Capítulo 2.1

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    Como eu odiava aquele olhar, como eu odiava o homem que ele havia se transformado.
    Mas... eu continuei tentando, continuei com esperanças que tudo iria dar certo, era só uma fase ruim. Pensei que quando ele visse nossa Emma seria amor a primeira vista, mas ele nem se dignou a me levar ao hospital quando minha bolsa estourou em casa, tive de ir sozinha para o hospital, morrendo de dor e medo pelo que esperava por mim.
    Quando Emma nasceu eu estava sozinha naquele quarto de hospital, sem qualquer pessoa para me dar sua mão e dizer que eu não precisava ter medo. Eu fiz força sozinha, lutei para não desistir de tão cansada que estava a cada empurrão que dava. Quando Emma saiu e não chorou esta ali sozinha morrendo de medo da minha menina ter algo errado e ela tinha. Emma não conseguia respirar, havia aspirado alguma coisa e os médicos correram para tentar salva-la.

    Desesperada minha pressão subiu e acabei tendo um enorme sangramento, mal conseguia entender o que os médicos falavam ou faziam, lutei para não perder a consciência e implorei a todo o segundo que não me deixassem morrer, por que Emma não tinha mais ninguém.
    Acordei dois dias depois, sem entender que merda havia acontecido comigo e gritando de horror quando não senti mais minha filha dentro de mim. Os médicos apareceram e me acalmaram, me dizendo que tive uma hemorragia e alguma reação a anestesia que me aplicaram depois, pois acabei ficando em coma por dois dias inteiros.

    Eu mal absorvi o que diziam sobre mim, eu estava agoniada precisando saber da minha filha, que graças a Deus descobri que ainda estava ali em segurança por que estaria em observação por 48 horas após a aspiração para terem certeza que não ocorreu nenhuma sequela do tempo que ficou sem respirar e graças a Deus minha princesa tinha passado nos testes com louvor.

   Mais tarde quando pude finalmente pegar Emma nos braços tive de me segurar para não chorar tamanho o ódio de Matthew quando eles lhe ligaram, afinal ele era meu contato de emergência, e o desgraçado se quer aceitou comparecer ao hospital. Se algo tivesse acontecido comigo Emma poderia muito bem ter sido levada pelo conselho tutelar e eu nunca mais a veria novamente. Só Deus sabe como seria a vida da minha pobre menina.

    No dia seguinte eu e Emma tivemos alta, meu pequeno pacotinho saiu embrulhadinha em uma linda manta vermelha e roupinhas fofas rosinhas que ganhamos do pessoal do hospital. Infelizmente nem todas as mães conseguiam sair com seus bebês dali e quando isso acontecia geralmente elas deixavam tudo do bebê para trás, para que pelo menos pudesse ajudar alguma mãe necessitada, assim como eu.
Ganhamos muitas coisas e foi um sufoco sair com aquilo tudo do hospital, ainda mais subir com tudo e mais um bebê para o apartamento. Entrei em casa feliz, imaginando que Matthew estaria no trabalho e eu poderia finalmente descansar e aproveitar minha bebêzinha, mas mal abri a porta e dei de cara com um Matthew furioso.

    — Onde diabos você estava?

    — Que pergunta idiota é essa Matthew? Eu estava tendo a nossa filha seu babaca! Aquela que assim que deu sinal de vida você me abandonou e fez ir sozinha ter no hospital.

    — Eu não tenho filha! — gritou fazendo Emma acordar e chorar. — Faça isso calar a boca! Agora! — Ele gritava ensandecidamente. — Você é minha Emilia, minha. Eu quero você aqui, comigo. Você quis ter esse bebê, foda-se. Você cuida, o estorvo é seu, mas você é minha. Eu vou viver a vida que sempre quis com você, agora você se vire pra cuidar desse problema. Você poderia ter resolvido isso, poderia ter tirado essa coisa e continuar com nosso amor, mas você é egoísta demais pra isso. Eu queria tanto poder te odiar, mas eu te amo, amo tanto que dói. — disse me empurrando e saindo do apartamento. Emma chorava desesperadamente e eu tentava acalma-la, mas ela sentia toda a confusão em mim e acabei chorando com ela por um bom tempo.

