Capítulo 4.1

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Assim que entramos no quarto Kill deixa Emma sobre a cama e sai com Tiger, começo a fechar a porta quando me lembro de algo, sem graça chamo Tiger.

— Tiger!

— O que?

— Será que você teria alguma roupa para me emprestar? Eu... só tenho essa... se tiver como...

— Claro — Kill se apressa em dizer— Aqui, a pequena curte um macarrão com queijo? Porque daqui é a única coisa que presta para comer.

— Ela adora. Obrigada. — Eles apenas balançam a cabeça e se viram. Entro no quarto e tranco a porta imediatamente. Cansada, fecho meus olhos e respiro fundo, precisando unir o resto do resto das minhas forças para conseguir fazer tudo que preciso antes de me permitir desmaiar e em enfim descansar.

— Emma? Hora de acordar meu amor — sacudo levemente seu corpinho, com medo de machuca-la. Ela geme manhosa, mas não acorda.

— Vamos lá meu amor, você precisa tomar um banho e comer alguma coisa. Eu te garanto que sua comidinha vai ser muito especial, uma coisa que você adora muito!

— Eu to cansadinha mamãe, meu corpinho dói. — Quando finalmente ouço sua voz depois de um longo tempo um soluço irrompe de mim e mal consigo segurar as lagrimas.

— Eu sei meu amor, por isso você precisa acordar. Mamãe vai preparar um banho quentinho muito gostoso que vai relaxar seu corpinho e depois te dar um remedinho magico que vai tirar toda essa dorzinha de você. — digo fazendo carinho em seus cabelos, os olhos ardendo ao ver o quão feio seu rostinho já esta com aquele enorme hematoma.

— Ta bom! Mas eu não to com fominha. Minha barriguinha dói.

— Mamãe vai resolver isso filha. Agora vem tomar um banho com a mamãe. — Emma se senta na cama, soltando um gritinho de dor. Sua boquinha treme se segurando para não chorar, dilacerando meu coração.

— Oh meu amor! Eu sei que esta doendo, eu sinto muito bebê, mas a mamãe promete pra você, ninguém nunca mais vai machucar você. A mamãe vai fazer de tudo para que isso nunca mais aconteça. — digo com a voz embargada e não consigo conter as lagrimas.

— Não chora mamãe — Emma se aproxima de mim limpando meu rosto com suas pequenas mãozinhas.

— Mamãe só esta cansada meu amor e assim como você mamãe também tem alguns dodóis, mas a mamãe esta bem. Agora vamos lá, por que daqui a pouco nossa comida chega. — Emma concorda e eu a pego delicadamente no colo.

Dar banho em Emma foi uma luta, por que assim que olhei para aquela banheira eu não tive coragem de colocar minha filha dentro. Deus! Tantas coisas horríveis se passaram em minha mente que eu quase... quase disse a ela que hoje o banho poderia esperar, mas nos estávamos tão cansadas, doloridas, sujas e empoeiradas da estrada que seria horrível tentar dormir assim. Então tentando distrair uma Emma muito cansada e enjoadinha, procurei por todo o banheiro até encontrar algo que desse para desinfetar a maldita banheira e me dar um pouco de paz de espirito. Assim que encontrei um vidro de alvejante respirei fundo e me agachei ao lado da banheira esfregando-a como se minha vida dependesse disso. A cada movimento que fazia mais e mais eu tinha a certeza de que desmaiaria, mas me forcei a respirar lentamente, conversando com Emma sem parar, impedindo que dormisse novamente e que eu desmaiasse.

Tudo limpo, finalmente relaxei e comecei a tirar suas roupinhas . A visão de seu corpinho cheio de hematomas fez o ódio dentro de mim borbulhar. Naquele momento eu prometi a mim mesma que hoje seria o ultimo dia que me permitiria chorar. Hoje eu poderia me chafurdar em toda a tristeza, magoa e decepção, mas a partir de amanha eu nunca mais derrubaria uma lagrima por Matthew.

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