Jake
Tão fodidamente perto...
Que pela primeira vez percebo o quão errado estava sobre aqueles malditos olhos que cismam em invadir a porra dos meus pensamentos nos momentos mais inoportunos. Olhos que não eram apenas do tom mais delicioso de chocolate quente que já havia visto, mas de um tom mais claro como se tivesse sido diluído com uma leve dose de conhaque proporcionando uma cor um pouco mais clara deslumbrante, acompanhada de pequenas pinceladas sutis de ouro perdidas naquele maldito olhar que agora me encara com uma miriade de emoções passando rapidamente por eles.
Filha da mãe!
Como pode ser tão linda e ao mesmo tempo tão irritante?
E como diabos aqueles malditos olhos estão cada vez mais perto? — Oh merda! Esse rosto... Não! Não olhe para baixo porra! Não ouse olhar aqueles malditos lábios. Não ouse! A porra do meu coração dispara, meu cérebro grita em minha mente querendo que eu olhe, querendo que me aproxime. Porra! Meu maldito corpo treme e a força de vontade em lutar contra esse desejo cai a cada inspiração que tomo.Nossos olhos continuam fixos um no outro e tenho certeza que todas aquelas malditas emoções que vejo em seus olhos se refletem nos meus. Confusão... Curiosidade... Espanto... Desejo?
Não! Esse último foi puro delírio. Não tem como... Nah! Não mesmo — quase solto um bufo tamanho o absurdo de sequer pensar em tal coisa. Isso me trás de volta a maldita realidade me lembrando de Emma e seus bracinhos fortemente agarrados em meu pescoço e no de Emilia nos aproximando cada vez mais.
Porra!
Como diabos eu saio dessa?
Sem pensar duas vezes roubo Emma fazendo-a soltar por instinto sua pequena mãozinha de sua mãe e se garrar a mim. Com ela em meus braços, fazendo uma barreira entre mim e Emilia meu coração se acalma, mas quem dera a minha mente fizesse o mesmo. Tento focar meus olhos no belo sorrisinho de Emma, pensando em algo para quebrar a porra daquele clima estranho que somente eu parecia sentir, mas... meus olhos traidores correm até Emilia novamente, não me deixando sequer lutar contra o maldito impulso. Quase sorrio ao ver o leve rubor em suas bochechas, acompanhado de um rápido olhar espantado e confuso que ela rapidamente esconde, revirando aqueles malditos olhos para mim, fazendo meu sangue borbulhar.
Eu só posso estar tendo a porra de um lapso momentâneo de sanidade, tem de se! Só isso explicaria todas essas medas de emoções por alguém que eu se quer gosto e o quanto sua mudança de atitude me afeta. Maldita seja! Não querendo sair por baixo, abro meu maior e melhor sorriso fazendo seu pequeno showzinho de indiferença se acabar rapidamente.
— Pode parar!
— Com o que? — finjo inocência.
— Com esse sorrisinho — coloca as mãos na cintura irritada, fazendo meu sorriso aumentar — Você não sorri! Se esqueceu disso? Então por que diabos esta sorrindo assim? Quer mostra que tem todos os dentes? — Provoca e eu tenho de me segurar para não rir.
— Qual o problema com meu sorriso?
— Você... Seu fi...
— Não. Mesmo. Porra! — Gunter joga Emilia sobre seus ombros sem se quer deixa-la terminar de falar e sai com ela da cozinha.
— EI! Eu não acabei de falar com ele. Gunter! Me solta! — reclama se contorcendo em seus ombros
— Sossega!
— Me coloca no chão. Que merda você pensa que esta...
— Quieta! — bufa irritado saindo com Emilia para a varanda. Ela não desiste em se soltar o que faz Gunter lhe dar a porra de uma palmada na bunda. Meu corpo congela com o ato e me vejo fodidamente dividido entre querer meter a mão no idiota e rir da cara de Emilia. Mas que porra esta acontecendo comigo?
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Eu escolho você!
RomanceEmilia amava tudo que contasse uma historia, não importava se vinha em forma de livros, pinturas, musicas ou um vaso sanitário da década de 20. Ela amava imaginar a historia por trás de cada coisa e foi assim que saiu de uma minúscula cidade no Bras...