma voz rouca e estrondosa reverbera pelo quarto e eu congelo. Por um momento penso que é T-Rex, por um momento penso que meus meninos estão de volta. Esperançosa viro meu rosto em direção a voz, mas... não é ele. Nenhum deles esta ali. Meu peito se aperta de saudade, querendo que o estranho parado a porta, segurando uma....puta merda, aquilo é uma arma?

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