Capítulo 21

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Jake

A situação era ruim, mas não tanto quanto imaginava. Emilia deu a porra de uma sorte do caralho.

A bala atravessou reto em seu peito, não acertando nada, o tiro entrou e saiu limpo graças a porra de um milagre. Conferi três vezes não acreditando. Agora o pulmão foi uma bagunça, tive de colocar um dreno para tirar todo o sangue e ajuda-lo a inflar novamente. Deu um trabalho dos diabos, mas consegui.

Estefano estava sendo um anjo mal humorado que eu beijaria de tão agradecido. Vendo o tanto que ela havia perdido de sangue se prontificou em sair em busca de algumas bolsas de O+ para ela, eu não fazia a mínima idéia de como ele faria isso, mas o que aquele idiota de merda não conseguia?

Com Emilia estabilizada e medicada, olhei todo o seu corpo em busca de algum ferimento que havia passado desapercebido, foi quando vi os enormes cortes em suas costas e me assustei ao perceber que um dos cortes ainda possuía a porra dos pontos. O corte estava infeccionado, vermelho nas bordas e um pouco quente ao toque, os pontos tão mal feitos e desalinhados que ficaria a porra de uma cicatriz de merda. Resolvi aproveitar que ela estava sedada e tirei todos os malditos pontos, estava tudo infeccionado de qualquer maneira e precisava limpar a área com bastante cuidado e atenção, depois de todo esse trauma o que ela menos precisava no momento é uma infecção podendo levar a uma sepse.

Limpei toda a área e refiz calmamente todos os malditos pontos, que eram muitos, passando uma pomada com antibiótico pelo corte logo em seguida. Enquanto analisava mais seu corpo notei os vários hematomas ainda remanescentes espalhados aqui e ali, sabia que nessa altura do campeonato ela não deveria mais sentir qualquer incomodo, mas odiava ver essas marcas em seu corpo, então passei uma pomada que ajudaria a elimina-los mais rapidamente.

Se eu visse o filho da puta que fez isso com ela! Deus! Eu o mataria. 

Covarde filho da puta! 

Uma batia soou na porta e virei gentilmente o corpo de Emilia na maca, tomando cuidado com o dreno e os pontos que havia feito, cobrindo seu corpo logo em seguida.

— Pode entrar! — Disse organizando os fios do soro e do monitor ao seu lado.

— Como ela esta? — Um dos motoqueiros que agora sabia ser Tiger entrou fechando a porta atrás de si.

— Estável. Ela vai precisar de muito descanso e cuidados. Precisamos ficar de olho em qualquer possível infecção, mas por enquanto ela esta indo muito bem. O susto foi maior do que o dano.

— Porra! Graças a Deus! — sua voz soava embargada, me fazendo olha-lo curiosamente.

— Ela vai ficar bem cara! Desde que seja menos cabeça dura do que pareceu ao telefone e nos deixe ajuda-la — brinco.

— Porra! — Ele ri — Acho bom que sim, por que ela não tem escolha caralho! Emilia tem que ficar bem, Emma precisa dela, eu preciso dela porra! Prometi cuidar da pequena, mas eu não posso substituir ela, ninguém pode.

— O prognostico é bom. Pode respirar com tranquilidade agora. Ela nos deu a porra de um susto, mas agora podemos relaxar um pouco.  As primeiras horas são muito importantes para vermos como la reage aos tratamentos, mas ela esta se saindo muito bem. Com os medicamentos que dei a ela e a perda de sangue não acho que ela acorde tão cedo. Mas vou ficar monitorando-a para me certificar que tudo esteja indo bem.

— Graças a Deus caralho! Hoje foi a porra de um pesadelo.

— Imagino. Posso perguntar uma coisa?

— Vá em frente — Tiger diz se aproximando da maca e acariciando levemente os cabelos e o rosto de Emilia.

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