Emilia
Estávamos do lado de fora quando uma movimentação estranha começou a se formar na garagem. Luke se reunia com alguns caras, todos conversavam serio, suas vozes baixas, posturas rigidas.... aquilo não me pareceu certo. Alguma coisa estava acontecendo, eu podia sentir e o que quer que fosse não era bom.
Olhando ao redor procurei por mais alguém que também parecesse notar a tensão que estava se formando, mas todos pareciam alheios a qualquer coisa. Talvez eu estivesse sendo paranoica ou excessivamente cuidadosa, mas algo me dizia que eu deveria ficar atenta e sair daquele maldito lugar.
Céus... eu não via a hora de voltarmos para casa.
Congelo com o pensamento.
Casa.
Caramba!
Quando foi que a dor de se quer pensar em um lar — algo que não sentia ter desde que perdi meus pais — se tornou esse quentinho em meu peito, como se eu finalmente tivesse encontrado meu lugar? Um sorrisinho me escapa e por mais que lute internamente me convencendo de que lar é um lugar, dessa vez sei muito bem que talvez o lar que finalmente encontrei não fosse uma casa, mas sim... uma pessoa.— Olha que sorrisinho mais lindo esse da minha mamãe — Emma se ajoelha em minha frente, suas mãozinhas em cada lado do meu rosto, os olhinhos brilhando junto daquele enorme sorriso que me tira o fôlego e aquece os restos judiados do meu coração. Rio de sua fofura e a puxo para o meu peito, apertando-a com todo carinho em mim.
— Como que eu não ficaria feliz tendo essa coisinha linda como filha? — beijo todo o seu rostinho, fazendo-a gargalhar. Ela se contorce em meus braços e eu a libero tomando cuidado com sua barriga. Voltando para nosso chá em família meu peito se aperta vendo Emma brincando e tagarelando com seus ursinhos, conversando com eles como se fossem seus proprios tios ali. Céus como eu sentia saudade deles.
Ouvindo o barulho de cascalho sendo triturado, me viro em direção ao som, meu coração pulsando fervorosamente quando vejo alguns caras do MC sairem da parte traseira da casa mais armados que o normal. Tentando me manter firme, apesar de sentir todo o meu corpo tremer, entrego os ursos para Emma e a pego em meu colo, saindo dali o mais rápido possível sem chamar a atenção.
— Por que a gente já esta indo embora? — pergunta com uma carranquinha de preocupação em seu belo rostinho.
— Acho que tomamos sol de mais meu amor, você esta começando a parece um tomatinho — leva a mãozinha a bochecha como se fosse confirmar o que digo e sorrio, dando um beijo em seu narizinho — Que tal irmos para o quarto descansar um pouco e mais tarde voltamos? O que acha?
— Tudo bem — ela coça os olhos finalmente se rendendo ao cansaço, descansado sua cabeçinha em meu ombro. Respirando fundo tento me acalmar, mas a visão de todos aqueles homens armados ao extremo me tem pirando internamente. Já havia visto eles fazendo suas rondas pelo lugar, com suas armas nos ombros e tudo mais, era só que... dessa vez parecia diferente, mais serio... perigoso.
Estou a um passo de entrar na casa quando quase trombo com quem estava saindo, ergo minha cabeça pronta para me desculpar quando vejo que é Jake, um Jake serio, rigido e armado. Engulo em seco.
— O que esta acontecendo? — pergunto baixinho tentando esconder meu medo, mas tenho certeza que falho, pois as palavras mal saem da minha boca e Jake nos puxa para seus braços em um abraço apertado. Todos os meus malditos alarmes disparam.
— Nada com que se preocupar — me responde, o que só confirma que sim eu deveria me preocupar. Ele se esforça em parecer calmo, até tenta sorrir, mas todo o seu corpo me diz que nada daquilo é real. Jake esta tenso, todo o seu corpo duro feito pedra e aquele sorriso não me engana, é tão falso que ao tentar me tranquilizar só me faz querer bater no idiota e exigir que me conte a porra da verdade.
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Eu escolho você!
RomanceEmilia amava tudo que contasse uma historia, não importava se vinha em forma de livros, pinturas, musicas ou um vaso sanitário da década de 20. Ela amava imaginar a historia por trás de cada coisa e foi assim que saiu de uma minúscula cidade no Bras...