Através da janela encarei a realidade no meu coração

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O final de semana passou voando e quando acordei no domingo percebi que estava atipicamente ansioso para o segundo dia de curso.

Acabou que realmente fiquei feliz por Erika ter sido minha parceira. Digo isso considerando até mesmo toda a vergonha que ela me fez passar.

Vê-la chegando com cara de sono, cabelo bagunçado e a roupa amassada foi estranhamente divertido.


- E aí, moleque. Tudo bem? – ela falou com uma voz mole. – Sonhou comigo?

- Não e espero nem sonhar.

- Sério? E por que isso?

- Provavelmente seria um sonho no qual você me faz passar vergonha na frente de uma multidão. Em cadeia nacional de televisão ou coisa do tipo.

- Há! – ela sorriu. – Isso seria engraçado.


Eu definitivamente não concordava com aquela noção de "engraçado".

A professora começou a aula passando o roteiro de massagem para a parte das costas e dai em diante foi só treino e mais treino. Não preciso nem dizer que Erika aproveitou cada oportunidade possível para me tirar do sério, não é mesmo?

Quando o curso acabou eu já estava me sentindo bem mais acostumado com aquela coisa toda de tirar a roupa e de mulheres seminuas na minha frente.

É claro que ainda ficava atraído e volta e meia precisava brigar com meu cérebro para não me excitar, mas a quantidade de esforço necessário pra voltar ao eixo vinha se tornando cada vez menor. Erika estava tão linda quanto no dia anterior e eu tive que respirar fundo várias vezes para me controlar.

Além disso, também percebi que podia simplesmente fechar meus olhos e continuar a fazer a massagem. Com isso não apenas resolvia a questão como também melhorava minha percepção sensorial notando mais facilmente os pontos e músculos tensos.

E aí, faltando trinta minutos para acabar o curso, a professora interrompeu nossa prática e pediu para quem estivesse sendo massageado se vestisse. Ela nos entregou nossos certificados e o resto do tempo foi gasto conversando sobre o que achamos do curso.

Encerramos com aplausos.

Então todos se cumprimentaram e se despediram.


- Vai fazer o que agora? – Erika perguntou quando saímos porta afora.

- Voltar pra casa, eu acho.

- Quer dar uma volta? O metrô deve estar cheio esse horário.

- Hoje é domingo.


Ela ergueu os ombros e sorriu.


"Por que não?" - pensei.

Dei de ombros também e saímos andando pela região, conversando sobre o que faríamos a partir de então.


- Eu gostei do curso. – ela falou. – Mas acho que prefiro receber massagem ao invés de fazer. Vou ter que pensar em outra coisa.

- Outro curso?

- Sim. Estava pensando em fotografia.

- Sério?

- O que você acha?

- Acho que você devia fazer um curso de modelo. Você é linda, ia ganhar fortunas.

Por trás do toqueOnde histórias criam vida. Descubra agora