    Pelos próximos meses me apeguei aquelas malditas palavras, "Eu queria tanto poder te odiar, mas eu te amo, amo tanto... "., se ele me amava, ele poderia amar Emma também, ele só precisava de tempo.

    E o tempo veio, Emma foi crescendo e mesmo sem nunca ter tido o amor do seu pai ela o queria, principalmente quando começou a andar. Assim que Matthew chegava em casa ela fugia cambaleando em direção a porta do apartamento, as vezes a bichinha era rápida e conseguia se agarrar as pernas de Matthew implorando por atenção, mas o desgraçado sempre a afastava, ou gritava para que eu a tirasse de perto dele. No início eu achava lindo o amor de Emma por um pai que se quer parecia notar sua existência, então a deixava cambalear até ele rezando para que aquilo aquecesse novamente seu coração e trouxesse Matthew de volta, maaaas... nunca aconteceu e eu não conseguia mais ver o coraçãozinho da minha pequena sendo partido repetidamente dia após dia.

    A partir dai todos os dias antes de Matthew chegar eu cansava bastante Emma, nos brincávamos, ela tomava seu banho e eu dava de mama, até Matthew chegar e ela estar tranquilamente entretida com seu mobile no berço e eu com a babá eletrônica que uma vizinha gentilmente me emprestou em mãos com o volume baixo para não incomoda-lo.

    O problema era que era impossível esconder a existência de um bebê em casa, afinal Emma chorava quando sentia fome, quando sujava sua frauda e quando se sentia sozinha querendo apenas a minha companhia ao seu lado e eu sentia saudade do cheirinho delicioso de neném da minha filha, por mim ficaria o dia inteiro bem pertinho dela, mas quando Matthew estava em casa ele exigia que eu e minha atenção fossemos dele e somente dele.

    Nós não éramos mais um casal, não para mim pelo menos, mas Matthew continuava vindo para mim, me beijando as vezes, dizendo que me amava e querendo sexo. Eu ia, mesmo sem vontade, beijava-o apenas para amortecer seu humor, fazia sexo apenas para libertar minha raiva, saia com ele apenas para ter um pouco de paz em casa e poder ficar com minha bebê.

    Odiava me deitar na mesma cama que ele, mas as noites sempre começavam assim, eu fingia me deitar com ele, fazia o que tinha de fazer e quando ele finalmente caia morto em seu sono eu me levantava e ia dormir no chão bem ao lado do berçinho de Emma. Depois quando o sol começava a nascer eu me levantada e fingia dormir ao seu lado até que ele levantasse e o dia começasse novamente.

    Cada dia, hora e minuto que passava com ele era um inferno, eu ja havia aceitado que meu Matthew morreu, que nunca voltaria e com isso foi mais fácil me manter focada em conseguir direito e sair dali o mais rápido possível.

    E por essas e outras razões que eu odiava Kleber mais e mais, se naquele maldito dia ele não tivesse aparecido as coisas teriam sido diferentes. Eu teria tempo, alguns poucos meses para arrumar um dinheiro, um lugar para morar e poder cuidar de mim e Emma, poderia ter aproveitado toda a minha raiva para fazer o que era certo, mas ele me tirou a oportunidade e eu me deixei ser seduzida por Matthew, achando que tudo ficaria bem, mesmo quando tudo gritava que não iria, nunca mais iria.

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Hello people!
Tudo bem?
Oh eu aqui de novo rsrs.
Mais um capitulozin para vocês irem se deliciando enquanto os outros livros não saem.
Espero que estejam curtindo.
Me contem nos comentários o que estão achando e se puder deixa aquele likezin no capitulo para dar um gás para a autora que vos falar continuar animadinha em publicar hehehe.

Nos vemos em breve!
\o/

Beijos
Mry.

🖤

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