Capítulo 35

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Jake

Fazia séculos que não via o sol nascer, havia me esquecido o quão pacifico era apenas curtir esse momento. Sentado na varanda me entupindo com café para não acabar caindo com a porra da cara no chão apenas fiquei ali apreciando a vista enquanto todos dormiam  A tatuagem havia demorado mais do que previsto e apesar de cansado para caralho sabia que não podia dormir, se caísse naquela cama tinha certeza que não levantaria tão cedo e eu faria isso sem pensar duas vezes em qualquer outro dia, mas hoje... 

Porra!

Hoje não, por que hoje era o maldito dia. 

A porra do dia que os caras iam embora. Eu estava mantendo uma mascara de tranquilidade tentando manter todos calmos e confiantes de que tudo ficaria bem, mas por dentro era a porra de uma bagunça. Jeff era esperto e imprevisível, odiei o bastando antes mesmo de conhece-lo pessoalmente e quando o fiz o odiei mais ainda. Ele era a porra de um filho da puta sádico e egoísta e eu temia profundamente pelos caras, por que se Jeff desconfiasse por um minuto sequer deles, eu não queria imaginar o que o  desgraçado seria capaz de fazer.

Os quatro sabiam que estavam arriscando tudo, incluindo a próprio vida quando decidiram ajuda-las e porra se eu não era grato por isso, só de pensar que elas poderiam estar de volta nas mãos daquele filho da puta do Matthew meu sangue ferve. Esse desgraçado era a porra de um homem morto vagando pela terra, curtindo os dias que lhe restam antes que eu ou qualquer um dos caras tivesse a sorte de encontra-lo. E porra se eu não queria ser o sortudo filho da puta a ter essa honra. Vai ser a porra de um prazer acabar com a vida do desgraçado.

Pensar nisso só prova o que tão malditamente venho lutado contra, não posso deixa-las irem embora. Sei que Emilia acha que isso é o certo a se fazer e sua única opção para uma nova vida mas... porra! Não mesmo! Não é seguro para elas. Por mais que eu saiba que a realocação de Luke seja perfeita ao ponto de ser quase impossível haver um reencontro entre vitima e agressor, ainda assim não é cem porcento cento certo de que isso nunca vá acontecer, a vida é imprevisível para caralho e inferno, eu não posso arriscar um porcento de chance de que algo aconteça com elas. Não mesmo! 

Agora como diabos vou manter essas duas aqui sem que isso acabasse em crime ou assassinato?

Deus! Emilia é tãooo... 
Por que a porra da mulher não podia ser menos cabeça dura? 
Tenho certeza de que a infeliz nem se quer vai me ouvir e se ouvir vai fazer questão de fazer o contrario só para me irritar.
Céus! Como diabos vou conseguir o milagre de mudar aquela cabeça dura do caralho sem ter que acabar sequestrando as duas e deixando Emilia presa na garagem? Me diz!

— Bom dia tio! — Emma me tira dos meus devaneio se sentando ao meu lado e se encolhendo com o vento. — Ui que friozinho ta aqui.

— O que você esta fazendo aqui fora uma hora dessas sua pequena fugitiva? — me levanto e corro para dentro pegando um dos meus moletons do cesto de roupas limpas na lavanderia — Aqui, me deixe colocar isso em você, nós não queremos que você fique doente e sua mãe finalmente tenha um motivo para arrancar minhas bolas — com sua ajuda coloco meu enorme moletom em seu corpinho, subindo o capuz logo em seguida.

— Obrigada tio — diz em meio a um fofo bocejo.

— De nada — sorrio puxando seu corpinho para mais perto de mim — Agora me diga o que aconteceu, caiu da cama?  

— Claro que não seu bobinho — Emma ri — Deu vontade de fazer xixizinho. 

— E deu tudo certo? Precisa de ajuda? — Oh merda! Que tenha dado, por que diabos se eu sei como ajudar uma criança no banheiro, ainda mais uma menina.

— Eu já sou uma mocinha tio, não preciso mais de ajudinha no banheiro. — rola aqueles lindos olhinhos para mim, rindo como se eu tivesse falado a coisa mais engraçada e absurda que ela já ouviu.

— Me desculpe querida, eu esqueço como você já é grandona.

— Tudo bem — da de ombros —  Agora por que você esta aqui fora tão cedinho sozinho?

— Acabei tarde a tatuagem do seu tio e pensei que seria legal ver o dia amanhecendo.

— Eu nunca tinha visto o céu assim antes, é bonito. — a pequena sorri olhando para o céu multicolorido a nossa frente.

— É sim, muito bonito e tranquilo, eu gosto disso.

— Eu também, menos do friozinho — da uma risadinha.

— Então vamos colocar esse bunda pra dentro, não quero que a mamãe dragão acorde ja cuspindo fogo em mim quando te ver aqui fora.

— Ah não! Vamos ficar aqui só mais um pouquinho. É bonito. O céu ta todo coloridinho, quero ver ele mudar pra azulzinho.

— Tudo bem, mas só um pouquinho.

— Ta bom! Eu queria poder tirar uma fotinho do céuzinho agora para colocar no meu álbum. Ia ficar muito lindinho e acho que a mamãe ia gostar de ter visto o ceuzinho assim todo lindão também — aponta o céu.

— Nos podemos tirar se você quiser, acho que a Benny deixou a câmera na sala. Espera ai — me levanto e vou até la, achando a câmera em uma das prateleiras perto da TV. Espero que tenha papel nessa coisa, por que não faço ideia de como carregar isso.

— Aqui — me sento e entrego a câmera para Emma.— Depois você pode mostrar a foto para sua mãe e contar como foi para ela.

— Para mim? Eu posso tirar a fotinho? Sozinha? — me pergunta com os olhos arregalados.

— Claro que pode. Você não vai deixar a câmera cair e se alguma coisa acontecer eu to aqui do seu lado para ajudar. — sorrio encorajando-a e a alegria que vejo surgir em seu rostinho por esse pequeno ato de confiança não tem preço — Agora coloque seu olhinho bem aqui, olhe para onde quer tirar a foto, aperta esse botão e pronto, só esperar a foto sair. Entendeu? — confirma com um rápido aceno e eu passo a alça da câmera sobre sua cabeça, entregando-a logo em seguida. Emma se ajeita com a câmera em suas pequenas mãozinhas, olha ao redor, mira e pronto, ouvimos o clique da foto. Pego o papel e entrego para ela, esperando ansioso ao seu lado pela revelação da sua primeira foto.

— Olha tio, que linda que ficou.

— Ficou mesmo. Acho que devíamos aproveitar e tirar uma nos dois o que acha?

— Siiiiim! — diz animada. Pego Emma no colo, tiro a câmera do seu pescoço e me viro pegando o lindo céu em nossas costas. — Pronta? — Acena com a cabeça — 1... 2...3... e Xiiiiiiis! — tiro a foto, espero o papel da primeira sair e tiro outra em seguida, ficando com uma e entregando a outra para Emma.

— Sempre que sentir saudadinha daqui vou olhar essas fotinhos. Obrigada tio — diz com a voz tristinha.

— Por que a tristeza pinguinzinha? O que esta acontecendo dentro dessa cabecinha? — Emma expira parecendo cansada.

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Continua... 



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