Confrontando Danielle

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Eu estava acabado... Destruído... Morto...

E apesar do meu cansaço, a noite daquele dia não foi muito melhor que a anterior.

Meus pensamentos se voltaram pra tudo o que havia acontecido e um forte arrependimento apertou meu peito.

De um lado havia tudo o que eu sentia por Bianca e a construção de uma auto imagem que dizia que eu deveria honrar aquele sentimento. Do outro havia o fato que, ainda assim, apesar de tudo o que eu esperava de mim mesmo, não conseguia negar nem por um momento o quanto eu havia gostado da coisa toda.

Então justifiquei para mim mesmo que precisava do dinheiro para poder ir para o Japão, mas logo em seguida me critiquei por que sabia que aquela não era a única forma. Era apenas uma desculpa.

Em meus pensamentos disse que Bianca e eu não éramos namorados. Que não havia traição por que nós nunca nos declaramos assim.

Mas isso não ajudou. Na verdade, piorou.

Afinal, por dentro o problema era o fato de que eu a amava. E era esse amor que me fazia sentir que aquilo não era certo.

Minha mente estava um caos e eu mais rolei do que dormi quando deitei na minha cama.


Agora era quarta.

As aulas mal haviam começado e eu já queria férias de novo.

Minha mãe chegou a sair do quarto no dia anterior, mas depois de algum tempo disse não estar se sentindo bem e voltou para lá.

...E lá ficou. Ainda trancada e ainda sem responder.

Então mais uma vez parti pra cozinha, preparei os achocolatados e fui acordar minha adorável irmã para que ela também se arrumasse.

A manhã já parecia durar uma eternidade quando cheguei na escola.

Cumprimentei todo mundo e logo avistei Dani se aproximando.

Mais um assunto pra resolver...


- Dani, será que a gente pode conversar depois? – perguntei assim que nos cumprimentamos.

- Claro. Sobre?

- Um assunto nosso...

- Uuh... Que mistério, Gabriel. – e sorriu. – Quer ir na minha casa hoje depois da aula?

- Por que? O Jonas ainda tá pesando na sua? – e o busquei com os olhos, mas ele não parecia estar sequer prestando atenção em Dani.

- Não. Acho que ele já deixou pra lá. Pelo menos espero né... – e olhou para ele também antes de voltar a olhar pra mim. – Tava só perguntando mesmo. Faz tempo que a gente não se fala.


Ela tinha um ponto.

Conclui naquele momento que apesar de suas mentiras, Dani não era exatamente má pessoa.

Não fazia ideia do por que ou sobre o que mais ela havia mentido, mas de forma geral não via motivos pra acreditar que ela houvesse prejudicado a mim ou a alguém, muito menos que tivesse feito isso de propósito.

E pra falar a verdade, eu não estava nem um pouco a fim de voltar pra minha casa.


Por trás do toqueOnde histórias criam vida. Descubra agora