Capítulo 39

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Emilia

Faziam quinze dias que os caras haviam ido embora.
Quinze dias de um silêncio ensurdecedor.
Nenhum sinal, nenhuma uma mensagem, ligação.
Nada!
Quinze dias de pura angustia. imaginando os piores cenários possíveis, mesmo Jake me garantindo dia e noite que tudo daria certo.

Mas...
Esse silêncio não poderia ser bom.
Nunca é!

Como queria poder ligar para eles, uma rápida ligação perguntando "Onde diabos vocês estão? Espero que estejam bem caralho, por que eu não estou! Serio o que esta acontecendo? Vocês estão bem? Já chegaram? Por favor me tirem da porra do meu tormento ou vou chutar a bunda de vocês até sentirem o gosto do meu pé na porra da boca!". 

Serie tão simples e rápido, mas eu não podia e isso estava me matando.

Era difícil saber que tinha literalmente em minhas mãos a única coisa que poderia acabar com a minha aflição, mas não podia usa-lo. Inferno! Eu estou literalmente olhando para a porra do celular bem na minha frente, como tenho feito todos os malditos dias. Mesmo sabendo que a chance de ligarem era praticamente nula continuei segurando o aparelho como se fosse uma parte vital do meu corpo, levando-o comigo para onde quer que fosse.

Meus dedos coçavam para ligar, uma ligaçãozinha rapida, que mal poderia fazer? Aposto que um dano menor do que os meus malditos nervos estavam fazendo comigo. Só que sabia que não poderia ligar, por que essa era a ultima opção, a ultima cartada se tudo mais desse errado e eu não iria gasta-la por puro egoísmo. Daria mais alguns dias para eles e se até lá não obtivesse noticias ai sim eu pensaria em usar esse maldito celular e foda-se todo o resto.

Eu poderia aguentar mais alguns dias. Seria difícil, mas eu aguentaria.

— Chega! — Jake se teletransporta de alguma porra de lugar ao meu lado e pega o celular quase me matando de susto. 

— Mas que inferno! Me devolve! — pulo da banqueta em que estava esticando minha mãos para que me devolva o aparelho.

— Não! — O idiota diz simplesmente. 

— Não? — repito chocada com tamanha audácia. — Você não pode sair pegando o que não te pertence seu idiota. Me devolva a porra do celular Jake. Eu não estou brincando. — digo irritada.

— Eles não vão ligar Emilia, quantas vezes vou ter que falar isso para você? — diz me olhando seriamente — Você ficar o dia inteiro olhando para porra desse celular não vai fazer ele tocar. Eles disseram como seria, disseram que demoraria, nosso trabalho agora e esperar porra. Ficar se arrastando pela casa enlouquecendo com a droga desse aparelho não ajuda em nada.

— Eu sei disso, mas...  Foda-se Jake!. Eu preciso desse celular. Se...se algo der errado eu sei que eles vão ligar, era nosso plano de contingencia, nossa ultima jogada. — expiro cansada, frustrada — Você tem que entender... Eu... sinto que alguma coisa esta errada, então por favor deixa de ser a porra de um filho da puta e me devolve o aparelho. — estendo minha mão novamente para ele, mas o idiota apenas me olha e não mexe um músculo se quer.

— Não! E você esta certa, se alguma merda acontecer eles vão ligar e você não esta pronta para ter essa responsabilidade sobre você.

— Como é que é? — meu tom de voz se eleva, uma mistura de incredulidade e ódio tomando conta de mim. — Quem você pensa que é para poder julgar no que estou apta ou não a fazer seu babaca?

— Não vou discutir com você Emilia. Serio! Eu to cansado. Todo dia essa porra, todo dia você arrumando um jeito de jogar toda a sua merda em mim como se eu fosse a porra do vilão aqui. Eu só to tentando ajudar caralho! E hoje to cansado demais para toda a sua merda. — O idiota solta um suspiro cansado e se vira indo embora.

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