Capítulo 49.1

393 37 12
                                    


— Ele não te destruiu! Olha você aqui, inteira, forte, destemida, sendo a porra de uma mãe incrível para Emma. Caralho Emilia! Se isso é estar destruída, eu não posso nem imaginar como será quando estiver inteira novamente.

— Para — suspiro e deixo minha cabeça cair encostando minha testa em seu ombro.

— Não. Nunca! Por que essa é a verdade caramba. Ter medo é normal. Faz parte da vida. Não ter medo é o que torna as pessoas perigosas.

— Céus Jake! Só... para ok! — imploro em um sussurro.

— Não! — diz simplesmente, me fazendo rir — Aceita que dói menos baby! E vê se aprende a aceitar alguns elogios, é um saco ficar argumentando... — ele para e seu peito se sacode com uma leve risada — Como eu não percebi isso antes?! Você fica negando meus elogios por que quer que eu continue. Sua safada — provoca em tom divertido, me fazendo erguer o rosto chocada, não acreditando em suas palavras.

— O que? Claro que não — olho para ele completamente estarrecida, mas o infeliz apenas me encara,  completamente serio, antes de sua boca tremer levemente e cair na gargalhada.

— Meu Deus Emilia! A sua cara — o desgraçado ri, apoiando sua cabeça em minha perna. Irritada o empurro, ele cai para trás de bunda no chão, me pegando de surpresa quando seu braço se enrola ao meu me levando junto. Caio sobre seu peito e Jake me abraça, ainda rindo. — Vai dar tudo certa bruxinha, eu to aqui, confie em mim. Nos vamos passar por toda essa merda. Aquele filho da puta tem os dias contados.

— Jake... 

— Shiiiiii — me cala, dando um beijo em minha testa. O silêncio que se passa entre nós nesse instante diz tanto que... apenas me rendo. Não luto contra seu toque, não luto contra seu aperto ou sua proximidade, apenas me deixo levar. Apreciando o calor do seu corpo no meu, o leve carinho de suas mãos em minhas costas, seus braços ao meu redor e o som do seu coração quase que perfeitamente sincronizado com o meu. Nós apenas ficamos ali, curtindo o momento, cada um precisando daquele toque, daquele silencio, à sua própria maneira. Era nossa pequena bolha feliz. 


***


— Bom dia pessoal! — Emma diz com uma risadinha, assustando nós dois. Viramos nossa cabeça em sua direção e céus, como não sorrir com aquela doce visão toda descabelada apontando na beira da cama?

— Bom dia meu amor!

— Bom dia pinguinzinha. Dormiu bem?

— Feito uma pedrinha — Jake e eu rimos. Tento me levantar, mas seus braços se fecham mais ao meu redor. Confusa olho para ele e por um breve instante, que mais parece a porra de uma eternidade, nossos olhos se perdem um no outro, e é nessa momento que percebo... algo havia mudado.  O que? Não fazia idéia. Olho para ele confusa, sentindo um mix de emoções desconhecidas dentro de mim, mas antes que eu sequer tenha tempo de tentar entender tudo aquilo, Jake fecha seus olhos, fazendo meu peito se apertar por alguma razão. Me sentindo estranhamente magoada, tento me levantar novamente e dessa vez ele não me impede. Sinto o calor de suas mãos sumirem da minha pele e seus braços cairem inertes ao seu lado, olho para ele uma ultima vez, antes de me levantar, afastando toda essa confusão dentro de mim, não querendo e não podendo me deixar afundar nesses sentimentos, me negando a tentar  se quer entender o que possa ser isso tudo.

— Por que vocês estão no chão? — Emma pergunta coçando os olhinhos — Dor nas costinhas?

— Não meu amor, eu estou bem. Seu tio que me derrubou da cama, acredita?

Eu escolho você!Onde histórias criam vida. Descubra agora