O que aconteceu ali estava muito além da minha capacidade de compreensão.
Assim que obedeci a sua ordem de parar, dona Fátima voltou a se deitar na maca de barriga pra cima, totalmente nua e parecendo mais relaxada do que nunca.
Ela se acomodou e por um momento pareceu esquecer completamente que eu estava lá, parado de pé ao seu lado e sem saber o que devia fazer.
Então abriu os olhos, sorriu pra mim e levantou um pé.
- Massagem nos pés. – falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
Eu continuava pra lá de excitado, então isso foi uma inesperada e total quebra de expectativa já que no momento o que passava pela minha cabeça era a duvida se eu devia tirar a roupa, subir na maca ou coisa do tipo.
Olhei para minhas mãos e me dei conta da sensação ainda latente e da textura pegajosa.
Segurei meu tesão a tapas mentais enquanto pegava um lenço umedecido e limpava dedo a dedo. Dona Fátima aguardava pacientemente com um sorriso no rosto e olhos fechados.
Puxei a pequena escada onde até poucos minutos atrás ela havia apoiado seu pé e me posicionei sentado de frente para a parte inferior da maca onde retomei o trabalho.
Daquela posição eu tinha uma visão privilegiada de entre suas pernas e já não me preocupava mais em evitar olhar.
Gastei bons minutos massageando cada um dos pés, processando mentalmente tudo o que havia acontecido e me conformando de que aquilo havia sido tudo.
Acabei então voltando a fechar meus olhos, me concentrando no trabalho e procurando me acalmar para não ter de sair da sala com uma ereção do tamanho do Everest.
Não seria naquela ocasião que eu perderia minha virgindade.
"Virgindade?" – pensei e a realidade veio como uma voadora na minha cara. – "Você ainda nem sequer deu seu primeiro beijo, Gabriel.".
Quando acabei ela se levantou, ainda sorrindo, pegou suas peças intimas e seguiu para trás do biombo.
Foi só então que voltamos a conversar.
- Você tem mãos maravilhosas, Gabriel. – falou lá de trás.
- Muito obrigado. – respondi, mas não sabia o que mais dizer além disso.
-Você não faz nem ideia do quão relaxada estou nesse momento. Você foi fantástico.
Confesso que o elogio afagou meu ego.
Era a primeira vez que eu havia feito aquilo e dona Fátima era uma mulher e tanto. Ouvir dela que fui fantástico me fez sentir bem comigo mesmo de um jeito novo e diferente. Foi como se eu tivesse cumprido uma missão, uma obrigatoriedade que inegavelmente pairava pela minha cabeça mesmo que inconscientemente.
Acredito que todo homem que crescesse sob as mesmas influencias que eu acabaria se sentindo pressionado a ser "bom de cama" como se sua masculinidade dependesse disso.
Pelo menos era assim que de certa forma eu me sentia. Como se fosse obrigatório, um pré-requisito básico de todo homem, saber como satisfazer sexualmente uma mulher.
Então talvez de pra ter uma ideia do quão gratificante foi ouvir isso de uma mulher rica, linda e imponente como aquela.
Mas também, é claro, havia outro lado meu.
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Por trás do toque
Não FicçãoGabriel é um garoto tímido de dezesseis anos que empurra a vida com a barriga evitando pensar sobre o futuro. Tudo estaria ótimo se não fosse por seus pais decidindo que já é hora dele começar a trabalhar e assim, influenciado por sua melhor amiga N...