Se apaixonar é ainda mais idiota quando você é idiota

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Cara... Ter dezesseis anos não é nada fácil.

Eu me lembro de como era ir pra escola. Lembro dos meus amigos, das minhas amigas e lembro da Natasha. Também lembro de como meus pais e minha irmã eram naquela época.

Mas dentre todas as memórias a mais clara é a recordação de não saber de nada.

A vida parecia complicada demais.

Às vezes curta demais, as vezes longa demais e definitivamente estranha demais. Cheia de regrinhas e exigências que simplesmente não faziam qualquer sentido!

Queriam que eu estudasse para passar no vestibular.

Que eu passasse no vestibular para poder trabalhar.

Que eu trabalhasse para ganhar dinheiro. Para ser alguém na vida.

Casar, ter filhos, constituir família, pagar contas...

Eu estava no segundo ano do ensino médio e sentia como se quisessem que eu decidisse o que ia fazer com o resto da minha vida.

E ninguém ligava para o que eu queria desde que estivesse dentro dessas regras.

E quer saber o que eu realmente queria?

Eu queria mais é ser deixado em paz!

Queria que o mundo inteiro mudasse, ele estava todo errado!

Eu queria fazer massagem na Natasha. Por em prática tudo aquilo que havia aprendido no curso. Queria que ela percebesse o quanto eu gostava dela!

Ah, como eu queria que ela percebesse o quanto eu gostava dela!

E queria que ela gostasse de mim também.

Que ela gostasse de mim por que eu gostava dela, entende? Como um loop infinito onde quanto mais você gosta de alguém mais essa pessoa gosta de você.

Pois é... Que desgraça...

Eu não fazia a menor ideia de como a vida funcionava.

Mas o curso já estava chegando ao fim e eu realmente havia me esforçado.

Duas semanas passaram voando.

Shiatsu é uma técnica de massagem que tem sua origem no Japão e a tradução do termo significa literalmente "pressão com o dedo". Sua aplicação envolve apertar de forma especifica os diferentes pontos de acupuntura que preenchem os meridianos do corpo.

Eu estava muito empenhado e havia decorado todo o mapa de meridianos. Todos os mais de trezentos pontos.

A professora Cida achou fantástico.


- Olha Gabriel. Estou realmente surpresa. – ela falou quando nos formamos. – Eu não achei que você fosse se dedicar tanto. Toma aqui, esse é meu cartão. Se você realmente quiser trabalhar na área me liga.

- Com o que eu aprendi aqui já dá pra trabalhar? – perguntei.

- Com toda certeza! Mas continue treinando.


"Mas é claro que sim." – pensei comigo mesmo. – "Tenho até uma cobaia".

Ou pelo menos é o que eu esperava.


- Hey, Nat! O curso acabou! – falei para ela na escola logo no dia seguinte, aproveitando o tempo de intervalo entre as aulas.

- Sério? E ai, o que você achou?

- Até que é legal. A professora falou que eu levo jeito. – e havia dito mesmo, mais de uma vez por sinal. Coisa que me deixou muito contente já que eu me achava um zero a esquerda em tudo.

Por trás do toqueOnde histórias criam vida. Descubra agora