Capítulo 23

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Emilia

Bang!

O barulho ensurdecedor do tiro veio junto com a dor, me acordando daquele maldito pesadelo. Me sentei rapidamente, assustada, gritando com a dor que me atingiu no centro do peito. Queimava feito o inferno e respirar só piorava tudo.

— Ei! Esta tudo bem. Você esta bem, esta segura. — eu podia sentir uma mão acariciando levemente minhas costas, junto de uma voz ao fundo, mas não conseguia compreender o que aquela voz dizia. Céus! Eu tentava puxar o ar, mas não conseguia. Doía tanto! 

— Caralho mulher! Respira Emilia! — Uma mão pousou em meu rosto me fazendo abrir os olhos. — Vamos lá esquentadinha! Eu sei que você consegue! Respira comigo — Olhei para aquele homem meio embaçado e comecei a imita-lo, inspirando e expirando lentamente.

 — Porra! Isso dói! — digo quando finalmente consigo respirar melhor. A voz soando estranha aos meus ouvidos.

— As maravilhas de se levar um tiro — diz divertidamente. — Como se sente? 

— Como se tivesse sido baleada? — Digo sarcasticamente.

— Pelo visto ja esta melhor, se o sarcasmo já esta ativado.

— Babaca!

— Viu! E eu aqui me preocupando atoa. Sou um idiota mesmo!

— Concordo! — digo um pouco ofegante. Me viro para ele e paro, notando pela primeira vez quem me ajudava e que ele não estava ao lado da cama como imaginei, mas sim em cima da cama ao meu lado. — Mas que porra você esta fazendo na cama comigo? — ele revira os olhos.

— Que mente mais suja essa sua hein! Não é nada disso que a senhorita esta pensando, mas pode sonhar, faz bem. — me provoca dando uma piscadinha, abro a boca para rebater, mas ele me cala — Antes que você solte os cachorro em mim... de novo. Saiba que isso tudo é culpa sua. Se não tivesse feito a grande merda de sair da cama ontem eu não teria que dormir aqui para ter certeza que manteria essa sua bunda onde deve.

— Você sequestrou minha filha!

— Tem certeza? Por que eu lembro que ela quis ir comigo por livre e espontânea vontade. Pergunte a ela. — Diz se deitando na cama e cruzando os braços abaixo da cabeça.

— Emma é uma criança é fácil persuadi-la. 

— Eu não teria tanta certeza assim, sua filha é muito esperta e inteligente.

— Ela é! — digo orgulhosa  

— Então você sabe que ela não cairia no papinho de qualquer um — diz com um sorriso zombeteiro no rosto me olhando.

— Você é irritante sabia?

— Costumo ouvir isso com freqüência, então sim.

— Céus!— fecho meus olhos respirando fundo. — Olha eu agradeço a ajuda, mas... 

— Mas? — jogo as cobertas rapidamente para longe de mim e começo a me levantar, mas ele me segura. — O que diabos você pensa que esta fazendo?

— Eu preciso ir no banheiro. 

— Tudo bem, eu te levo.

— O que?

— Eu te levo no banheiro. 

— Eu ouvi isso, mas não to entendendo... 

— Que parte? — pergunta divertido se levantando e dando a volta na cama.

— Você? Me levando no banheiro? 

— Sim, ou... você pretende ir de outra forma? Sozinha talvez? — Ele cruza os braços parando na minha frente.

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